domingo, 29 de agosto de 2010

Ai meu ovo!


Ai ai, tragam meus sais aromáticos!
Desculpem o desabafo sem nenhuma classe, mas: ai meu ovo, e olhe que dói sem eu ter um, imagine se eu tivesse! (conto mais abaixo a uruca)
Meu final de semana foi maravilhoso. A festa de aniversário do meu noivo foi melhor do que o esperado. Foi a primeira vez que minha família foi na casa dele.
Fomos muito, muito bem recebidos. minha sogra se desdobrou em cuidados e sorrisos.
Meu sogro e cunhada foram atenciosos.
Eu e meu amor passamos o final de semana juntinhos, nos amando, namorando, nos curtindo. Diria que foi perfeito de tão bom!
E pensar que no final de semana que vem terá um feriadão e vamos ficar ainda mais juntinhos, eita sô! Que massa!
Já agora de manhã, enquanto olhávamos umas fotos na internet, ele disse: nossa, como minha prima fulaninha engordou muito, ela está um bagulho, olha só!
E eu olhei: né que a tal prima nem estava tão gorda? Bom, gosto de pensar assim, pois ela está mais magra do que eu.
E? Decidi não ir para o shopping com ele, disse que ia ficar em casa para ler o livro que eu estava adorando ler e preguiçar no domingo.
Ficou um clima meio esquisito. E ele se foi, para resolver suas coisas.
Acabou de ligar, dizendo que tinha saído chateado porque eu desisti de sair com ele e que tinha acordado agora de tarde sentindo a minha falta. Que estava se sentindo sozinho depois de passar o final de semana juntinho.
Eu disse que tinha percebido o quanto estava feia quando ele falou aquilo com a prima dele. E ele disse que tinha falado dela, não de mim, que ela é feia por dentro e por fora e por ai vai.
Fiquei imaginado minha cunhada. Ele diz que ela é o tipo gostosa, elegante, polida, mas chata. Me desculpe, cunhada, eu gosto de você. Mas nem de longe quero ter a sua polidez extrema, o seu sorriso elegante, os seus seios de silicone (talvez isso eu queira), a sua elegância bem vestida, sua alegria sem sal, a sua falta de espontaneidade, a sua forma meticulosamente estudada de ser e vestir.
Quero apenas ser mais magra, ou menos gorda, apenas isso.
Acabamos a ligação dizendo que nos amamos e coisa e tal.
E, como ele não falou que ficou chateado por eu desistir de repente de sair com ele, achei que era da vontade dele ficar sozinho. Ele admitiu que não disse porque ficou emburrado e que tinha errado ao agir como eu costumo agir: eu muitas vezes fico chateada porque espero outra reação de uma pessoa, e não digo nada, o que dificulta a pessoa de entender que eu estou chateada. Ou seja, dá em merda.
Não vou entrar de novo num redemoinho de sentimentos ruins porque estou gorda. Não quero mais isso para mim.
Também não quero atrelar toda a minha vida à decisão de fazer dieta. Basta.
Minha vida é minha vida, e sem falsa modéstia? tenho amor, amigos, uma filha maravilhosa, uma família unida. Minha vida não pertence à comida ou ao meu controle sobre a comida.
A Mulher que sou? Tenho um rosto bonito, sou alegre, espontânea, sem frescura, tenho um corpo alto e proporcional, mesmo estando gorda. Preciso ter controle sobre a comida, isso é um fato, inegável. Mas isso não vai mudar o meu humor ou me deixar triste. Não mais, não por hoje, acredito que nem por amanhã.

sábado, 28 de agosto de 2010

Aniversário do meu amor


Hoje é dia do meu noivo, já comemoramos desde ontem e continuaremos hoje.
Ontem cheguei correndo do trabalho e fomos juntos para a aula de exercícios.
Pegamos minha filhota no cursinho e saimos para jantar.
Foi tão bom!
E fizemos amor, deliciosamente, demoradamente.
E passamos um parte da madrugada abraçados, conversando, nos olhando, namorando.
Há dias em que a vida, mais que em outros dias, é linda.


sexta-feira, 27 de agosto de 2010

De bem com a vida

Estou com preguiça de escrever.
Estou mais é com vontade de viver. O agora. O aqui fora.
Reencontrei meu equilíbrio e meu bom humor característico.
Tudo flui tão mais fácil desta forma!
Me dou melhor com todas as pessoas, me reconheço, me aceito. Me dou melhor comigo mesma. Volto a ser a Mulher que gosto de ser e, por consequência, a Mulher que as pessoas gostam mais.
Estou em paz comigo e com o mundo.
E dessa forma, tenho menos dependência da presença de minha filha e de meu noivo e, deliciosamente, é a época em que ficamos mais unidos, acho que justamente porque estou lúcida e tranquila.
Isso é tão gostoso e agradável!
Credo! Fica parecendo que sou noiada!
E por acaso, que graça a vida tem sem essas descobertas de nós mesmos?
Sem essas chances que nos damos para corrigir caminhos que estavam trazendo tristeza?
Cansei de jogar todas as minhas nóias na comida.
Não, não estou de dieta. Também não estou comendo desenfreadamente.
Apenas não quero deliberadamente misturar tudo num caldeirão de bruxa e me jogar dentro dele.
Uma coisa de cada vez.
Essas conexões e descobertas são a graça da vida.
E que bom que estou bem viva para poder sentir isso!
Amém.


terça-feira, 24 de agosto de 2010

Recomeçar, SEMPRE


Domingo tive um dia muito bom.
Repensei, deixei a raiva e o ressentimento irem embora, me acalmei.
Conversei com meu noivo, nos entendemos, conversamos sobre o que estava nos desagradando, encontramos nosso ponto de amor e de equilíbrio. Passamos o domingo abraçados, conversando, fazendo amor.
Ficou muito claro que, fora alguns ajustes, o meu descontrole em relação à comida me desequilibra em todos os sentidos.
O sentido físico é importante, mas principalmente desequilibra as minhas emoções. Deixo de ser tranquila e terna, me torno irritada e mal humorada. E aí, o mundo perder a graça é só uma consequência.
Novamente tento encontrar o equilíbrio em relação à comida. Basta estar tentando que minha vida já entra nos eixos, já volto a ser a Mulher que todos gostam, até eu mesma.
Vou lá, a vida está aqui, me esperando.

