quarta-feira, 30 de junho de 2010

Estou irritada, misturada, insegura, chateada, ansiosa, carente, insatisfeita, reclamando até sem motivos, com uma tpm FDP!
Putz! Que caralho de asa! Ontem e hoje estão sendo dias ruins.
Não quero ser injusta com a minha sorte mas, daí a mentir que está ótimo, são outros quinhentos.
Estive na casa do meu noivo. Ele não está lá com esse humor todo, está meio deprimido, eu acho, querendo emagrecer e não está conseguindo, também não está conseguindo organizar o sono, dorme de dia e passa a noite acordado. E eu, como sempre, com uma saudade da P, mas dessa vez estou agindo irritada ao invés de estar delicada, paciente e amorosa.
Consegui arengar também com a minha filha, talvez até sem motivo.
Quanto ao meu noivo, ele sempre é atencioso, amoroso, mas não consigo deixar de sentir que sou mais frágil, que dependo mais, que quero mais estar perto.
Por outro lado, segurei a compulsão por doce, o que já é alguma coisa. Na marra, mas vou segurar. a compulsão está aqui, só esperando um deslize meu pra dominar a área. Hoje, de novo, ela tão tem chance. Não darei.
Hoje, literalmente, preciso ir dormir logo, o novo dia precisa amanhecer...

Dia 30, junho, quarta

Ontem à noite foi "pra torar"!
Aconteceram um monte de coisas interessantes que me ajudaram a segurar a compulsão.
Comecei me sentindo sozinha, tentei um monte de coisas para a compulsão ir embora, até que acontecimentos inesperados aconteceram...
Tentei escrever aqui: nada. Não adiantou.
Tentei escrever recados no orkut: nada.
Tentei conversar com my love ao telefone: nada.
Berrei por socorro, para o meu amor e para a internet.
Obtive ajuda de ambos os lados.
Ouvi conselhos escritos e falados por gente que não conheço, mas que me ajudou muito.
Conversei por telefone com meu amor, me ajudou bastante.
Meu lindo me levou para uma reunião on line do AA, foi o que deu para participar ontem, qualquer ajuda era bem vinda! E ele ficou lá comigo o tempo inteiro.
Sei que não seria correto falar lá no AA, pois o meu problema é compulsão por outra droga, a comida, mas me fez muito bem ouvir.
Fui dormir esgotada, fisica e emocionalmente.
E o mais importante? Estou aqui, com mais 24 horas de abstinência! OBA!
Meu lindo está chegando ao fundo do poço em relação à comida. Já já ele conseguirá dar um basta, também. Tenho fé nisso. Espero ardentemente por isso.
Pra frente. Mais 24 horas.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Hoje está phoda, isso mesmo, PHODA, com ph maiúsculo!
Que vontade de comer da gota serena!
Também estou carente (não que eu tenha motivos para isso), mas desde quando uma mulher, também comedora compulsiva em compulsão, com tpm, precisa de motivos plausíveis para se sentir carente?
Estou com saudade de namorar, não falo de saudade de sexo, que sempre quero. Taí uma verdade: sempre estou com vontade de fazer amor. É tão raro não ter vontade que acho que só mesmo quando estou muito sonolenta me dá preguiça, mas depois de afastar o sono, hum, delícia!
Hoje me lembrei... péra! Me lembrei está errado! Eu lembro está correto, eu me lembro está errado, é redundância!
Então, português consertado, vamos lá:
Hoje tive saudade do início do namoro, da tensão no ar, da expectativa do encontro...
Tantos finais de semana ficamos juntinhos hoje, tanto aqui quanto na casa dele, num amor gostoso, namorando, curtindo a companhia um do outro. Mas o que senti falta hoje foi da animação, da tensão mesmo no ar, de vê-lo me conquistando e vice-versa. De namorar no carro, no parque, de sair juntos.
Putz, estou sendo injusta!
Tá, a verdade? Estou insegura e carente. É nóia, eu sei, mas estou, estou me boicotando e talvez, no fundo, até arrumando motivos para não segurar a compulsão e aliviar na comida a minha tensão.
Escrever aqui é ótimo para isso: acabo de descobrir que estou me boicotando para arrumar uma desculpa para comer. De preferência doces, o que me propus a me tornar abstinente.
Então? PARE! Pare, Mulher, de se boicotar!
Fique mais meia hora no computador, se levante, tome um banho e CAMA!
Nada, nadica de comida!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Mais uma vez, 24 horas vencidas

Há três dias iniciei domesticar novamente a minha compulsão.
Putz! É muito, muito difícil.
Eu não vinha dando tempo sequer para a razão dizer qualquer coisa, a compulsão tomava conta completamente.
Na sexta-feira tive uma crise de choro, de desespero, na frente do meu noivo (que também está acima do peso e tem compulsão por comida). Ambos vinhamos de rédea solta, sem cuidado algum com a comida, completamente entregues à maldita.
Tivemos uma conversa sobre nos ajudarmos. Esse foi o meu ponto de partida.
AFINAL, AFINAL!!!
Não foi e não está sendo fácil. Tenho que manter a vigilância constante, pois basta deixar de prestar atenção que lá vem a compulsão, de uma forma que eu nem percebo, quando vejo, já estou cogitando e indo comer algo. Basta. Bastou.
Estou reaprendendo a me vigiar, a prestar atenção nos comandos disfarçados e enraizados. Estou reaprendendo a usar a razão para contornar ou, quando a compulsão vem muito forte, pelo menos me controlar enquanto ela passa.
Sei que não estou no maior peso que já tive, mas estou me sentindo horrível, uma baleia gorda, disforme e desengonçada. Lidar com essa rejeição por mim mesma não é fácil. Entendo que é a compulsão arrumando formas de me boicotar, percebo isso, mas é dificílimo mudar essa imagem de mim mesma. Só que eu vou conseguir. EU VOU CONSEGUIR. Porque eu quero, porque eu mereço, porque, na verdade, sei que não sou horrível, apenas estou acima do meu peso.
Embora queira escrever ainda, estou com sono e já são 22h34. Preciso dormir.
Amanhã começa a minha pós. É, a minha pós-graduação! Tempos novos se iniciam.
Que maravilha poder viver!

