quinta-feira, 22 de abril de 2010

Saudade II


Porque escrevi aquele drama todo sobre minha filha?
Sei lá, em parte é drama, em parte é verdade.
Sei que isso de ser humano é complicado. Uma hora alegria, noutra, introspecção, solidão.
Estou exagerando de novo, eu sei, mas isso aqui é meu e escrevo o que der na telha.
Agora mesmo, já conversei com a minha filha, nos acertamos. E eu estou assistindo a um filme meio assustador, e estou adorando. Até pedi a ela, pois tenho muito medo de ET e esse filme é adaptação de fatos reais (contatos do quarto grau), que durma comigo caso eu fique realmente com medo. Estou entre satisfeita por estar sozinha e cismada por estar nesta situação.
Calma. Nada a ver com ET ou medo de traição por parte de meu noivo, é algo maior que isso.
Com relação ao meu noivo, aconteceu uma coisa engraçada. Antes eu dizia que ele era como gato, numa hora queria afago, aconchego, noutra queria estar sozinho com seu quarto e seu computador e filmes. Nada do outro mundo, mas ele era bem claro sobre isso.
Com o passar do tempo essa necessidade de estar sozinho foi diminuindo, mesmo porque ficamos grudados no final de semana e temos a semana para cada um viver para si.
Como sempre, passamos o final de semana grudados. Ele estava com muito tesão e carinho, eu adorei o clima e aproveitei, senti o mesmo. Fizemos amor várias vezes.
Ontem, quarta, foi feriado. Dormimos juntos na terça e ele quis assistir filme, nada de amor, apenas alguns carinhos. E ele até brincou que eu sempre estou disposta etc, mas não fizemos nada. Tudo bem. Depois que acabou o filme ele tentou me acordar com beijinhos, mas eu estava tão sonolenta que não consegui.
Na quarta de manhã ele quis fazer amor. Fizemos. Não foi mágico, mas foi muito bom.
Na quarta à noite, de novo, filme. E ele se chateou quando eu falei em fazer amor, disse que com aquele filme não dava para pensar nisso, que o filme era espiritual e por ai vai.
De novo tentou, depois do filme, me acordar com brincadeira. De novo, eu estava cansada e não acordei.
Passamos o dia normal, comum.
Iamos dormir esta semana juntos.
Hoje, ele já tinha dito que estava com vontade de ir para casa, pois ficaria aqui de noite e eu só ia chegar depois das 22 em casa porque tinha aula.
À tarde, eu tinha uma consulta marcada e que foi desmarcada em cima da hora.
A aula de hoje à noite também foi desmarcada.
Logo, eu ficaria em casa. E em casa estou agora.
Como ele já havia dito, desdito e disse de novo, disse que estava a fim de ir para casa, pois estava com saudade das coisas dele.
Sábado eu vou a um casamento e ele não poderá ir. Domingo ele sairá e eu não quero ir.
É, ninguém pretende ou consegue viver grudado sempre.
Na verdade, estou sentindo falta de, de fazer amor, é isso.
Ouvi dele que para fazer amor é necesssário todo um clima. É esquisito ouvir isso.
E com isso fica mais do que certo que é preciso nos distanciarmos.
Hoje ouvi sobre a mágica que foi o início do nosso namoro. Hoje fizemos planos para comemorar aniversário de um ano de namoro. Hoje dissemos que nos amamos. Hoje ele precisa do espaço dele. Hoje é um dia em que eu estou sentindo vontade de fazer amor, e não apenas no sentido físico. Hoje sinto falta de mágica.
Na verdade, é esquisita essa sensação de querer fazer amor e o outro não querer. Eu nunca havia passado por isso. E sei que estou exagerando, mas sou assim e ponto. Agora estou assim.
Pelo menos nos próximos dias eu não quero demonstrar que quero fazer amor. Isso é uma decisão minha e não vou mudá-la. Não quero ouvir que estou forçando a barra. Sei que ele não disse isso, mas isso de o filme não ser para este assunto soou estranho, muito. Pode ser que não tenha sido isso que ele quis dizer, mas isso de ter que ter todo um clima é estranho.
Há momentos, raros, é verdade, em que procuro desesperadamente por meu lado em que me fecho, em que sou pedra. Eu ando meio esquecida de que posso ser dura. Para falar a verdade, sou péssima em fazer isso com ele.
Não quero ficar chata, apenas me sinto esquisita. É a primeira vez que sinto vontade e ele não quer. Paciência. Acontece com qualquer ser humano, eu sei. Mas sentir isso comigo, isso são outros quinhentos.
Enfim, nada de anormal no meu reino. Apenas o de sempre.

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