segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Abortamento, de novo



Ontem à noite depois do choro fui dormir com pontadas de cólicas. Me tranquilizei rezando, pedi que me ajudassem para eu me acalmar e pedi ajuda para conseguir entregar a Deus a minha sensação ruim e conseguir adormecer.
Acordei depois da meia noite e senti minha calcinha molhada, achei que era xixi. Me levantei e fui ao banheiro, havia bastante sangue na calcinha e quando me sentei senti que saiu um grande coágulo.
Liguei na mesma hora para meu noivo, em menos de dez minutos ele estava na minha casa para me ajudar. Foi extremamente amoroso e prestativo, ele sempre é assim nas horas difíceis e até mesmo na maioria das horas. E assim deixamos de lado qualquer desavença e nós fomos juntos ao hospital.
No hospital eu fui atendida pela obstetra e ela passou uma ultrassonografia. Na hora de me levantar para ir fazê-la senti outro grande coágulo saindo, então ela me acompanhou ao banheiro e vendo o que acontecia resolveu analisar o colo do útero com um toque.
Colo fechado e bastantes coágulos mais.
A ultra deu o resultado temido: o saco gestacional ainda estava lá, mas não se viam batimentos cardíacos e o embrião tornou-se um material amorfo a ser expulso.
Ainda na segunda anterior, dia 12, estava lá tudo ótimo, nosso filhote com 6 semanas e um dia e com batimentos cardíacos. Hoje de madrugada, dia 19, a ultra denunciando 6 semanas e 4 dias, e o diagnóstico de abortamento inevitável em curso. Passamos a madrugada e o dia no hospital. Saímos de lá no final da tarde.
Nunca pensei em minha vida, nunca mesmo, que um dia teria um aborto, muito menos dois abortos em seis meses. Isso é estranho e assustador.
Permanecerei de licença, ainda há sangue e coágulos para sair. O médico me disse que se houver sangramento intenso de novo é para voltar ao hospital. A partir de hoje entrarei de licença médica por um motivo que eu adoraria não precisa entrar, mas isso não estava sob nosso controle. Paciência.
Ter o apoio de meu noivo, sentir todo o seu amor me dizendo que sou o amor de sua vida, e que juntos enfrentaremos isso também me deu tanta força!
Sobre o que havíamos discutido antes, ele me pediu desculpas, disse que tinha sido egoísta, e eu pedi para revermos isso juntos, em outro momento. E ele me disse que sim, que ambos havíamos dito coisas duras e desnecessárias um ao outro, mas que sabemos que esses momentos passam e que nos amamos.
Neste momento não estou nem um tico feliz, mas estou serena. Acabou-se um longo período de espera e incerteza. A verdade revelou-se.
Conversei por telefone três vezes com minha médica, no começo de janeiro temos consulta marcada, eu e minha filha.
Na minha consulta eu e meu noivo vamos conversar sobre o que ela disse, sobre fazermos exames genéticos para avaliar o que está acontecendo.
Não tenho a menor ideia se a vida nos dará uma nova chance ou se teremos tempo para tentar novamente ter nosso filho. Não sabemos.
De uma coisa temos total certeza: vamos tocar nossa vida em frente. Juntos.

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