domingo, 27 de junho de 2010

Equilíbrio se iniciando. Finalmente!

Meu noivo chegou, que bom!
Passou por seus momentos de introspecção e está de volta. Fico muito feliz!
Depois dele, foi a minha vez de chegar ao fundo do poço. Não aguentava mais a compulsão me dominando.
Chorei, me aperriei, tive ajuda da pessoa que mais amo e que também está nesta barco de compulsão: meu noivo.
Há dois dias nos incentivamos, nos apoiamos.
Nunca em minha vida um final de semana que começou na quarta com todos os indícios de que daria errado deu tão certo!
Amor, companheirismo, amizade, diversão, sexo. Sentir tudo isso pelo amor da sua vida é maravilhoso.
E para somar, termos ficado em casa incentivou à minha filha a estudar para o vestibular durante esses dias.
Pela primeira vez ela disse, quando saímos para passear: amo vocês. Deus do céu, eu já sabia que ela queria muito bem a ele, mas ouvir isso, num momentos em que estávamos todos juntos, foi perfeito.
Recomeçar a encontrar o caminho para controlar a compulsão, me dar o tempo necessário para contorná-la, reaprender o auto-controle.
Que massa que a vida sempre traz novas chances!
Obrigada, meu bom Deus!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Desequilíbrio

Ando tão misturada!
Tudo relacionado a essa porra desse peso!
Insegura, insatisfeita, irrequieta, com medo, ansiosa. São misturas de sensações desconfortáveis, que minam a minha alegria, me dipersam dos meus objetivos, me trazem sonhos ruins à noite inteira (que não consigo lembrar com clareza de manhã). Acordo literalmente "quebrada", dor no corpo, medo, ansiedade misturada com insegurança, daí tomo um dorflex e inicio o dia.
Quando começo a funcionar, durante o dia, aí essas sensações vão se distanciando. E no outro dia, tudo de novo.

Meu noivo está com os mesmos sintomas.
Ambos estamos nos sentindo inseguros, um com medo de perder o outro, sem foco no que temos, no que queremos. Sabemos apenas que nos amamos, muito, muito. Mas o que sinto é que essa maldita compulsão está nos dominando.

Sinto medo.

Nosso filho, Deus do céu, e nosso filho? Tudo o que preciso é perder peso!
A compulsão também está me dominando, a partir da tarde. Seguro durante uma parte do dia e, de repente, ela me assalta e me domina. É irresistível.
A compulsão está dominando meu noivo, também.

Nós estamos entrando em outros detalhes que também trazem insegurança.
Sabemos que "Ricardinho" terá duas casas, eu morarei aqui, com meus pais. E ele morará lá, com a mãe dele. Em ambas as casas temos liberdade para dormirmos juntos e passarmos alguns dias.
Meu noivo me propôs que dormíssemos alguns dias aqui e outros lá, que começássemos uma rotina de "casados", antes mesmo de nosso filho nascer.
Eu disse que combinar assim não daria certo. Nos sentimos bem, mas não nos sentimos em casa na casa um do outro, pois são as casas dos nossos pais.
Além disso, há minha filha, que está estudando para o vestibular e precisa da minha segurança e tranquilidade, pois é nítido que quando estou segura e presente ela estuda com mais facilidade e produz mais.
E ele tem uma rotina que é peculiar, ele curte, pelo menos durante algum tempo, o isolamento. Estar sozinho com o som, a televisão, o dvd e o computador, além de fumar dentro do quarto.
Nisso ele é idêntico ao pai dele. E acho que quebrar essa característica dele e nos impor uma rotina não fará bem ao nosso relacionamento.

Nos amamos e curtimos a presença um do outro, sem uma rotina pré-estabelecida. Por um tempo tive uma vontade enorme de ter uma rotina de casados. Hoje, sei que as condições que temos não suportam isso, e cansei de me queixar e desejar o que não era possível.
Aceito bem vivermos da forma como vivemos.
Só o que eu espero, ardentemente, é que nós vençamos a ansiedade e a compulsão. E que nos sintamos seguros. E que não nos boicotemos da forma como estamos fazendo.
Isso é tudo o que desejo no momento.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

24 de junho de 2010

Disse a meus pais que dormiria em casa com minha filha e que meu noivo viria para cá. Aliás, eu nem disse que ele viria para cá, meus pais deduziram isso. E painho insistiu que a nossa casa é bastante segura.
Disse a meu noivo que não ía dormir em casa, disse que iria dormir no apartamento da minha irmã, porque ele insistiu muito dizendo que prédio é mais seguro que casa, e é, eu sei.