domingo, 22 de agosto de 2010

Um dia melhor

Ontem à noite consegui reagir. Racionalizei.
Consegui me mexer e sair daquele monte de infelicidade.
Fui buscar a minha filha na casa dos amigos e fomos ao shopping. Passeamos, conversamos, compramos o vestido de formatura dela e um dos presentes do aniversário do meu noivo. Foi ótimo, cheguei em casa umas 22 horas e tanto.
Dormi bem, acordei com preguiça e estou lendo um livro interessante, também vou começar agora a fazer uma parte do trabalho da pós.
Meu noivo não deu notícia, liguei para ele e, não sei se ele está dormindo ou não, não me ligou de volta ainda. Paciência.
Mandei um e-mail dizendo o que estou sentindo, posso estar errada ao fazer isso, mas nunca fui do tipo que fico guardando o que preciso dizer, então, escrevi.
Quando ele está se sentindo inseguro por qualquer motivo, eu chego perto, digo palavras carinhosas, abraço, até que este sentimento passe e ele se sinta seguro novamente.
Não foi isso o que ele fez comigo, ou até fez, mas muito pouco. Ele simplesmente se fechou no mundo em que está acostumado: o seu quarto e seus equipamentos eletrônicos, e seus amigos de internet.
Já conversamos sobre isso. O pai dele é um eremita, que se sente sozinho por se isolar do mundo.
Ele muitas vezes está fazendo o mesmo processo. Já conversamos sobre isso, sobre ele estar se emparedando.
Uma saida que parece estar dando alguma luz é a modalidade de exercício em que nos matriculamos. Isso o está animando a sair mais de casa.
Ontem me senti insegura, sei que os motivos foram criados só por mim, mas a verdade é que me senti extremamente insegura e, ao contrário de me abraçar e ficar comigo, ele se isolou em sua casa, no seu quarto, no seu mundo.
Em outros tempos ele teria me abraçado, feito o que faço com ele, mas os tempos agora são outros. Qualquer coisa que o desgoste acaba em um só lugar: no seu quarto, seu refúgio e sua prisão. Tudo deixa ele cansado.
Sei que o nosso amor está aqui. Mas começo a enxergar um inimigo poderoso, o isolamento dele.
Se há alguma coisa boa hoje?
Há.
Mais cedo ou mais tarde eu encontraria força em mim de novo. E ela está aqui comigo.
Espero que as coisas ainda fiquem mais tranquilas.
Assim espero.

sábado, 21 de agosto de 2010

Que diabo está acontecendo comigo?
Estou tão desanimada! Morgada, tristonha, disposta a brigar, sem vontade de estar e ao mesmo tempo fazendo tudo para estar sozinha. Estou me sentindo esquisita, infeliz. Eu e meu mundo não estamos no lugar.
No fundo sei que estou puta da vida porque estou comendo besteira, porque toda a minha auto-confiança foi ralo abaixo, porque estou me estindo feia, gorda, desengonçada, mal amada, e tudo mais que possa existir para acabar com o ego e o alto astral que um dia tive.
Há algumas semanas que mal consigo olhar para meu irmão, e acho que demorará muito tempo antes que eu consiga vê-lo perto de mim sem sentir mal-estar.
Ele teve um caso, ou seria namoro, com uma colega minha que é galinha até dizer basta. Nada contra esse jeito dela, esse sempre foi seu modo de ser, encaro que da mesma forma que existem homens volúveis e promíscuos, também existem mulheres volúveis e promíscuas, nada do outro mundo. Só que ela, assim como os homens desse mesmo tipo, sempre diz que os homens dizem que ela é linda, maravilhosa, a melhor coisa que aconteceu em suas vidas e por aí vai.
Eu já me acostumei com essa cansativa e mentirosa ladainha de auto-promoção, pois a verdade nua e crua é maior que qualquer palavra, e ela sempre acaba sendo mal tratada, ou tratada da mesma forma com que se comporta.
E ela tem um péssimo hábito de falar de suas relações, de ridicularizar os detalhes dos homens com quem já dormiu.
Nós temos uma amiga em comum, e essa amiga veio me contar que ouviu dela que ela ficou chateada com meu irmão porque ele disse que eu tenho mais é que trabalhar na loja no sábado mesmo, pois eu tenho que pagar tudo o que meus pais gastaram com a minha filha até agora.
Isso está me remoendo, me magoando.
Sei que é verdade que tive minha filha muito nova, e que não tinha estabilidade financeira alguma, e que isso é, de certa forma, verdade. Só que já paguei tanto por isso! Nas férias da faculdade eu me enfurnava na loja. À noite não tinha quem ficasse com minha filha, meus pais não moravam conosco e diziam que não dormiriam com ela, e a empregada não dormia em casa, então praticamente não saí, dos 23 aos 32 anos.
E esse puto vadio vai conversar sobre isso com uma rapariga, que conta para outra pessoa, que então me conta?
Filho duma puta! (não estou ofendendo a minha mãe, apenas desabafando).
Ele mal estuda para concurso, ou faz de conta que estuda, está perdido no que quer e em que caminho irá tomar. Ele tem 36 anos. Não é um monstro, também tem, as vezes, momentos de bondade. Mas a verdade é que ela estuda mal, trabalha na loja mal e pouco, umas três, no máximo quatro horas por dia. Só consegue ser sempre bonzinho e sorridente para o povo da rua. Ou seja, é um merda em fatia. (lembre-se de que eu posso esculhambar o quanto quiser, você, não).
Hoje cheguei na loja às seis horas para fazer as encomendas. Depois saí para entregar e ao mesmo tempo ir ao aniversário. Sempre com a sensação de estar apenas resolvendo coisas. Sempre com a sensação de que a vida é só uma merda de resolver coisas.
Meu noivo estava ao meu lado, me ajudou a levar as coisas e foi ao aniversário comigo. Ele até tentou, muito pouco, é verdade, mas tentou me melhorar. Não conseguiu, então, comodamente ficou na sua casinha para dormir e ficar sozinho e usar a internet. Pois que assim seja.
Quando ele precisa de ajuda eu num instante chego perto, não acho que simplesmente tenho que me afastar.
Cada um age conforme é capaz, paciência. E eu não posso cobrar. Isso é injusto, sei disso.
Cheguei do aniversário uma hora, ainda teria que trabalhar na loja, mas quando cheguei estavam painho e, surpresa: meu irmão, trabalhando lá.
Almocei e quando terminei painho tinha ido cochilar na rede do escritório e meu irmão estava trabalhando.
Deixei ele lá (sensação de satisfação, um tico doentia, eu sei) e vim embora dormir.
Acordei e resolvi escrever para tentar encontrar uma forma de desenrolar tanto sentimento ruim.
Então, é isso, é esse caldo de mágoas e falta de controle sobre a comida que estão me maltratando, e pior, com o meu consentimento, ou com o meu descontrole.
... Hoje à tarde meu pai veio me perguntar o que que eu tinha.
... Hoje à noite, mesmo demonstrando frieza, meu irmão veio bater na porta do quarto para dizer que o jantar estava na mesa.
... Agora minha filha, que estava numa reunião de amigos e cujo paquera não foi, ligou para perguntar se poderia sair comigo e com meu noivo. Eu nem sei se o verei hoje.
... Eu fui lavar a louça do jantar e meu pai chegou junto dizendo que podia deixar que ele lavava.
Ou seja, enxergo que há vida nesse mundo de resolver coisas que eu estou enxergando, enxergo que as pessoas se preocupam comigo e que eu estou muito diferente do que sou normalmente, mas agora não consigo me mexer! Puta merda!
Péra, Mulher, racionaliza, racionaliza!!!
- Vou tentar.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Brochante!


