segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Aniversário de my love


Ontem, domingo, dia 28 de agosto, foi o aniversário do meu amor.
Íamos viajar, mas devido aos cuidados com a gravidez e pelo fato de o caminho para a praia estar íngreme por causa das chuvas, ficamos em casa mesmo.
E foi tão bom!
Meus pais combinaram de fazer um almoço para ele aqui em casa para comemorarmos. Os pais dele também vieram. Nossos pais já se conheciam e a mãe dele já havia vindo aqui em casa, mas o pai dele veio pela primeira vez. A conversa foi fácil, o pai dele foi convidado para voltar outras vezes, tudo estava uma delícia.
Passamos o dia juntinhos, e de noite ainda fomos ao shopping para que ele comesse sunomono e minha filha lanchasse na Mac. Mais bobo e delicioso impossível.
No sábado foi o chá de fraldas do bebê da minha irmã, e eu me acabei de rir com o comentário de uma prima minha:
- Mulher, prima, se tu não tem direito nem a sal e nem a açúcar, te apega à tua gravidez porque é a única coisa que te restou!
Imagine se ela ouvisse que também estou sem poder fazer amor! E aí eu conserto o que ela disse:
- Sem sal, sem açúcar, sem hidroginástica e sem sexo!
E quer saber? Feliz da vida, muito muito feliz da vida!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Sem complicações


Bastou ter calma que tudo foi resolvido. A pressão está controlada. A diabetes gestacional, também. Fomos à endocrinologista, refizemos nossas contas e orçamento. Conversamos com a médica e conseguimos que as consultas ficassem por duzentos reais, o que cabe mensalmente em nosso bolso. Com calma tudo ficou resolvido. Compramos a medicação para ajustar o nível de progesterona, compramos o dosador de glicose (por sinal, com a alimentação correta a minha glicose já deu normal hoje!). Pronto, os problemas foram colocados no devido lugar. E deixados no devido lugar, sobrou muito espaço para ser preenchido com o nosso amor. Um fazendo companhia para o outro. E felizes da vida. Obrigada, meu bom Deus!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Complicações

Estou preocupada. Tento ficar calma e pensar positivo, mas tem sido difícil.
A hipertensão está contornada, o ajuste na medicação foi feito e deu tudo certo.
Ontem descobri que estou com início de diabetes gestacional, isso me preocupa muito.
Minha médica me disse que só confia em uma endocrinologista cuja consulta custa R$300. Ela não trabalha com nenhum plano de saúde.
Estou com medo e me sentindo sem condições financeiras de arcar com estas complicações. Trezentos reais por mês com um único médico é muito além do que posso.
Paciência, só o que posso fazer é marcar a primeira consulta, para saber se precisarei de insulina regular e etc, e depois pedir para minha médica trocar por outra endocrinologista que esteja no meu plano de saúde. Como? Se nem sequer tenho o dinheiro da primeira consulta sobrando? E se ele também não tem?
Vou ligar pedindo para colocar um cheque pré-datado para o dia 2 de setembro, quando recebo dinheiro. Será que vou conseguir?
E minha médica estará de férias em setembro.
Estou me sentindo desamparada e só, mesmo que racionalmente saiba que não chego a estar sozinha.

sábado, 20 de agosto de 2011

A compulsão foi embora. Não há espaço para ela neste momento.
Não tenho vontade de me queixar, não tenho vontade de reclamar.
Sei o generoso presente que a vida me deu. Não vou desperdiçá-lo com bobagens.
Tenho 41 anos, uma filha de 18 anos, o grande amor da minha vida ao meu lado, e duas famílias festejando nosso filho. Tudo o que ficar de fora disso é pequeno demais para me abalar.
O que tiver que ser resolvido fora do centro da minha vida será resolvido com calma.
Sobre comida, estou comendo o que é certo, no momento certo.
Frutas, verdurar, comidas saudáveis, tudo isso faz parte do meu cardápio, sem sofrimento.
Sinto paz e gratidão. E amor, muito amor.

Semana difícil e de muita união (sexta, 19 de agosto)


Agora está tudo ótimo!
Passamos uma semana difícil: tinha gestação em franco desenvolvimento pelos BHCG(s) mas não aparecia saco gestacional nas ultras.