Escolhi dormir em casa. Consegui dormir quase meia-noite. Sem meus pais aqui até pareceu que eu estava numa casa desconhecida.
Acordei umas duas e meia, peguei a arma e percorri a casa. Tudo ok. Claro, estava tudo em ordem ou eu não estaria escrevendo agora.
Acordei quatro e pouco, percorri a casa de novo.
Até que enchi o saco e resolvi entregar a Deus e dormir, estava pregada.
Revi a minha noite de São João, foi uma "festa" pra lá de não típica. Assisti a um filme com minha filhote, e quer saber? Foi ótimo! Rimos, nos divertimos, por um bom tempo deixei de lado a sensação esquisita de meu noivo não estar aqui.
Hoje de manhã tomei café com minha filhota, conversamos, rimos. E, de novo, foi ótimo.
Estou sendo a segurança que ela precisava para estudar para o vestibular sem se sentir sozinha. E também estamos unidas e em sintonia nos momentos que ela tira para descansar.
Sinceramente, não tenho do que reclamar.

Sobre o meu noivo, gostaria muito que ele estivesse bem. Infelizmente não tenho controle sobre isso.
Uma hora dessas ele acorda das nóias e chega aqui. Não é hora de eu me intrometer. Sei que ele vencerá.
Batalho um pouco contra mim também, me esforço para não cobrar dele o que no momento ele não pode me dar. Reforço o tempo inteiro o amor que sinto por ele, procuro focar em quem ele é e o que significa para mim. Isso, no momento, ajuda a colocar as prioridades dele na frente das minhas.
A mim, de novo, digo que resta esperar.

Sobre mim, a Mulher:
Resolvi enfrentar a minha compulsão.
Só por hoje.
Consegui manter o controle e permanecerei assim por hoje. Basta!
Há tantos sonhos que desejo e que estão em vias de se realizar! Basta apenas que eu mantenha o controle.
De tardezinha irei caminhar na Jaqueira.
E de noite? Bom, vou assistir a outro filme com minha filhota.
E principalmente, hoje vou preguiçar, relaxar.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

É noite de São João! ... Tem certeza?


Acabo de assistir a um filme com minha filha.
É noite da festa de São João. Não imaginava que seria assim.
Foi muito bom estar na companhia dela. Divertida, bem-humorada, amor da minha vida.


Eu tinha uma ótima noite, típica de São João, marcada para hoje.
Amanhã ou depois iria viajar com meu noivo.
Nada disso aconteceu ou vai acontecer. Infelizmente.
Eu precisava realmente espairecer. Não vai dar.

Fiquei em casa com minha filha, ela vai estudar para o vestibular. Amanhã não sei o que vou fazer, sexta e sábado vou trabalhar, já que não havia para onde ir ou com quem ir, dei folga aos meus pais, vou assumir o lugar deles na loja.

Estou meio perdida, mas me esforçando para me segurar, para manter a altivez e seguir. A cada vez que penso em reclamar me recordo da mulher do hospital, 30 anos, que deve estar lá, ou já partiu, câncer em estágio terminal.
Ela, sem nem imaginar, me inspira a não reclamar quando tenho tantas coisas boas.

Apenas alguns bons planos de diversão não deram certo.

Meu noivo também é comedor compulsivo. Ele está gordo, bastante. Eu o acho lindo. Ele não acha.
Está deprimido, cheio de auto-piedade, quer batalhar contra isso e fica puto por não estar conseguindo.
Disse que precisa ficar sozinho, lutar contra seus monstros.
A mim, só resta respeitar.

Ele mistura toda a bagunça que estão seus pensamentos com, em alguns momentos, medo de que eu não o ame mais. O que eu posso fazer é ter paciência, garantir o meu amor, que ele já deveria estar careca de saber que está aqui. Mas, de toda forma, eu reafirmei hoje à tarde.
Sempre me lembro de uma frase de painho:
- Você não precisa chutar a canela de quem já está caído.
E eu não farei isso ao homem que amo. Não cobrarei nada.
Só posso esperar.
Se disser que estou me sentindo sozinha e abandonada, estarei sendo extremamente injusta e egoísta, com minha filha e com meu noivo.
Se não disser que estou me sentindo sozinha e abandonada, estarei mentindo.