Queria estar em qualquer outro lugar que não fosse aqui, agora, sentada às 20h de uma sexta-feira em frente ao computador!

Durante a semana imagino tantas coisas legais para fazer no final de semana e, quando afinal ele chega, uma morgação total. Isso é brochante.

Imaginei assistir um filminho, namorar um pouco, ficar abraçadinhos, mas o meu noivo não estava romântico, ele disse que viria para cá, mas ao invés de dourar a pilula dizendo que íamos ficar juntinhos, ele disse que viria para cá mas foi explicando que não queria dormir aqui, pois minha família, a rotina de minha mãe indo dormir cedo, de meu pai e meu irmão etc e tal... bom, ele não estava a fim disso hoje. E depois, quando viu que tinha sido desnecessário falar assim, quando quis ser doce e terno, eu já tinha perdido a graça e não houve quem desse jeito, nem eu mesma. Paciência. Talvez ele mereça mesmo ficar sozinho na casa dele, se é isso que ele quer. É, acredito que é o que ele quer. Pois que passe muito bem.

(Estou com raiva. E não vou arrajar o que fazer porque estou muito cansada, na verdade. E além disso essa sinceridade me desanimou, assim como ele tentar se chegar não adiantou para que eu conseguisse voltar atrás no meu abuso).

Ontem à noite fui ao aniversário da filha de uma amiga. Comi doce. Comi porque quis, e até agora não me arrependo, chegou a um ponto em que estava virando uma batalha sem graça acreditar que nunca mais na vida poderia comer doce. Comi. Hoje me pesei. Nada do outro mundo. Contra todas as minhas expectativas acho que me fez bem, estou pronta para começar a dieta. Hoje.

Amanhã vou acordar muito cedo para trabalhar na loja, umas 5h30, para mim isso é muito cedo para um sábado. Mas será necessário. A irmã da minha afilhada faz aniversário amanhã e contratou a loja para fazer as encomendas. Então, tenho que fazer os docinhos e levá-los ao aniversário até 9h30. Vendo pela ótica de que estou enfezada da vida, isso não é lá muito animador.

Nos chamaram para ir para uma cidade que fica a 120 quilômetros daqui, um amigo meu mora lá. E a noiva dele, uma ótima amiga minha, nos chamou para viajar com ela. Chegamos a conclusão de que dinheiro está curto para isso. (Sim, só para contar, faço muito gosto em dizer que fui eu quem os apresentou).

Concluindo, sinto muito por mim.

Meu final de semana parece que será apenas de resolver problemas.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

NÃO

NÃO. NÃO ESTOU GRÁVIDA.
INFELIZMENTE, AINDA NÃO.

Comer menos, será que já dá? Dá! Tem que dar!


Ontem à noite, depois de comer uma gororoba que eu mal consigo me lembrar o que foi, tomei uma decisão. Não dá mais para continuar com a muleta de comer mais para segurar a compulsão.
Se eu continuar assim acabarei engordando, e apesar de hoje em dia quase conseguir aceitar que emagrecer será uma consequência do meu controle sobre a compulsão, se continuar assim vou acabar criando outra nóia, a de comer muitíssimo para não dar margem à vontade de comer açúcar.
E o que importa tudo isso?
1- Importa que eu não quero engordar e desejo muito menos desenvolver outra compulsão.
2- Importa mais ainda que quero engravidar e que tenho pouco tempo para isso. Então, me proponho a emagrecer 5 quilos no período de um mês. Essa será a minha meta.
Hoje de manhã já consegui lanchar a verdura que trouxe para acompanhar o almoço. E tenho que admitir que a verdura que é colocada para mim é uma delícia, bem feita, e forra tranquilamente a barriga até a hora do almoço.
Encontrei uma amiga minha aqui do trabalho, conversamos bastante, e no final ela me convenceu a fazer um BHCG, mesmo que eu tenha quase certeza de que ainda não estou grávida. Ela disse que isso irá me ajudar a ver o quanto o meu sonho está perto de se realizar. Concordei com ela.
Ela trabalha no laboratório e me deu requisição para fazer o exame. Eu fiz e deve ficar pronto amanhã.
Não estou com expectativa pois sei que é muito difícil engravidar já na primeira tentativa. Mas que estou um tico ansiosa, ah, isso eu estou!
Em frente.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Para hoje

Entro aqui porque preciso organizar pensamentos, colocá-los em alguma ordem. Toda essa necessidade tem apenas, no momento, um único desejo: domar a minha compulsão.
Tento, as vezes desesperadamente, arranjar motivos para não ceder à vontade de comer doce, de comer qualquer coisa que contenha açúcar.
Ontem eu estava com mais vontade, então resolvi ler o livro "Para Hoje", dos Comedores Compulsivos Anônimos, e quando li a página do dia 17 de agosto, encontrei:
" Doenças que cresceram desesperadamente são tratadas por meios desesperados, ou então não são tratadas de jeito algum".
William Shakespeare
"Foi dito que os recém-chegados devem gastar tanto tempo e energia tornando-se e mantendo-se abstinentes, quanto eles gastaram comendo compulsivamente. Meias medidas não nos servem de nada"...