Na terça fui para para o Hospital com dor de cabeça, a médica passou a ultra e um beta. No beta tudo ok, mas a ultra não mostrava saco gestacional. Ela suspeitou de gravidez ectópica e me mandou ficar sem comer (para uma possível cirurgia).
Por fim disse que achava que era a ovulação que havia sido tardia e que na sexta fosse para repetir, que já seria visto.

Ficamos confiantes e esperamos a sexta. (eu chorei um bocado e Meu Amor sustentou a barra, depois ficamos serenos e entregamos o que não podíamos resolver)

Hoje fomos de novo para o Hospital. O Beta deu um crescimento maravilhoso. E a ultra? Bom, a ultra, com um beta de 4451, continuava sem mostrar o saco gestacional.
O médico da ultra disse que não tinha características de gravidez ectópica, pois nada havia de anormal nas trompas. Mas a médica obstetra me deu cinco dias de licença para aguardar um possível abdomem agudo (gravidez ectópica com a trompa rompida= cirurgia de urgência), Inclusive, ela chegou a dizer que apesar do ultrasson não mostrar nada de anormal além da ausência do saco gestacional, pela experiência dela ela acreditava que seria uma gravidez ectópica.
A essa altura nós já conversávamos com minha médica, com minha irmã e com minhas tias por celular.

Uma de minhas tias disse que não confiasse em médico de ultra de urgência.

Minha médica disse que a essa altura o beta dizia que o saco gestacional tinha que ser visto, seja no útero ou nas trompas, e me mandou marcar com urgência a ultra com Dr. Etevaldo (o melhor médico atualmente, o "da moda" atualmente).

Minha irmã se encarregou de arranjar um encaixe hoje mesmo à tarde.
Saímos do Hospital e fomos para lá.
E??? O SACO GESTACIONAL ESTAVA LÁ!!! LINDO E FOFO!!!

E NO LUGARZINHO CERTO!

(NADA COMO UM MÉDICO COMPETENTE. DEI ATÉ UM BEIJO NELE DE TÃO FELIZ QUE FICAMOS!)
Nosso filhote ainda é um saco gestacional de meio centímetro, mas já tem até fotografia tridimencional!

O que aconteceu é que a ovulação foi tardia, então, a ultra de hoje diz que está com 4 semanas e 3 dias, e não é qualquer médico de ultra bocoió e inseguro e novinho que consegue visualizar.

Ou seja, nunca houve problema, nosso filhotinho é que é muito pequenino ainda.

Dia 2 de setembro repetiremos a ultra com Dr. Etevaldo, aí já dará para ver e ouvir os batimento cardíacos.

Ficamos tão felizes!

E depois fomos telefonar e comemorar com todos que estavam preocupados conosco.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Sábado, 13 de agosto


Nunca esquecerei o sábado, dia 13 de agosto.
Eu vinha sentindo sintomas típicos de uma tpm miserenta: oscilação de humor, cólicas, seios doloridos. E mais um sintoma diferente, eu estava fazendo tratamento para manchas de pele, e por conta da minha menstruação não ter chegado na data eu suspendi essa medicação. Em cinco dias as manchas voltaram maiores. Sim, e de repente eu passei a ter medo de cair, passei a ter maior cuidado ao andar. E sentia muita fome.
Na terça-feira, antes do sábado da descoberta, me deu uma vontade imensa, gigantesca, de comer sushi. Ou eu comia sushi ou tinha um treco!
Na quinta-feira eu ainda não havia conseguido ir, então minha filha marcou com uma amiga dela para ir num sushi. E eu combinei com meu noivo de irmos para outro. Só que ele atrasou-se muito porque teve que pegar o irmão no cursinho, então, desistiu de ir e disse que iríamos na sexta. (ele chegou a dizer: com uma vontade dessa, será que não é gravidez? mas eu não pensava nisso, e nem ele).
E eu respondi:
- Olhe, eu estou com vontade de comer sushi hoje, eu vou sozinha, mas vou comer sushi hoje e ponto (assim, bem delicada).
Então ligue para minha filha e fui me encontrar com ela e com sua amiga. Foi ótimo, rimos e conversamos muito.
(na minha primeira gravidez eu tive uma doideira assim por pizza e carangueijo. Ou eu comia ou comia, igualzinho ao caso do sushi).

