sábado, 17 de setembro de 2011

Eu tive quatro dias de licença, ontem tive que voltar a trabalhar. Não foi bom e nem fácil, hoje ainda está fazendo uma semana que houve óbito fetal. Ainda estou com aborto retido e até agora nada de demonstrar que começará o processo de expulsão.
Ontem cheguei no trabalho e depois fui dar um abraço numa colega que também havia perdido um bebê e que agora está grávida de 5 meses. E ela me disse:
- Você já está de volta?
E eu respondi que a médica da emergência havia me dado quatro dias de licença e que minha médica apenas havia dito que se eu sentisse alguma coisa era para voltar para casa.
Então fiquei sabendo (eu já havia estudado a Lei 8112 mas havia esquecido disso) que tenho direito, por lei, a 30 dias de licença. A lei é bem clara, ela não fala até 30 dias, ela fala DIREITO A 30 DIAS de repouso remunerado para servidora que sofrer abortamento. E eu fui conversar com o chefe gestão de pessoas, ele me confirmou o meu direito, o direito que eu estava abdicando por pura ignorância.
De fato, não tentando justificar o porque do uso do que me é de direito, mas a volta para a minha médica ainda está marcada para o dia 28, até lá espero que a menstruação já tenha acontecido, mas até agora nada, e isso me deixa um pouco ansiosa. Só no dia 28 saberei o que será feito, se farei a ultrasonografia que mostrará se será necessário curetagem.
Poder não estar no trabalho é reconfortante, pois todos perguntam como estou me sentindo e se estou sentindo dores e etc, e quando digo que ainda estou com abortamento retido as pessoas se espantam, é como se não fosse natural, como se eu já devesse ter feito uma curetagem.
Não conseguirei falar com minha médica até o dia 28 (a não ser que haja uma urgência e eu ligue para o seu celular, pois ela não estará no consultório até lá), então conversei com outro obstetra, falei da lei e do direito que ela me assegura, e segunda-feira levarei a lei para que ele veja e me dê o atestado para que eu vá até a junta do órgão em que trabalho.
Estou satisfeita, mas perdi um pouco da serenidade que sentia há alguns dias. O fato do processo de expulsão não ter começado ainda e de eu não saber exatamente como será me deixa um pouco aflita.

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