É, começo a enxergar que o caminho é por aí. Não há milagres ou caminhos mais fáceis. E concluir isso não é fácil. Pode até segurar a compulsão por este momento, mas enxergar o longo e eterno caminho não é fácil.
Posso até estar com auto-piedade, mas me diga, se eu não me apiedar de mim de vez em quando, quem o fará?
Estou aqui, agora, com tanta vontade de comer besteira!
Mas não vou, EU NÃO VOU.
Mais 24 horas. Só por hoje.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Terça-feira, 17 de agosto de 2010

"Diacho" de compulsão!
Vou explicar: diacho de compulsão=Porra de compulsão!
A vontade de comer doces vem todo dia, todo santo dia, todo maldito dia, todo dia medianamente bom ou ruim, na verdade, não importa a data, querendo eu ou não, todo dia a vontade de comer qualquer coisa doce está aqui, presente, ela nem se procupa em perguntar se é bem vinda, afinal, já sabe a resposta.
Não importa se estou feliz ou triste, a vontade está lá. Quase ouço ela me sussurrado desaforos, rindo da minha dependência. Chego a sentir a sua respiração no meu pescoço.
Já deixei de contar os dias de abstinência, já venci os dias iniciais, mas a porra da vontade está aqui comigo, todo dia, todo dia, todo dia...
O que tem me dado um certo alento é que ainda não comecei a diminuir a ingestão de comida. Ainda não dá para fazer isso. Essa tem sido a minha arma contra a compulsão: estou com muita vontade de doce? Como o que aparecer na frente, seja fruta, pão, pizza, verdura, leite com café muito adoçado. Aliás, estou numa fase de tomar tanto leite, bem forte e adoçado, que acho difícil ter problemas com osteoporose nos próximos 40 anos.
Acabo de me pesar, e? Não engordei! É, deixa eu ver pelo lado positivo: EU NÃO ENGORDEI! (É bem verdade que também não emagreci).
Bom, ainda não é esta semana que começarei a diminuir a comida. Semana que vem pretendo fazer isso.
Espero que eu consiga! Nossa, como eu espero isso!
A batalha começou. Passo a passo. Um dia depois do outro.
Estou acordada e disposta a traçar metas alcançáveis.
Esta semana: permanecer exatamente como estou: sem comer açúcar, embora comendo mais. E sem engordar.
Próxima semana: diminuir a comida e começar a descer os ponteiros da balança... :)
Mais 24 horas.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Amor: Imenso, maduro, consolidado



Eu e meu noivo tivemos um final de semana de encontro, de fortalecimento, de constatação de que o nosso amor amadureceu, se consolidou, de reafirmação da certeza de que somos um do outro.
Sempre tivemos certeza de que nos completamos. O amor, o respeito, a capacidade de entender e de se esforçar para se pôr no lugar do outro, o prazer em estar juntos, tudo isso, sem modéstia alguma, sei que é muito raro de se encontrar nesse mundo. Sou imensamente grata por Deus ter me permitido encontrá-lo.
Precisávamos desse tempo que tivemos para voltar a sermos só nós dois, para nos distanciarmos de família, problemas, coisas para resolver. Precisávamos ficar sozinhos com o nosso amor. E conversar, e sorrir, e namorar, sentindo simplesmente o prazer e a cumplicidade que temos.
Você já se afastou das luzes ofuscantes da cidade, do barulho dela, e já ficou num lugar bem sossegado olhando o céu cheinho de estrelas? Já sentiu a paz que esse momento traz e reencontrou em você a felicidade de simplesmente estar vivo e ser grato pelo amor que tem nesta vida? Já sentiu que os problemas a serem resolvido eram pequenininhos demais perto de tanto sentimento?
Eu tive esta emoção neste final de semana.
Viva a vida!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

DECISÃO MAIS IMPORTANTE DO ANO


- Mulher, evite ser sentimental. A partir de agora, neste momento, escreva sobre o assunto que mais tem importância, de fato, para este ano. (Terapeuta)
- Sim, farei isso. (Mulher)
Planejamos, esperamos, nos preparamos, quisemos e fizemos por onde poder ter nosso filho em relativa segurança, num bom hospital, com um bom plano de saúde.
Finalmente agora poderemos!
Sei que ainda existem muitas questões práticas a serem resolvidas, até questões financeiras mesmo. E também a questão do meu peso.
1) Em relação à questão financeira, no momento, cheguei ao máximo que posso. Não foi fácil chegar até aqui. Cheguei ao máximo que posso para este ano, estou trabalhando e fazendo pós-graduação para aumentar o salário-base. Ano que vem recomeço nova batalha. E tenho este ano para conceber nosso filho.

2) Sobre o meu peso, estou sim acima dele, 25 quilos acima do meu peso normal. Sou bastante alta, estou gorda, não estou absurdamente gorda. Isso trará riscos? Pode ser que sim, mas tenho a meu favor, a nosso favor (meu e do nosso filho), algumas armas boas: minhas taxas de exames bioquímicos estão todas normais, ecocardiograma, teste ergométrico e Mapa da pressão arterial normais, já faz mais de três meses que tomo diariamente ácido fólico, então, quanto à minha saúde, assino a minha alta. Bastará continuar perdendo peso e, se nosso filhote quiser chegar, não poderei engordar na gravidez.

3) Um ponto que vou apenas citar, mas que já está há tempos resolvido. Minha filha não só aceita como também deseja, muito, ter um irmão. Isso é importante para ela também. Ela já fala em sair, em ter e em cuidar do irmão que tanto deseja.
Vejo o carinho e a educação com que ela trata do primo pequeno.
Ela mesma, minha filhota, é educada, amorosa, está dando duro para passar no vestibular que ela deseja.
Por que com seu irmão, meu filhote, seria diferente?