Madrugada, ou quase

Cristo Rei, cadê meu sono?
Fui dormir uma meia-noite. Acordei agora, 4h40. Estarei virando Tetéu?
Quem é Tetéu? E eu que sei? Só sei que ele não dorme. Acho que é um pássaro.
Tá, tou zonando. Também, com essa frescura minha, só vai assim.
Nunca lembro do que sonho, só sei que ando sonhando demais, a impressão é de que é a noite toda, só lembro de um pedacinho de um, nada com muito sentido. Se eu conseguisse lembrar do que sonho, mais fácil seria para analisar o que me incomoda, ou não? Sei lá, tou só enchendo linguiça que, por sinal, perdeu o trema.
Tou sem sono, sem vontade de arrumar as pastas da minha estante, sem vontade de ler, por isso estou aqui, escrevendo potoca.
Ainda penso na mulher de papel que vi hoje, quase morta aos 30 anos. Preciso me acostumar com essas partidas.
Eu não via a morte com temor exageradíssimo, aliás, já vi, há muito tempo.
Hoje encaro com certa naturalidade, mas ainda com ressalvas, desde que seja uma consquência natural do término de uma vida bem vivida, e não como um interrupção de uma vida que tinha tantas possibilidades para ainda serem vivivas.
Me desculpe, meu Deus, aos poucos vou amadurecer. Hoje ainda estou impressionada, 30 anos! Tanta vida pela frente que ela não viverá.
Desculpe, Deus meu, vou amadurecer aos poucos.
Vou mudar de mote:
Não estou triste ou chateada. Só um tico preocupada com que horas esse sono voltará. sorte que o trabalho acaba ao meio-dia hoje, aí, corro para dormir uma soneca e sair para o forró de noite.
Adoro forró, nem sei dançar muito, só o básico. Meu noivo não sabe dançar, mas tem um bom ritmo, talvez um dia se interesse e aprenda, o que eu gostaria muito, ou serei podada numa coisa que amo. Ou terei que sempre dançar com outras pessoas, o que não me agrada muito.
Gosto que minha filha durma aqui, minha cama é enorme e o ar-condicionado, geladinho. Mas isso de não poder acordar e fazer o que der na telha, é um saco.
Neste instante, gostaria que ela estivesse no quarto dela.
Por isso, agora tenho que ir para a sala.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Hoje, 22 de junho de 2010, compulsão, face da morte, velhice, reajustes


Sobre a comedora compulsiva:
Não. Não estou conseguindo seguir dieta. Nadica.
Entrei na academia, e muito importante: com o MEU dinheiro. O dinheiro que ganhei com o novo trabalho, com o meu concurso!E nada.
Não tenho vontade de ir. A vontade durou apenas uma semana. E é apenas emagrecer o que falta para que eu possa engravidar!
Putz, onde está o meu juízo?

Estão acontecendo tantas coisas boas, que há tanto tempo venho batalhando e pedindo a Deus, e quando falta o mínimo, quando falta uma merrequinha: nada. Eu estou contra mim.

Sobre o meu dia:
Cada vez mais meu grupo de trabalho se integra, ficamos mais colegas, almoçamos juntos. Isso é ótimo!

Sobre o meu local de trabalho: não é bonito, mas se entranha na gente. É estranho, mas é isso que acontece, uma mistura de coleguismo agradável e sem competição, já que todos somos concursados. E ao mesmo tempo, é esquisito, incômodo de se acostumar com gente doente, carente, alguns muitos morrendo.

Hoje vi uma paciente de 30 anos em fase terminal de câncer de ovário. Ela havia feito uma sessão de hemodiálise e estava dormindo. Estava branca, muito branca, de uma brancura que jamais imaginei poder existir em um ser humano. Lábios, pele, tudo da mesma cor, uma branco total amarelado.

No meu atual trabalho a morte está sempre presente, encarada de forma natural por quem já trabalha lá há tempo. Vista como incômoda constante presença por mim e por quem começou agora.

Passei uma tarde chorando por ter lido um prontuário inteiro de um recém-nascido que foi a óbito. Muito triste ler a história da morte de um ser humano. Esse é o meu trabalho. Cobrar os procedimentos feitos, por isso tenho em mãos os prontuários dos pacientes.

Rezo, peço com fé, que o tempo me traga a sabedoria que eu pensava ter, mas que a prática me mostra que não estou tão madura assim. Peço para encarar a morte com naturalidade, ou pelo menos com mais aceitação.
Hoje à noite estive num hospital, de novo, só que em outro, para visitar o pai de minha amiga. Ele teve um avc, está com um lado paralisado, mas lúcido e com amigos visitando. Essa é a diferença entre ter ou não dinheiro: ele pôde ir para um hospital bem razoável, com um quarto só para ele, com enfermeiros mais gentis e prestativos que no serviço público.
Saí com minha amiga para conversarmos, jantarmos juntas. Estávamos precisando desse tempo. Ela, para desopilar de tomar conta do pai. Eu, para desopilar da minha rotina.
Sobre o meu noivo, resolvi e vou me dedicar a me libertar mais dele. No melhor sentido possível dessas palavras.
Eu estava muito grudada, sempre com vontade de vê-lo. E quando nos encontramos é otimo, pelo menos na maioria das vezes.
Ele é mais introspectivo. Gosta de ficar sozinho em casa. Curte isso.
Eu sou mais apego, mais de ficar junto, mesmo que cada um faça coisas diferentes no mesmo ambiente. Só que não moramos juntos. eu não me sinto em casa na casa dele e ele não se sente em casa na minha casa. Ambos ainda moramos com nossos pais.
Então, vou aproveitar a minha maturidade e tudo que já vivi para reaprender a me posicionar.
Respeitar mais ainda o recolhimento voluntário dele.
Voltar a me acostumar a me sentir muito bem sozinha, o que eu já sentia, mas andava desacostumada.
E vou fazer isso não por uma bravata idiota, mas porque será saudável para mim. E depois, por consequência, para ele.