No sábado de manhã juntei todos os sintomas e mesmo sem acreditar que pudesse estar grávida, fui a uma farmácia e comprei um teste. Deu positivo.
E eu pensei: péra, eu esperei tanto tempo e nunca deu positivo. Será? Acho que deu errado, deve ser o teste que foi o mais barato.
E resolvi ir, sem contar para ninguém, ao hospital para conversar com o clínico de plantão e fazer o teste de sangue.
(eu já tinha tido a esperança de estar grávida tantas vezes e sempre dava negativo, que tinha deixado de acreditar... e pensava: talvez quando eu emagrecer, talvez não dê mais tempo)
No caminho, ligo para a loja (meus pais haviam viajado e eu fiquei responsável pelo sábado) e a funcionária me diz: mulher, temos mais encomendas de docinhos, vou precisar de sua ajuda.
E eu desisto de ir ao hospital e vou para a loja. Mas antes passo na farmácia e compro mais dois testes de outras marcas.
Os dois dão resultado negativo.
Perto da hora do almoço meu noivo chega na loja e fica preocupado com o meu jeito calado, começa a perguntar o que aconteceu. E eu não me seguro e conto.
Ele ficou superfeliz e em dúvida, assim como eu, um exame positivo e dois negativos! Então ele vai à farmácia e compra mais dois.
Os dois deram positivo!
Ficamos com 3x2 para os positivos.
Nos abraçamos e comemoramos, ainda com medo de que não fosse. E então fomos juntos ao hospital. Antes tínhamos que buscar minha filha no cursinho, às 17h, e eu fiquei na maior dúvida sobre contar ou não a ela sem ter certeza.
Contamos. E foi uma emoção tão grande! Fomos os três para o hospital.
E chegamos lá havia obstetra de plantão.
Esperamos juntos e felizes, pois o obstetra disse que raramente um exame positivo de farmácia é falso positivo, esperamos até 22h30 na porta do laboratório.
Nos abraçamos e comemoramos tanto o resultado positivo do Beta HCG!
O médico foi tão legal! Disse que com um pré-natal bem acompanhado a gravidez tinha tudo para correr tranquilamente!
Ele modificou a medicação de pressão e disse que não a alterasse até ir à cardiologista.
Nunca esquecerei de nós três juntos e cansados e felizes esperando o resultado!

Cardiologista

Hoje fomos à cardiologista especializada em gestação. Ela ajustou a medicação (metildopa), pois a pressão ainda está acima do desejado, e também disse que comprássemos um tensiômetro de pulso, o que fizemos assim que saímos dela.
Sim, só um detalhe: ela mandou retirar completamente o sal! (eu nunca fui fã de comida salgada, mas totalmente sem sal são outros quinhentos).
E mesmo me lembrando de que prometi não reclamar, ainda tentei:
- Dra., e nem um tiquinho assim de sal? Sem sal quer dizer totalmente sem sal?
E ela, calmamente (ela é calmíssima), me disse:
- Mas você não está com pressão alta?
E eu, amarela:
- Estou sim, não comerei mais sal, pode deixar.

Vou começar a escrever sobre o meu filhote, ou filhota, vou começar a escrever sobre a gravidez. Na sequência que me der vontade.
Aí vai um e-mail que envie em responta ao e-mail da minha cunhada, no qual ela comemora conosco a descoberta da minha gravidez.

