Acabo de assistir a um filme com minha filha.
É noite da festa de São João. Não imaginava que seria assim.
Foi muito bom estar na companhia dela. Divertida, bem-humorada, amor da minha vida.
Eu tinha uma ótima noite, típica de São João, marcada para hoje.
Amanhã ou depois iria viajar com meu noivo.
Nada disso aconteceu ou vai acontecer. Infelizmente.
Eu precisava realmente espairecer. Não vai dar.
Fiquei em casa com minha filha, ela vai estudar para o vestibular. Amanhã não sei o que vou fazer, sexta e sábado vou trabalhar, já que não havia para onde ir ou com quem ir, dei folga aos meus pais, vou assumir o lugar deles na loja.
Estou meio perdida, mas me esforçando para me segurar, para manter a altivez e seguir. A cada vez que penso em reclamar me recordo da mulher do hospital, 30 anos, que deve estar lá, ou já partiu, câncer em estágio terminal.
Ela, sem nem imaginar, me inspira a não reclamar quando tenho tantas coisas boas.
Apenas alguns bons planos de diversão não deram certo.
Meu noivo também é comedor compulsivo. Ele está gordo, bastante. Eu o acho lindo. Ele não acha.
Está deprimido, cheio de auto-piedade, quer batalhar contra isso e fica puto por não estar conseguindo.
Disse que precisa ficar sozinho, lutar contra seus monstros.
A mim, só resta respeitar.
Ele mistura toda a bagunça que estão seus pensamentos com, em alguns momentos, medo de que eu não o ame mais. O que eu posso fazer é ter paciência, garantir o meu amor, que ele já deveria estar careca de saber que está aqui. Mas, de toda forma, eu reafirmei hoje à tarde.
Sempre me lembro de uma frase de painho:
- Você não precisa chutar a canela de quem já está caído.
E eu não farei isso ao homem que amo. Não cobrarei nada.
Só posso esperar.
Se disser que estou me sentindo sozinha e abandonada, estarei sendo extremamente injusta e egoísta, com minha filha e com meu noivo.
Se não disser que estou me sentindo sozinha e abandonada, estarei mentindo.
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