Meu Deus, a partir deste momento, entrego minha vida em suas mãos para que decida quando poderei conceber mais um filho, o filho que tanto desejo para mim, para meu amor, para ser irmão de minha filha, para completar a nossa família.
Seja feita a tua vontade.

Tempo de resistência

Acabo de me pesar, e? Perdi 1,3 quilos em uma semana, sem fazer dieta! Yesssss!
Pensei que estar comendo mais ia me fazer engordar. Nada! Estou abstinente de açúcar, e só não comer o que o contenha já está dando certo. Imagine quando eu começar a dieta mesmo!
Hoje consegui encarar a sobremesa (dos outros) que me ofereceram sem me sentir tentada. Hoje até o Sr. Trufa poderia chegar que eu nem nem para ele.
Sentir essa sensação de domínio? Não tem preço!
Ainda lembro exatamente o que senti ontem quando cheguei perto da cantina, só eu sei o quanto serei sempre grata ao café expresso salvador.
Não quero cair no erro do excesso de confiança, sei que a qualquer momento o monstro pode me atacar, que a compulsão muitas vezes espera um deslize mínimo para dominar a vítima (eu). Atenção, Mulher!
Resistência
, Resistência, Resistência, Resistência, Resistência... dizem que quanto mais a gente pratica, mais forte vai ficando. A verdade? Acho que ainda estou no segundo s da segunda resistência, mas acho que chego lá. Achar já é alguma coisa, né? Pelo menos é melhor que não achar nada e estar perdida no meio desse nada. E dessa fase tenho certeza de que já passei.
Por hoje vou mudar o mote que até eu já estou cansando desse papo.
Por hoje.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Nada de doces e muito de comida!?


Que 'bixiga lixa' está acontecendo?

Parei de comer doces, difícil que só a porra fazer isso! E para contornar essa vontade filha duma mãe ruim ando comendo muito, o suficiente para sentir o estômago cheio para dissipar um pouco a vontade de açúcar. Tá parecendo aquele ditado carcomido de tão velho: se correr o bicho pega, se ficar, o bicho come.

No meu caso, ficando ou correndo, a história acaba em comida. Uma merda isso.

Vou esperar mais esta semana, na outra eu começo a diminuir a quantidade de comida que ando engolindo. Por enquanto, ainda não dá. Mas ainda assim gosto de pensar que não estou engordando, pois estou comendo muito, mas pelo menos é muita comida normal (digo, comida não doce), também frutas, verduras.

Estou me segurando abstinente e pretendo me permanecer assim, mas hoje foi por um cabelinho de sapo, pois a minha razão pegou o bonde e me deixou a ver navios (isso não tem graça, eu sei). Hoje me senti abandonada por mim, totalmente entregue à vontade de comer, e pior, nem tenho com quem reclamar, afinal, quando a minha força de vontade me abandona no final das contas fica tudo em casa, já que tudinho sou só eu. Eu, minha compulsão (que eu te daria de graça e ainda te pagaria para ficar com ela), minha razão, consciência, nós todinhos, fazemos parte de mim, então, não tenho a quem reclamar, o jeito é aguentar.

Hoje ficaram lá a compulsão, o brigadeiro, as tortas e os biscoitinhos, todos eles se juntaram e ficaram olhando fixamente para mim, e eu, a mais sozinha das criaturas, abandonada a ficar só com a Mulher (ou seja, sozinha comigo mesma), sozinha contra todos eles, pois os meus guerreiros: força de vontade, perseverença, discernimento, razão, todos bateram em retirada e me deixaram para que eu me danasse.

Só que houve um aliado inesperado! (tou falando merda, mas tá valendo!)

E adivinha? Eis que havia o Café Expresso!
E ele também me encarou e me ofereceu carona!
E na hora H, quando meus inimigos íam me vencer, chegou o café expresso em seu cavalo negro e me levou para longe dali!
É, hoje fui salva por um café expresso grandão, daqueles que quando você termina queimou a língua e está com um gosto forte de café na boca. Salva pelo café, uma raridade nos dias de hoje.
O café me deixou num lugar seguro (de volta na sala da pós-graduação). E mal ele saiu, veio na surdina um inimigo esquecido há muito tempo: a vontade de fumar.
Ora, puta que pariu! Mas eu não sou fumante!
AH! FODAM-SE SEUS MALDITOS INIMIGOS DA MINHA PAZ!
Mais 24 horas.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Apoio


Arre égua! Só eu sei o quanto estou doidinha de vontade de comer besteira! Voltei agora da hora do almoço, tive lá uma visão do inferno!
Já de cara, na porta da entrada da sala onde almoço, encontro o simpático Sr. Trufa, que me pergunta:
-Mulher, foi você que me telefonou?
E eu:
- Não Sr. Trufa, deve ter sido uma das meninas...
E ele:
- Tá certo, mas olhe! Hoje tenho de todos os sabores, você já provou de amendoim com leite moça? É uma delícia!
Daí, na horinha em que ele disse isso, vem uma mulher bem bonita e gordinha que eu conheço. E ele imediatamente sorri (seu sorriso é infalível, nele quase a gente já adivinha que a trufa está deliciosíssima), e oferece trufas a ela.
Pronto! Naquela horinha, sem nem saber, ela me salvou!
Me espelhei nela, vi nela o meu excesso de peso, vi o ataque do Sr. Trufa, e me salvei. Não! Por mim e por ela aquele homem malditamente carregador de coisinhas deliciosíssimas não me faria perder o restante do dia em arrependimento.
Almoço com meus colegas e, mal acabou o almoço, o que eles tiram da geladeira? Sim! Imensas, enormes, inúmeras trufas, que eles compraram para sobremesa.
Putz! Dou boa tarde a todos, digo que vou voltar para a minha sala.
E uma de minhas colegas:
- Ôxe, Mulher! Eu comprei trufa pra gente, tu não vai querer, não?
E eu:
- MAS MENINA, E EU SOU LÁ MULHER DE COMER TRUFA?
Saio da sala no meio de risadas pela gracinha que disse, mas só Deus e eu sabemos o quanto aquilo me deu vontade de comer.