Oi Cunhada!
A realidade de que estou grávida está chegando aos pouquinhos, muitas vezes ainda parece um sonho bom.
É sim como vocês dizem, uma benção, um delicado presente que veio em um momento em que eu não esperava mais, embora desejasse.
A época em que tive minha filha foi muito difícil e apesar de meus pais me apoiarem eu e eles éramos muito novos. Hoje vejo a minha filha linda, minha amiga e companheira, e sinto que todo e qualquer esforço gerou bons frutos. E agradeço.
Estar grávida aos 41 anos é maravilhoso, um monte de medos bobos não existe mais, a experiência com minha filha me mostrou que dá certo.
Fiquei com medo por causa do peso, mas agora, depois de conversar com minha médica e de estar com a consulta marcada com a cardiologista especializada em gestação, na quarta, estou mais tranquila. Por sorte, confio inteiramente na minha obstetra, a minha médica desde o parto de minha filha.
Na verdade, minha maior preocupação é essa: me cuidar para ter uma gestação a mais tranquila possível. Ajustar corretamente o medicamento da pressão.
Estou encantada com a receptividade de todos, tanto os da sua casa quanto os da minha casa, essa sensação de acolhimento e aceitação é deliciosa e aconchegante. Saber que meu filho, ou filha, é amado e bem-vindo e desejado é reconfortante, dá segurança, aquece.
Amo seu irmão e sou amada por ele, e mesmo se não nos amássemos, ele ainda amaria nosso filho e seria um pai presente, esse sempre foi o meu desejo, caso eu fosse mãe novamente.
Sua filha foi importantíssima para que seu irmão sentisse, na prática, o desejo de ser pai. E ela é a melhor professora possível. Delicada, feliz, linda, cativante, de braços abertos para receber carinhos. Uma criança de bem com a vida. Gostaria muito que nosso filho, ou filha, tivesse essa característica de sua filha, a de estar aberta ao mundo.
Sinto saudade de vocês. Doida que você venham aqui para conhecer o(a) sobrinho(a)!
Cunhada, obrigada!
Um beijo bem grande!


domingo, 14 de agosto de 2011


Deus, meu Deus e anjos amigos, ontem à noite recebi um presente há muito, muitísssimo tempo esperado. Há tanto tempo que já nem mais acreditava que aconteceria.
Ontem, dia 13 de gosto de 2011, às 22h30, recebi a notícia de que estou grávida.
MEU DEUS, EU ESTOU GRÁVIDA!!!
Ainda é lindo demais, inesperado demais, pessoal demais para que eu consiga definir o que estou sentindo ou para que possa contar como foi engraçada a descoberta.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011


A época de revolta e desespero está passando, finalmente! Está passando!
Quase já é passado.
Retorno para mim mesma e para a minha vida, com aceitação, sem atropelos, sem me exasperar com o que não consigo mudar de imediato, me voltando para tudo o que tenho de bonito.
Estava muito, muito cansada, estava sem tempo para mim mesma e para meus amores. Trabalhava, trabalhava e voltava para casa para dormir. E me revoltei contra tudo, fiz muito mal a mim mesma e também perturbei os que me amam e que estão sempre ao meu lado.
Chutei minha própria canela.
Essa explicação toda ficou meio melosa! Então, deixa eu simplificar:
Tive piti, e ponto, um PITIZÃO! Mas passou.
Coloquei tudo em ordem, me desenrosquei, e enquanto analisava os nós e como desfazê-los, fui encontrando respostas e me acalmando.
Há um ano e meio eu estava desesperada por estudar tanto e ainda não ter sido chamada em um concurso. Já sou concursada e, num tempo médio, pretendo voltar a estudar para passar num concurso melhor. Para conquistar as coisas que quero ter, que acho que preciso ter.
E vi com clareza que quero apenas coisas, isso mesmo: COISAS. Porque tudo o que realmente importa: AMOR, AMIZADE, isso eu já tenho. Então, adquirir coisas será mais simples do que o que já conquistei.
Primeiro vou aprontar o próximo trabalho da pós.
Depois vou cuidar de escolher o tema da monografia, esta semana já obtive muita ajuda de uma pessoa que trabalha comigo, uma orientação sobre linhas para seguir.
Em novembro, estando com a monografia bem encaminhada, terei férias em dezembro e, em seguida, começarei a estudar de novo para concurso.
Pronto, simples assim.
Neste final de semana, de volta para mim mesma e para meus amores, aproveitei a vida.
Na sexta fomos ao cinema, eu, meu noivo e minha filhota. Sorrimos, nos divertimos.
No sábado trabalhei e de noite fomos ao aniversário do nosso sobrinho.
Do sábado à noite até hoje de manhã eu e meu noivo ficamos abraçados, namorando, nos aproximando, aproveitando um tempo só nosso.
Essas deliciosas reviravoltas da vida, e acho que até as ruins, desde que não sejam terríveis, servem apenas para que acordemos de novo, para dar uma balançada e fazer com que enxerguemos que sim, há um caminho a seguir, e ao mesmo tempo serve para valorizarmos as bençãos que já temos.
Se nunca mais vou ter um piti, seja um inho ou um ão?
Sei que terei. Mas sei mais ainda que racionalizarei o que estiver acontecendo e que colocarei de novo as coisas nas devidas proporções.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011