domingo, 20 de junho de 2010

O perdão

Depois de entender as respostas para perguntas que não calavam:
- Por você fez isso comigo? Porque o descaso com o meu aniversário?
-Por que agir como se nada fosse especial se você mesmo tinha dito que era importante celebrar, se você mesmo mandou recado para minhas amigas comparecerem?
No final das contas o que me ficou foi que tudo foi um descuido, você estava em Júpiter enquando eu fiquei aqui, sonhando com sua presença.
Chorei, me magoei, passou.
Obtive desculpas e provas de amor, provas de que você é, as vezes, desligado e ponto. Ao mesmo tempo me lembrei de duas vezes em que você me trouxe flores, na frente de todo mundo, para me mostrar o quanto estava feliz com a minha volta, uma vez de uma viagem, outra vez, num domingo, comemoração de aniversário de namoro.
Amo você, lindo amor meu.
Hoje está sendo um ótimo dia.
Pra frente.

sábado, 19 de junho de 2010

Mais um dia merda

Tristeza, prostração, cansaço, desânimo, sono. Estes são meus sentimento agora.
Dormi a noite inteira, regada a rivotril, acordei solenta e fui levar minha filha na escola.
Voltei e dormi até 10h20, uma coisa que nunca faço. Acordei na marra, porque tinha que ir para a loja.
Fui avisada de que meu sogro telefonou. Tentei ligar mas ele não atendeu.
Ontem, quando eu estava com raiva, meu noivo falou com ele sobre estar sem entender o motivo de uma raiva tão grande. Meu sogro pediu para me ligar, e eu atendi.
Meu sogro é gentil, o que eu disse a ele é que estava sentido raiva, raiva que eu não estava conseguindo controlar, mas que raramente isso acontece e que da mesma forma que vem, logo vai embora. Ele disse que seria bom almoçarmos juntos, eu, ele e o meu noivo, para conversarmos e comemorarmos o meu aniversário de uma forma diferente, celebrando a vida. Eu concordei.
Então, liguei para o noivo e, para minha surpresa, ele disse que não era o momento de nos encontrarmos, que as coisas não estavam acertadas e por aí vai. Eu insisti um pouco, mas acabei cedendo e pedi que ele ligasse para o pai para desmarcar o almoço.
Ponto. De manhã liguei, tentando paz. Ele não atendeu.
Depois retormou a ligação e disse que não estava a fim de conversar. Disse ainda que o pai dele disse que viria almoçar sozinho comigo, e eu disse que era para ele vir junto. Ele disse que não viria, que não queria.
Aliás, obtive mais respostas:
- Eu não estou a fim de ir, mas não tenho domínio sobre as ações do meu pai, se ele quer ir almoçar com você, que vá.
- E estão me chamando para almoçar, vou desligar porque não estou a fim de conversar. Tchau.
Tentei falar com ele. Não atendeu.
Acho isso de não atender uma falta de respeito. Por outro lado, ele foi claro. Não quer conversa comigo.
Não há mais nada que eu possa fazer agora.
Dormi a tarde inteira.
Vou dormir daqui a pouco de novo.
Não sei aonde ele quer chegar. Não estou apostando para ver. Mas estou presa a isso, por amor.
Não tenho a menor idéia de onde vai para esse caminho maldito.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Raiva e mágoa

Não consigo sair desse sentimento. Sinto ira, raiva, muita.
Por mais que ele tenha pedido desculpas, não sai do meu sentimento ele dizendo:
- Eu não sei mais o que você quer de mim. Tudo o que eu podia dar, eu dei. Dou meu amor a você, não sei mais o que você quer. Estou cansado, isso é muito chato, suas reclamações são sempre as mesmas, de que eu dou pouca atenção a você. Você é insaciável.

Ele foi injusto, ridículo, egoísta.

No final entendeu que tudo que eu queria era um telefonema, um gesto qualquer que indicasse não se tratar de um dia comum. Nada mais.

Ouvi um monte de coisas que não merecia ouvir.

Ele agiu como um perfeito egoísta. Foi embora de forma covarde.

Ligou hoje à noite para perguntar se eu ficava chateada se ele não viesse para cá. E ao mesmo tempo disse que estava a fim de sair, perguntou se eu não estava a fim de sair com ele.

Maldito egocentrismo.

Quando eu disse que não queria ir porque estava com raiva, chateada, ele disse que entendia, que quando a raiva passasse eu ligasse para ele.

Estou tão irritada, com tanta raiva, estou me consumindo neste sentimento e não estou conseguindo evitar.

Uma das coisas que vou fazer é devolver o dvd que ele trouxe de aniversário. Na verdade, se pudesse, jogaria essa droga no chão até vê-lo em pedaços. Ele simboliza toda a merda de conveniências que foram os gestos dele no meu aniversário. Nenhum cartão, nenhum telefonema, nenhum gesto de carinho, apenas um presente caro para cumprir algum protocolo que não me diz respeito.

Posso até estar errada em alguma coisa, mas agora não consigo analisar isso. Sinto apenas raiva e mágoa.

Então, ele disse que ia ficar em casa, disse que era bom nos vermos, pois sempre que estamos juntos e nos olhamos qualquer mal entendido passa, basta olhar o amor que sentimos um pelo outro. Perguntou se eu queria que ele viesse me buscar, eu disse que não. Minha raiva, pela primeira vez, não está cedendo. Quero solidão, isolamento.

Ele me mandou ficar com Deus, eu disse a ele que Deus ficasse com ele, que hoje Ele não está comigo e nem eu quero.

Meu Deus, me desculpe, sei que o senhor está comigo, mesmo quando nenhum de meus pensamentos reflete que eu esteja com o Senhor.
Obrigada e me perdoe, sinto muito.