Cheguei na sala e tento pensar naquela história de esperar a tempestade passar, no meio de uma crise de compulsão por vontade de comer doce.
Sorte que estou abstinente, assim fica mais fácil tentar manter o controle e esperar que, em algum momento, a calmaria chegue de novo.
E procuro pensar e me concentrar num depoimento lindo, que li aqui ontem, e que foi escrito daquela forma que encanta e enternece o coração. Nele, ela me deseja felicidade, torce para que eu consiga realizar meus sonhos. Fiquei tão feliz!
Milena, por mim e por você, hoje vou segurar essa compulsão nem que eu tenha que sair correndo feito doida para fugir do Sr. Trufa.
Obrigada.

E agora há pouco recebi um novo telefonema da pessoa que conheci no CCA, a mesma da entrevista que ouvi ontem.
Hoje já foi menos esquisito falar com ela, acho que a idéia de fazer parte do CCA está se sedimentando.

Êta, estou em horário de trabalho! Mas já???
É Mulher, presta atenção no serviço! Mas não tira o olho da serenidade!
Mais 24 horas.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

A primeira semana de abstinência!


Hoje de manhã recebi um telefonema de uma colega de CCA, é a primeira vez que isso acontece. Ela irá dar uma entrevista hoje à tarde e ligou para conversar e para dizer o horário e a rádio. E também para dizer que plantou a idéia de recomeçar um grupo do CCA desativado, num bairro nobre da minha cidade. Foi tão estranho conversar com alguém do CCA no meu dia a dia, no meu trabalho! Sei que sou comedora compulsiva anônima, já tenho consciência disso, mas daí a participar ativamente do grupo e encarar que estou e sou membro, é... esquisito? Acho que o termo adequado é esse mesmo. Conversei com ela, disse uma coisa que tem sentido e que eu não havia pensado ainda:
Quando se fala de vigilantes do peso, se fala de gordinhos felizes querendo emagrecer, de balança, de meta, de reeducação alimentar, mas não se sente conotação negativa, e descobri porque, porque não se usa a palavra doença, não se usa a palavra não ter cura, não se usa a palavra para o resto da vida, não se usa a palavra abstinência, não fica claro que temos uma doença e que ela não tem cura.
O CCA não adota essa filosofia, mostra a verdade nua e crua, mostra o caminho a seguir, mas não diz que será fácil ou sem sofrimento. Ao contrário, chama a compulsão de doença, entende que no início haverá, sim, sofrimento e muito luta interior, que a batalha é para o resto da vida, que é necessário abstinência do que deflagra a compulsão, mas que existe esperança, que nós seremos capazes, que existem ferramentas e apoio, que a luta não será fácil, mas que é possível . E, para quem pode, as reuniões do CCA são perfeitas, pois lá somos ouvidos e falamos com respeito e acolhimento, sem orientadora dizendo que é fácil, que é bobo. Mas sim, que é possível, juntos conseguimos, o CCA está lá, é que formado por pessoas iguais a nós, iguais a mim.
O CCA não enfeita a realidade, deixa claro que o controle será para sempre, que temos uma doença que não tem cura, mas também nos mostra que, se recairmos, não há do que se envergonhar, basta limpar a poeira e recomeçar.
Acredito que cheguei, finalmente, à maturidade de não querer mais dourar a pílula, à maturidade de querer encarar o meu problema sem esperar soluções mágicas.
Não acho que está sendo ou que será fácil. Amo, adoro doces, tenho uma relação de amor com o açúcar, e terminar esse casamento é difícil, dificílimo, mas extremamente necessário. Pela minha vida, pela minha saúde, pela minha alegria em viver, pela minha sanidade mental.
Não há um dia sequer que não deseje comer doces, me deliciar e afogar a minha vontade em chocolate, torta, pão doce, trufa ou qualquer outra delícia, só que o preço a ser pago é exorbitante: pago com a minha vontade de viver, e isso não é justo. Não quero pagar o preço.
Mais 24 horas.

sábado, 7 de agosto de 2010

Terceira reunião do CCA


Quase não fui, estava com preguiça, estava com meu noivo, queria colo e descansar. Ele me convenceu a não faltar. E foi muito arretado de bom!

Quando cheguei lá só havia a coordenadora da sala, minha cidade é enorme, mas apesar de tantas pessoas com problemas com comida, pouquíssimas vão à sala.

Para quem já está lá há mais tempo, já estão carecas de saber que quando o CCA aparece na mídia a sala enche de não caber mais, mas quem chega espera milagre, balança, prescrição de dieta, nutricionista e endocrino. Só que o CCA é mais simples, e por isso mesmo mais eficaz. A cura está em você, no seu equilíbrio e abstinência em relação ao que deflagra a compulsão.

Deixa eu continuar...

Sim, começamos a reunião eu e a coordenadora, depois chegou outra pessoa, que conheci na reunião passada, ela trouxe a literatura do CCA para eu comprar. A reunião foi perfeita! Percebi o esforço das duas para que eu, novamente, me sentisse bem-vinda, acolhida, orientada.

Na reunião passada aconteceu algo inusitado:

Há 7 anos mais ou menos experimentei ir à uma reunião do CCA, uma tia de uma amiga minha me chamou. Fui. Só que ela é sem noção de inconveniências, falou muito, não me deixou à vontade e também eu não tinha certeza de que ela guardaria sigilo e anonimato do que escutava em sala. Por esses motivos e também por não estar madura o suficiente, não voltei mais lá.

Há três semanas resolvi tentar novamente.

Na semana passada falei na sala como eu tinha conhecido o CCA, inclusive falei o nome dela e o porquê que eu o havia abandonado.

Após a reunião, quando eu e as outras mulheres saíamos rindo e conversando, adivinhe que eu encontro entrando no corredor para ir à reunião do AA?

Ela mesma, a tia de minha amiga!

E ela, na frente de pessoal, bem discreta:

- MENINA, VOCÊ VOLTOU!

