domingo, 25 de abril de 2010

Manter a calma, apesar da raiva!




Vou logo avisando, estou com muita, muita irritação e raiva.

Vou despejar aqui, vou falar mal de pessoas que só eu posso falar mal. Você, nem pense em fazer isso.

Está difícil suportar a minha mãe.

Abro, dou licença, deixo ela passar com sua dor, aliás, todos deixamos, saio do caminho, tento ficar neutra, mas simplesmente as vezes é impossível. Ela sabe ser insuportável. E sei que, neste momento mais que em qualquer outro, é necessário ficar calada. Mas também é inegável ver que ela aproveita esse respeito para pisar, chatear, demonstrar insatisfação.
Tenho consciência de que é a mãe dela que está morrendo no hospital. Mas, putzgrila, há momentos em que é difícil aguentar.
Sim, estou com raiva. Me é impossível não ficar. Estou irritada! Muito.

Durante os três dias em que ficou na praia, de fato ela e painho precisavam porque estavam muito cansados, quando ela me ligava me chamava de meu amor pra lá, meu amor pra cá (ela nunca fez isso no dia a dia), Deus me perdoe, mas achava isso tão esquisito! Sabia que era uma, talvez, forma de gratidão por estar tomando conta da loja, mas me soava também falsidade, mãe, me perdoe, mas é verdade.

Ela voltou e continuamos a cuidar da loja para ela ficar com vovó.
Todas as reclamações de sempre, todas os desrespeitos de sempre, todos os abusos e detrimento em relação a mim voltaram com força total, como isso servisse para ela desopilar, descarregar a revolta.
Eu não aceito mais isso. Não devo porra de obrigação nenhuma de aguentar as provocações e reprovações por algo que não fiz.
Não cola mais.
Não sinto mais culpa.
Não procuro mais a aceitação dela e ponto final.
Não me sinto mais na obrigação de, almoçando todos juntos, lavar a louça do almoço ou do jantar enquanto minha irmã e seu esposo não ajudam em nada.
Não sinto mais pena dela ficar cansada se ela mesma se elege para tomar conta do meu amado sobrinho enquanto minha irmã e meu cunhado vão dormir.

Ontem à noite cheguei da loja e de uma bobagem que tinha para resolver em cima da hora para tomar banho para o casamento.
Me vesti rapidamente.
Chegou painho dizendo que ela queria a minha televisão no quarto dela, porque a televisão deles tinha quebrado.
Já pronta, fui ajudar painho a colocar a televisão no lugar, só que o telefone tocou para ele e colocamos a televisão em cima da cama. A danada caiu dela e ficou com uma rachadura no plástico. Voltei e fui ajudá-lo a colocá-la em cima do guarda-roupa, meu vestido quase rasga e mainha terminou de ajudar. Eram 19h50. O casamento era às 20h.

Chamei minha filha e pedi para meu pai tirar uma fotografia nossa juntas. Já estava suando.
Na hora, chega mainha perguntando a quem pertencia algumas blusas que a empregada deixou pendurada após passar. Eu perguntei se poderia guardar no outro dia, pois estava mais que atrasada para o casamento.
E ela responde:
- Pode guardar amanhã, depois de amanhã, daqui a três dias...!
Puta merda! É preciso ter um ovo de elefante para aguentar isso!
E durante todo o dia de hoje foram provocações desse tipo, inclusive na frente de minha irmã.
Me perdoe, meu Pai, mas dá vontade de mandar ela...
Por isso estou usando esse espaço para pensar, pensar em como posso desviar desse ciclo maldito.
Me ajude, por favor, me ajude a não me trocar com ela, a não enxergá-la como enxergo agora.




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