E agora 1,5 mg de rivotril para aquietar os sentimentos e adormecer. Tudo o que quero é apagar e esquecer.

Amanhã é outro dia. Dia de cumprir obrigações inevitáveis e voltar para dormir.

Final do folhetim aniversário de merda


Recebi o pedido de desculpas. Eram quase 23h.

Já estava com 1 miligrama de rivotril para dormir em paz e pesada pela tristeza.

Chorei que raiva, tristeza, decepção, tudo misturado. E graças a esses dois ingredientes, choro de desabafo e rivotril, apaguei até hoje de manhã.

Ele pediu desculpas sinceras. Finalmente entendeu que eu não queria uma vírgula a mais do que ele já me dá, que eu queria apenas alguma ação fora do convencional, um gesto que me mostrasse que o dia do meu aniversário era especial para ele.

Pediu desculpas por não ter entendido, por não ter se mexido, por achar que eu saber que ele me ama é o bastante no dia do meu aniversário, por aprofundar demais um simples pedido, achando logo que eu queria alguma coisa impossível, ou que eu queria a sua alma, pois amor ele me dá.

Afinal, ele entendeu.

Que eu não queria porra de dvd, não queria porra de telefonema no horário conveniente, muito menos visita com hora marcada e saída como se estivesse louco para ir embora.

Grande merda. Grande, grande bosta.

Ainda estou irritada, sem vontade de vê-lo. Magoada.

Passarei o dia hoje tentando deglutir isso, tentando esquecer, para de noite estar a Mulher de sempre.

Só sei de uma coisa, mais uma vez, aliás, mais de trocentas vezes, ouço minha consciência falando: quem muito se abaixa o fundo das calças aparece.

Hoje haverá um café da manhã, lá no trabalho, para comemorar os aniversários, o meu e o de outra funcionária. Aproveitarei o dia.

Quanto ao meu noivo, basta. Basta de dar a ele tanto poder sobre o meu ânimo.

Por hoje, eu me basto.

Por hoje, não vou procurá-lo. Por hoje darei a ele apenas o que posso: a minha certeza interior de que eu o amo. Sem gestos ou ações.

E isso não será nenhuma ridícula vingança. Hoje, é tudo que tenho para dar.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Uma merda de aniversário. E daí? Perdido e ponto.


São 21h43mim, meu aniversário de merda acabou.

Queria não ser ingrata, preciso perceber tudo o que meus pais fizeram por mim. Agora, não estou conseguindo.

Minhas amigas mais presentes, cada uma querida, cada uma com seus defeitos e qualidades, meus irmãos, cunhado, sobrinho, sogra, filhota, noivo e meus pais, todos estiveram aqui presentes para cantar os parabéns. Sou agradecida por isso. Me sinto querida.

Reconheço a boa vontade de painho e mainha em fazerem meu aniversário mesmo depois de passarem o dia trabalhando e estarem exaustos.
Sinto muito por eles e por mim por não ter conseguido sentir alegria, gostaria muito de não dar ao meu noivo a capacidade de afetar tanto o meu humor. Infelizmente, não sei fazer diferente.


Aqui em casa temos um hábito: acordar o aniversariante cantando parabéns. Faz tanto tempo que isso acontece que eu nem me lembro quando começou.
Meu noivo participou disso no aniversário de painho.

Há dois dias ele disse que era melhor não dormir aqui e só falar comigo depois, porque quando viessem me acordar com parabéns ele poderia tomar um susto e ficar mal humorado. Então, era melhor não dormir aqui, já que somado a isso, de manhã eu teria que sair cedo para trabalhar. Tudo bem.

Desde de manhã cedo recebi telefonemas de parabéns. Começaram às seis e pouco da manhã.
Lá pelas 11 horas todos já haviam ligado, todos, exceto meu noivo.
Umas 11h40 resolvi almoçar em casa, fazer algo diferente de comer quentinha no trabalho.
Já dentro do carro, chateada, liguei para ele para cobrar os meus parabéns. Ele disse que estava esperando para ligar na minha hora de almoço. Claro, nada mais convencional que isso!
Puta que pariu!

Sei que nos amamos e etc, mas isso basta? Basta que cada um continue sua vidinha, sem mudar uma vírgula na programação, já que o amor está garantido?
Porra!

E ainda tive que ouvir que ele está sempre comigo, que dá tudo o que pode a mim, que não sabe porque eu fico insatisfeita, que eu sou insaciável, que acha que não fez nada de mais...

Claro, porra, exatamente isso, você não fez nada de mais. Só se fecha nessa porra de rotina, nesse sentimento de amor pensado, e não fez nada para estar comigo ou para me fazer sentir que era um dia especial.

Me trouxe um presente caro, me desculpe, mas a verdade é que estou "cagando" para essa porra de presente. Tudo que eu mais queria era um cartão escrito, um telefonema em horário não convencional, um carinho, tudo que eu queria era a sua presença.

E ainda chega aqui e de repente, não se despede direito, não fala sequer com minha amigas e vai embora porque minha sogra não sabia ir sozinha para casa! Isso porque a casa dele fica a 1,5 Km da minha.

Ora, foda-se!

Isso mesmo, F O D A - S E!