- EU CONHEÇO ELA HÁ MUIITO TEMPO, DESDE QUE ELA ERA GORDA E VEIO AQUI COM OOOÔUTRO NAMORADO QUE NÃO É ESSE DE AGORA, AÍ ENGORDOU E AGORA TÁ VOLTANDO, NÉ?!

Cristo Rei, dai-me paciência! Ainda bem que a maturidade ensina a ter menos vergonha e nem ligar para certas barbaridades!

Ri, disse a todas, essa aí é fulana, me despedi e fui embora.

Hoje enxerguei o teste a que fui submetida: há 7 anos desisti da sala por causa dela (e também por imaturidade).

Na reunião passada chorei, estava perdida. Então, na hora da saída encontro com a mesma pessoa que me levou até o CCA e que ao mesmo tempo me fez desistir.

Entendi isso como uma pergunta diretamente para mim: e aí, Mulher, vai desistir de novo ou vai adiante dessa vez?

Pelo que contei já dá para saber. Adiante. Mais 24 horas.

Obrigada, meu bom Deus.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Quinta, 05 de agosto (mais um tico de equilíbrio e paz!)


Estou em abstinência de açúcar há exatos três dias! Uebaaaaa!!! Hoje a vilã da compulsão me visitou e foi derrotada. Estar sem comer o maldito e delicioso açúcar faz toda a diferença.

Estar abstinente é como se preparar com antecedência para enfrentar uma tempestade, é como esperar ela chegar estando num lugar seguro, agasalhada e com comida (sem doces, claro). Aí, é mais fácil ter a clareza de que uma hora ela cansa de descarregar a sua fúria e vai, afinal, embora.

E ter controle sobre a compulsão me dá poder, um poder enorme. De enfrentar os problemas do dia com tranquilidade, de acreditar que a vida é bonita, muito muito, de amar sem caraminholas para atrapalhar, é ter vontade e muito prazer em fazer amor.

Finalmente recomecei! Sem presunção, sem achar que a vitória está garantida, ao contrário, a batalha é dia a dia, e as vezes a inimiga se apresenta várias vezes num dia só, esperando me encontrar desprevinida. E aí, ela me agarra pelos olhos, ouvidos e boca, me tirando o senso e a meta, aí tudo o que quero é satisfazer a vontade quase irresistível de comer qualquer coisa com açúcar, o que puxa outras e outras necessidades comestíveis.

Basta. Por hoje, basta. Por hoje não deixarei a compulsão tomar a mim.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Lucidez, amor, certeza e tranquilidade

Eu gostaria de entender mais porque que eu sempre me boicoto, porque que eu supervalorizo tanto os problemas quando entro em compulsão e perco o senso, a medida e o discernimento. Acho que tenho, na verdade, muitas respostas e explicações. Nenhuma delas importa agora.
Estou em paz. Estou em paz comigo e com o amor da minha vida. Só isso importa.
Estar assim requer uma tarefa, a de me manter alerta contra a Mulher boicotadora, preocupada, de visão pequena, que só enxerga problemas, a que não consegue se distanciar para enxergar tantos bens lindos que tem em sua vida.
Tenho amor, respeito, paixão, companheirismo e amizade pelo mesmo homem, pelo homem da minha vida.
Ontem conversamos, nos amamos, dissemos tudo o que estava nos afligindo, ontem reencontrei o amor da minha vida e reencontrei a mim mesma.
Quando entro em compulsão e me vejo distorcida, me sinto péssima em mim mesma, arranjo um monte de problemas enormes, que na realidade são mínimos. Sei que tenho defeitos e que ele também os tem, mas são tão normais! E os os distorço e aumento sem necessidade.
Tenho uma filha amada, carinhosa, ética, estudiosa. Quando entro em compulsão supervalorizo os problemas.
Sinto muito por isso! Muito.
Agradeço imensamente por estar acordada e em paz, além de estar sentindo um amor imenso por meu noivo. E uma vontade de beijar ternamente a minha filha.
Não adianta me voltar para trás e ficar arrependida e culpada, isso é exatamente o que a compulsão precisa para me atacar.
Obrigada, meu Deus, por sempre me dar a chance de recomeçar e redescobrir quem eu sou, a Mulher que eu sou, a mulher que eu gosto de ser.
Só por hoje.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Sobre o meu amor

Nem sei o que dizer, mas preciso encontrar encontrar uma forma de organizar, desabafar e ao mesmo tempo chegar a algumas conclusões.
Tenho um amor lindo, disso eu sou consciente.
Também tenho consciência, e não de coisas boas, de que esse amor tem alguns porquês, como todos os amores. Mas esse de que eu estou falando é o meu, então, cabe a mim comentar, reclamar e pensar.
Eu o amo totalmente, com toda a minha capacidade, mas tenho aprendido que isso pode me magoar, mesmo que não existam sacanagens de nenhuma das partes.
Ele é amoroso, sensível e presente, e ao mesmo tempo tem uma necessidade de passar tempos sozinho, uma necessidade imensa disso.
Antes, mesmo durante a semana, encontrávamos pelo menos um dia para namorar, conversar, assistir a um filme, dormir abraçadinhos. Hoje ele me chamou para ir lá, de antemão eu já sabia que faríamos amor e conversaríamos, mas de antemão eu também já sabia que após isso eu deveria voltar para casa para ele ficar sozinho em seu ambiente. Como ele disse, no outro dia eu iria trabalhar, e ele gosta de dormir de dia e passar a noite acordado e também gosta de fumar dentro do quarto enquanto está no computador, por esses motivos seria mais cômodo eu voltar para dormir na minha casa. E acrescentou: há anos que eu não durmo à noite e durmo de dia, eu gosto de ficar no meu quarto, então, podemos agir como adultos e depois não vejo problema algum em você voltar para sua casa.
Eu fui grosseira na resposta, pedi desculpas. Mas esse desentendimento marca um problema maior, de fato, por outras coisas que já aconteceram, ou até nem tanto, pois podem, em parte, ser fruto de meus sentimentos e pensamentos.
Tenho me sentido mal amada.
Sempre tenho que levar em consideração a vontade dele. Quando ele quer, eu chego perto. Quando ele não quer, me afasto.
Estou exagerando, talvez, mas não quero esse sentimento de numas horas ele me querer muito, noutras, mesmo que minha vontade seja estar perto, se não for a dele, tenho que me afastar.
Até pouco tempo eu me colocava à disposição e entendia isso, hoje estou sem paciência, não quero mais entender, entender me magoa.
Acredito que estar sozinho faz parte, eu também gosto de estar sozinha em alguns momentos. Só que tenho muito tempo para isso, então, não deixo que esse sentimento recaia sobre o pouco tempo que temos quando estamos juntos.
Nem sei o que estou pensando, melhor ficar quieta.