Tou puta da vida!
Estou irritada desde ontem à noite.
Isso raramente acontece, mas dessa vez veio com uma força que não estou conseguindo dominar ainda.
Hoje estou com vontade de ficar sozinha, de me trancar no meu quarto e continuar com o direito de sentir raiva, muita raiva do mundo e de mim mesma.
E dormir, dormir, dormir. Estou com vontade de me consumir, e de chorar, e de ter pena de mim mesma sem me sentir culpada.
Estou cansada. E com pena de mim mesma.
Cansada de ter caminhos sempre tortos e difíceis. Estou cansada de sempre ter que pegar desvios. Estou cansada de não ter uma vida comum e convencional, mesmo quando faço tudo para ser comum e convencional.
Queria ter casado com uns 28 ou 30 anos. Queria estar casada até hoje.
Queria ter a mesma filha que tenho.
Gostaria de ter o mesmo amor, mas isso seria impossível.
Queria ter a minha casa, o meu carro, a minha vida, independente financeiramente de quem quer que seja.
Ontem à noite eu disse a frase exata do que quero: eu quero ter mais coisas.
Eu, Mulher, quero ter mais coisas. Isso mesmo, sem culpa: COISAS, EU QUERO TER MAIS COISAS!
E que se dane a autocrítica e o medo do castigo divino.
E que se dane olhar para baixo e ver o quanto já galguei. Quero olhar para cima. Neste momento quero e vou continuar olhando para o que não tenho e que espero ter, embora ainda não tenha certeza se isso acontecerá.
Não quero enxergar o amor que tenho, a vida que já tenho. NÃO.
NÃO.
QUERO RECLAMAR MESMO. E DAÍ?
Gostaria sim que a minha vida tivesse sempre ido em linha reta, sem tantos desvios, sem tantos recomeços.
Na questão de estudos, fui boa aluna em tudo que fiz, e de que me serviu isso? Aprendi um monte de coisas, cada uma de uma área diferente e que no final das contas de nada me serviram.
Sim, poderia não reclamar tanto, afinal, sou funcionária pública federal (grande merda). Sei que seria muito pior não estar aqui. Mas quero mais.
Quero ter o meu carro, apenas meu, todinho meu. E não dá para ter isso agora. Minhas contas não deixam espaço para isso.
Não quero mais o carro emprestado de quem quer que seja. Estou de saco cheio de aceitar de bom grado o que me emprestam. Eu não presto. Não quero mais precisar de favor de ninguém, seja de meu pai, seja de meu noivo. De ninguém. NADA.
Quero ter a minha casa, hoje ela seria só minha, minha e da minha raiva, e da minha ira e autopiedade. E depois de a raiva passar, a casa seria minha e da minha filha, enquanto ela não levantar vôo. Talvez um dia eu e meu noivo moremos juntos, talvez. Espero de todo coração ter conseguido ensinar a minha filha que a maior independência é a financeira, a que torna possível qualquer outra.
Por tudo que há de mais importante em mim, e eu sei que a minha raiva não é uma delas, gostaria de poder ficar completamente sozinha hoje. E chorar, a gritar de raiva.
Me sinto ridícula, feia, pobre, dependente.
Não, não me venha explicar sobre a pobreza e sobre todas as mazelas do mundo. Neste momento, neste meu momento, só eu me importo, me importo só comigo. E esses momentos de total egoísmo são raríssimos. Dê licença sem me falar merdas politicamente corretas.
Estou puta em estar me sentindo impotente, desimportante, desquerida, desmerda, desequilibrada.
Preciso desabafar senão vou continuar me consumindo.
E quem tem culpa? Ninguém de fora de mim mesma.
A culpa é toda minha, completamente minha, desde o que eu quero e não tenho, desde a minha revolta inútil, desde a raiva contra mim mesma, até decidir que caminhos longos terei que forçar para chegar às coisas que quero.
É feio.
Sem comentários.