Queria muito, muito, ter mandado hoje a sua introspecção e a sua arrogância para a PQP, por você achar que eu saber do seu nobre sentimento por mim deve ser o suficiente para me fazer feliz, mesmo que na prática você não tenha movido uma palha para me demonstrar isso hoje.

Sinto muito por mim. Meu aniversário acabou, e eu, infelizmente, não consegui aproveitar o dia.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Quarenta anos


Queria estar feliz agora, tenho bons motivos para isso. Sinto muito. Não estou. Talvez amanhã esteja. Muito provavelmente estarei.

Sei que tenho amores. Sei que cometo erros. Um deles é, às vezes, esperar das pessoas mais do que elas podem me dar. Eu não demonstro o que quero e, quando não acontece o que desejo, me desanimo.

Amanhã é meu aniversário de quarenta anos. Meu noivo muito falou, inclusive entrou em contato com algumas amigas minhas para chamar para virem aqui em casa, fiquei sabendo disso por um erro de correspondências no orkut.

Mas sabe quando você espera mais um pouquinho das pessoas?

Eu esperava que ele viesse, ou melhor, que ele quisesse dormir aqui hoje para acordar comigo amanhã, e nada! Só uma noite normal. Não quero ser mal agradecida, pois sei que temos saúde, amor e etc, mas apenas hoje, realmente, eu queria mais. Ele chegou a dizer que viria com a mãe dele às 19h! Putz, não precisa. Você não é visita.

Depois conversei com ele e ele falou de amor e coisa e tal, mas apesar de saber que falava a verdade, estou meio murcha, sem graça. Será um dia convencional, com uns parabéns convencionais, na hora convencional.

De fato, esperava mais dele e da minha filha. E não esperava nada do outro mundo, apenas desejava que ele tivesse tido a brilhante idéia de querer dormir comigo.

Também estou chateada porque ele disse, dias antes, que tinha receio de que quando fosse acordar de manhã com minha família cantando parabéns ele poderia acordar sonolento e ficar mal humorado. Que custava fazer este "esforço"?

Minha filha veio dormir comigo, ela sempre vem, e colocou o despertador na hora de sempre, depois de mim. Não me deu um beijo, não houve chameguinho, só o de sempre.

Estou com dor no quadril. Tomei um dorflex e um miligrama de rivotril para garantir um excelente sono, com ou sem mimos. Nesse caso de hoje, sem.

Que venha o amanhã, e que essa sensação ruim se dissipe. Ou não.

Tou dramática. E daí? Eu posso.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Arrumação da sala em que trabalho

Faz duas semanas que os terceirizados foram embora. Eles foram ótimos, fizemos boa amizade.
Nossa, mas quando eles sairam pude sentir o que significou a nossa chegada!
Com a saída deles, depois de terem apenas uma semana e meia para nos passarem o serviço, pude sentir o quanto o local de trabalho era silencioso e agradável antes de chegarmos. Pude sentir o quanto bagunçamos o lugar com nossa presença, com o nosso barulho e curiosidade para aprender o serviço, e mais, eles nos ensinaram para que ficássemos no lugar deles. Definitivamente, não deve ter sido fácil.
Quando eles se foram foi um misto de alívio e apreensão, pois não houve tempo para aprender toda a rotina, e ao mesmo tempo um alívio pelo silêncio. Na verdade, gostei de aprender "na tora", conforme o problema ía se apresentando.
Hoje, afinal, chegou o dia de faxinar o local, guardar as coisas deles, antigas, deixar o lugar com a nossa cara, com as nossas coisas.
Nos momentos de folga, quando pensava no ambiente de trabalho, eu tinha três pensamentos fixos em relação à sala:
1) Quando eu poderia jogar fora um quadro velho e meio rasgado.
2) A mesa que herdei tinha uma tampa de vidro quebrada em dois lugares e em baixo dela um monte de figurinhas, adesivos e algumas fotografias de pessoas que não conheço. Não via a hora de ter uma mesa de madeira, simples, sem tantos negocinhos em cima. Quando vi a mesa limpinha deu um alívio!
3) Quando poderia jogar fora um arranjo com as flores já caindo, que ficava em cima da televisão. Hoje, afinal, ele foi para o lixo.
Acho que pelo desânimo por estarem saindo, eles, apesar de ótimos anfitriões, não estavam ligando muito para a limpeza. O filtro do ar-condicionada estava imundo. O interruptor, preto. a porta, encardida e suja.
Providenciei a limpeza do filtro e eu mesma limpei a porta e o interruptor. Ver tudo limpinho e funcionando bem dá uma satisfação!
Sei que o local não é minha propriedade, que é um bem público, mas enquanto estiver lá vou mantê-lo limpo e funcional. É assim que gosto de trabalhar.
O setor pelo qual fiquei responsável, mesmo com a saída da encarregada que entendia do assunto, conseguiu bater a meta, cumpri tudo o que era necessário. E ter o meu esforço reconhecido, como diz o mastercard, não tem preço.
Sei que trabalho num serviço público, sei que as coisas não funcionam tão rápido quanto numa empresa privada, mas no que depender de mim, não vou me contaminar com as manias de alguns servidores, não vou fazer de conta que trabalho, estou e vou continuar fazendo juz ao que recebo. É assim que eu funciono.
Esta semana obtive a resposta positiva sobre a minha especialização, passei! Ela durará um ano e meio. Com ela terei 27% a mais sobre o salário-base. Ela ajudará a garantir o pagamento de uma babá para o filho que terei com o meu amor.
Também penso em providenciar logo o curso de capacitação de 90 horas. Precisarei dele daqui a 1 ano e meio, e penso em providenciar logo porque, se Deus quiser, dentro de um tempo médio eu engravidarei e por isso não posso deixar para fazê-lo no ano que vem, quando estiver mais pesada da gravidêz, já que mesmo grávida e até já com o bebê terei qeu completar a pós.
Tempos trabalhosos e deliciosos me aguardam! Afinal, bons ventos financeiros sopram!
Obrigada meu bom Deus!