Mais um tico de lucidez, que bom!


Hoje venci as primeiras 24 horas sem comer açúcar! Houve momentos em que duvidei de que seria novamente capaz de me abster desse delicioso veneno.
Hoje já senti os efeitos que a abstinência e a sensação de estar no controle me trazem:
Alegria e leveza voltando.
Bom-humor.
Amor por quem amo.
Tolerância com os defeitos dos outros.
Disposição para os problemas que aparecerem.
Volto a sorrir.
Volto a ser quem sou: solta, sorridente, gentil, até divertida.
Fico abismada no quanto o açúcar me prejudica. A falta de controle sobre ele mexe com o que me sustenta, mexe com minhas emoções, influencia minha razão, me deprime e me faz perder a o senso das coisas boas que tenho em minha vida.
Se estou compulsiva minha vida vira uma bagunça terrível e isso se reflete em todas as nuances, desde meu quarto revirado ao desânimo para o dia-a dia, até a minha vontade de me levantar ao acordar.
Obrigada, meu Deus, por sempre me trazer a oportunidade de recomençar. E mais ainda, por me permitir sentir novamente alegria e prazer na minha vida, a que eu sempre costumo ter mas quando entro em parafuso eu me esqueço.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Um pouco de lucidez


Estou no trabalho, em horário de almoço, para não deixar espaço para que alguém descubra que eu escrevo aqui, digitei o nome do blog no google. E o que me veio? Uma postagem bem feliz, em que coloquei a foto de uma mão segurando um recém-nascido sorrindo, em que falo de recomeço, de esperança.
Hoje resolvi iniciar (novamente) a minha luta contra o açúcar, o que deflagra a minha compulsão, o meu mau-humor e o que detona a minha alegria de viver.
Trouxe doces e bolo do aniversário do meu sobrinho, mas já distribui entre meus colegas. Deixei-os felizes e também fiquei feliz em não comer açúcar, feliz em não estragar o meu dia.
Quando entro na compulsão desenfreada nada em minha vida adquire a plenitude que, de fato, tem.
Estou cansada de me deixar destruir, de não conseguir reagir. Está na hora de recomeçar.
Quando estou enlouquecida pela compulsão sou infeliz, me enxergo distorcida, me afasto de quem amo, supervalorizo problemas.
Por mais que não tenhamos nos visto esta semana, meu noivo me deu provas, e muitas, de que me ama.
Nos falamos por telefone e ele disse que estava me sentindo distante, reafirmou o quanto me ama e o quanto me quer em sua vida.
Não tive tempo para ir vê-lo e nem ele podia ir lá em casa porque estava gripado. Mas participou da forma que pôde. Fui buscar minha filha no cursinho para que eu pudesse ir à reunião do CCA.
Pegou um livro de 300 páginas e fez uma leitura rápida por mim, além de formalizar as duas questões que preciso entregar ao professor e que não tive tempo algum para ler ou formular.
Sobre ele estar fissurado pelo paltalk, sei que supervalorizei, acho esquisito, mas não me cabe ficar questionando isso. Se um dia der em merda, que adianta eu me preocupar antecipadamente? De que adianta ficar temerosa de que ele encontre outra cara-metade e queira ir com ela?
Já ouvi dizer (não concordo), mas já ouvi: ter ciúme é ter medo de perder o que sequer se tem a propriedade. Talvez, nesse caso, o melhor a fazer seja isso: não prestar atenção.

domingo, 1 de agosto de 2010

Domingo, 01 de agosto

Aconteceram coisas boas e ruins de sexta para cá.
As boas:
Fui ao CCA, não esperava que acontecesse isso, mas chorei na minha partilha ao falar da minha impotência perante a comida e por enxergar que isso está me deprimindo. E aconteceu o que eu já tinha ouvido de outras pessoas, mas nunca havia sentido em mim: fui entendida, aceita, ouvi depoimentos muito semelhantes aos meus na sala.
A coordenadora da sala vai viajar por duas semanas e até me emprestou o livro "Para Hoje" dela. É tão gostoso me sentir aceita da forma como estou, com problemas com comida. Me senti plenamente acolhida.
As ruins:
Trabalhei sexta à noite, sábado da manhã à noite (exceção para a reunião, que fiz questão de não faltar), e domingo até o meio dia. Foi aniversário do meu sobrinho.
A loja dos meus pais ficou responsável pelo bufet, estou exausta.
A festa era das 10 às 13h. Eu e minha mãe conseguimos chegar lá 12h30. Ou seja, neste final de semana eu só trabalhei.
Não deu tempo de organizar o trabalho da pós-graduação.
Só consegui me cuidar porque resolvi chutar o restante que tinha para organizar ainda e me cuidar agora de noite.
Me senti péssima trabalhando. Só vinha na minha cabeça o que o FDP (sem ofender a minha mãe) do meu irmão disse à amante rapariga dele, que contou indignada a uma amiga minha, que me contou: que eu tenho mais é que trabalhar no sábado mesmo, para pagar o que meus pais gastam com a minha filha.
Hoje eu tenho 80% de autonomia financeira é o puto ainda depende de meus pais. Grande filho duma puta!
Meu noivo ficou gripado na semana passada. Ainda está gripado. Pelo menos um pouco. E não foi ao aniversário. Suspeito que ele não foi porque não quis. Porque agora está internado na internet usando o paltalk.
Sua preferência são salas de bate papo. Acho que isso vai dar em merda. Paciência.
Eu estou com uma TPM maior do que eu, e olhe que estou enorme.
Minha menstruação está atrasada cinco dias, já fiz teste de gravidez e não é. Acho que hoje de noite esta danada chega, estou com cólicas.
SE ESTOU DE MAU HUMOR? IMAGINA! VÁ SE FODER!