quinta-feira, 18 de março de 2010

Tá na hora de falar da porra da compulsão


É isso.

É uma porcaria começar o dia bem disposta a segurar a alimentação, comer um sanduiche gostoso de pão integral e queijo, comer frutinhas e etc, etc, etc e depois mandar tudo para a PQP. Quando chega a hora do almoço, putizgrila, com aquele monte de comidas gostosas e de doces do lugar onde trabalho e com a facilidade de acesso, meu controle vai embora e atolo o pé na jaca.

Depois (agora) me sinto culpada, feia, gorda (estou engordando de novo), com raiva. Me lembro dos corpos no lugar das ex do meu noivo, me lembro do quanto estava bonita antes de engordar esses 20 quilos a mais que tenho agora. Porra! Isso é uma bosta.

Ah! Com um assunto assim e com esse sentimento de impotência só dá vontade de falar palavrão mesmo!

Comecei a ter problema com o peso depois de ter minha filha. Me sentia culpada por ter escolhido errado o pai dela, por ele não ser presente, por ter tido ela sem ter condições financeiras de sustentá-la. Isso foi há 16 anos. Desde então vivo no efeito sanfona.

Cheguei a ter 40 quilos a mais do que o meu peso. Estava, de fato, uma baleia.

Tenho um rosto bonito, e quando estou no meu peso, gosto de ver que os homens me olham.

Quando estou assim, gorda, ou ainda gordinha, me sinto deslocada, fora do lugar, é muito ruim essa sensação de desprovação, da minha desaprovação principalmente. Desaprovação e falta de controle.

Há uns oito anos coloquei uma banda gástrica, que não é uma cirurgia muito invasiva, já que apenas coloca a banda lá no lugar sem retirar parte alguma de estômago ou intestino. Emagreci por dificuldade mecânica de comer e, após aprender a contornar isso, engordei quase tudo de novo.

Ano retrasado, em 2008, fui aos poucos me preparando para no dia seguinte ao meu aniversário começar uma dieta, na verdade uma verdadeira reeducação alimentar, e perder sem remédios ou outras muletas o peso que precisava para me sentir bem. Tinha também outra meta: retirar a bendita banda, pois ela estava lá só enfeitando e não se sabe o que ela pode causar com o passar dos anos.

Foi um ano de reencontro comigo, de me redescobrir, de redescobrir minha beleza exterior e minha força e determinação interior.

Antes de chegar ao meu aniversário de 2009 conheci o amor da minha vida, atualmente meu noivo. O conheci na época em que estava quase no peso que queria, feliz da vida. Agradeço a Deus por me permitir encontrar quem eu já nem acreditava mais que seria possível. Não sou espírita, mas sei que é ele, simplesmente ele, que minha alma procurava.

Em junho de 2009 fiz 39 anos, no peso que eu queria, ao lado do amor da minha vida e de minha filha, outro ser humano iluminado que encontrei neste mundo.

Cometi o erro do excesso de confiança. Perdi o controle sobre minha compulsão.

Ando nervosa, esperando o resultado de um concurso que deve sair na sexta. Tenho tantos sonhos a realizar, e agora eles dependem basicamente de dinheiro.

Não culpo o descontrole apenas nessa tensão, isso é só uma desculpa.

Sou comedora compulsiva. Perdi o controle.

Preciso desesperadamente voltar a me controlar. O excesso de peso já está me modificando: minha auto-estima, minha vergonha, meu sentimento de ser desapropriada... se continuar, isso inevitavelmente prejudicará meus relacionamentos, com meu noivo, com minha filha, com meus amigos. Eu passo a sentir vergonha, me retraio, fico triste. Tudo por minha própria cobrança.

Tudo por meu próprio descontrole.

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