sábado, 12 de junho de 2010

AGRADECIMENTO

Andei lendo o que havia escrito em março e abril, putz, eu estava uma pilha!
As vezes tenho certeza de que Deus sabe a hora em que chegamos ao limite que suportamos, ele sabe que dali em diante desceremos ladeira abaixo e, quando menos esperamos, Ele nós dá um novo rumo, nos traz esperança e concede uma porta por onde seguiremos novos caminhos.
Aconteceu comigo, eu estava entrando em parafuso. Então, uma porta se abriu.
Obrigada.

Estou numa das melhores fases da minha vida.
Passei num concurso (não o ideal), mas um importantíssimo para a esperança que eu precisava.
Vou fazer pós-graduação, fui selecionada entre os servidores que passaram através de dissertação.
Estou emagrecendo, comecei há duas semanas. Sem medicamentos, apenas o juízo entrando nos eixos.
Voltei para a academia, venci a resistência por estar bem gordinha. E fui muito bem recebida.
Em breve liberaremos a tabela para concebermos nosso filho, eu e o lindo amor da minha vida.
Minha fihota é estudiosa, ética, sensível, amiga, e está estudando para passar no vestibular.
Estar fora de casa trabalhando trouxe uma nova forma de relação com a minha mãe, estamos sem brigar, conseguimos conversar, escuto e sou ouvida, sem me sentir mexida, misturada.

Ô Deus meu, obrigada por tantas bençãos!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Novos Rumos!


Nada como estar viva e poder mudar!

Há uma semana comecei a dieta! É, finalmente! Decidi quando meu noivo teve uma conversa comigo sobre eu escolher entre termos o nosso filho ou eu me manter gorda e insatisfeita comigo. E depois, ouvi uma coisa linda, que deu até tesão:

- Mulher, me ouça bem, se você não emagrecer, em três meses eu engravido você, ouviu?

- Você está insatisfeita, e está gordinha mesmo, isso não muda em nada o fato de eu te amar e te achar linda, mas pense bem, você está abrindo mão do nosso filho em nome da comida, então, se você não emagracer, em três meses eu engravido você.

Vixe, ouvir isso me acordou! E bem verdade que na hora me deu até tesão. Imagine teu homem dizendo um negócio desses... só pode dar tesão mesmo, quase chamo ele para fazer neném naquela horinha. (Desculpe, mas não estou aqui para mentir).

Semana passada e sob o incentivo dele, decidi voltar para a academia. Morta de vergonha, ou melhor, viva de vergonha, tal qual diz a minha filha.

Vivi uma dilema danado, vergonha, resistência, tudo me visitou ao mesmo tempo. Me peguei arranjando um monte de desculpas para não voltar. Ainda bem que identifiquei o boicote comigo e lutei contra ele.

A aula era às 19h30, fiquei me convencendo a não ir até às 19h10. Então, aproveitei um segundo de descuido da Mulher sabotadora e fugi e fui. A receptividade do pessoal de lá foi ótima! Tanto de alunas quanto dos professores, me senti querida, e vi o quanto a resistência e o boicote da gente com a gente mesmo nos faz mal. Nos apegamos a um monte de tabus e nos submetemos a eles, ainda bem que consegui questioná-los e ir. Estou me sentindo muito, muito melhor. Trouxe de volta o ânimo para eu me cuidar, para voltar a gostar do meu corpo e, fruto de tudo isso, trouxe de volta a confiança em que serei, num dia medianamente breve, uma grávida feliz e saudável ao lado do homem da minha vida e da minha filha, as pessoas que mais amo nesse mundo.
Sempre quis ter outro filho, mas faltava bufunfa, tempo e o amor da minha vida. Graças a Deus, tudo isso agora eu tenho. A única batalha a ser vencida , a contra o peso, eu já comecei.

Sim, preciso dizer aqui um acontecimento também maravilhoso em minha vida:

A segurança pessoal que passar nesse concurso e estar trabalhando num emprego separado da empresa de meus pais está me trazendo.

Eu perdi a timidez, me mostrei sem passar tanto tempo analisando as pessoas e o ambiente, e fui plenamente aceita, me mostrei competente, digo o que penso, sem falar demais ou impor a minha vontade, mas com uma firmeza suave e constante. E essa nova Mulher, confiante em sua capacidade, está fazendo sucesso, conquistanto simpatias, merecendo o reconhecimento presente.

Isso de me sentir independente, segura, me fez um bem imensurável. Está me trazendo plenitude, maturidade, felicidade, me sinto realizada.

Sei que terei, num futuro próximo, que estudar para outro concurso melhor. Mas o bem que este concurso federal para nível médio está me fazendo, isso é imexível (como diria um político conhecido). O que amadureci e me realizei já faz parte de mim.

Obrigada meu bom Deus.