Hoje de manhã soubemos que meu bebê morreu. Seu coraçãozinho parou de bater.
Ainda de manhã senti leves cólicas do lado esquerdo. Me levantei, tomei banho e tomei café, e quando fui ao banheiro notei um pequeno sangramento.
Imediatamente chamei meu amor e fomos ao hospital.
Eu estou, estava, com 8 semanas de gestação.
Depois do choro e desespero só sentimos vazio. Sinto um vazio imenso. Uma vontade de correr para longe, de me esconder sem ter onde e nem para onde.
Estamos unidos, eu e ele, o pai do meu filho. E isso tudo é muito bonito e muito, muito triste.
Sonhos, medos, esperanças, planos, tudo assim, acabado por nada, sem motivos.
No hospital encontrei uma enfermeira que conversou comigo duas vezes, ela tinha acabado de voltar de licença porque sua filha nasceu normalmente, de parto cesaria, só que no parto ela aspirou mecônio, complicou, passou 21 dias na uti e faleceu. E essa mulher, com toda a dor dela, me disse para entregar meu sofrimento nas mãos de Deus e para ter fé. Tento pensar nela, tentou muito me inspirar no que ela disse.
Não sinto raiva, nem revolta, nem nada disso, só vazio e tristeza.
Tento prometer a mim mesma que tudo isso não servirá para me fazer retroceder, de que vou me cuidar para estar melhor e mais forte para esperar que uma nova benção aconteça.
Desejo, desejo muito permanecer assim.
Essa semana não será fácil. Minha obstetra está de férias, só conseguirei conversar com ela na quarta-feira. Até lá teremos que esperar para ver se o feto será expulso (isso é horrível) naturalmente (?), caso contrário farei uma curetagem.
Fizemos duas ultrasonografias hoje, todas duas não demonstraram batimentos cardíacos do bebê, não havia os 122 batimentos por minuto que existiam na semana passada.
Uma hora esse vazio que dói e machuca irá passar. Estamos nos apoiando para que isso aconteça.
Por favor, meu Deus e meus amigos a quem tanto peço ajuda, cheguem junto de nós, nos amparem. Nos ajudem a olhar em frente e usar a dor para melhorar e seguir adiante.
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