Hoje tenho duas histórias para contar. Uma minha, que estou desafiando dementenente a manutenção da minha saúde. Outra de um de meus cachorros, que mais uma vez está lutando por sua vontade de ficar vivo.
Conto primeiro a boa ou a ruim? Quando me perguntam isso sempre começo pela ruim, pois a notícia boa por fim amortece a sensação da ruim.
Então vamos lá, nesse caso, a primeira e ruim será a minha história.
Há dias e meses que venho tentando, seja desesperadamente, seja com alguma esperança, mas sempre sem sucesso, lutar contra a compulsão alimentar.
Estou engordando, estou 30 quilos acima do meu peso. E com isso a minha pressão está desregulada, o remédio que tomava não está mais segurando a barra.
Há dias, semanas, que me sinto meio tonta de manhã. Hoje o tensiômetro chegou do conserto e de manhã cedo, ao acordar, minha pressão estava 15 x 9. Tomei dobrado a dose do anti-hipertensivo.
Cheguei no trabalho e veio a tontura e dor de cabeça. Tomei um dorflex.
Vim almoçar em casa para cuidar do cachorro e aferi a pressão: 17 x 12. Encontrei o remédio de pressão que eu tomava há muito tempo, tomei um.
Voltei ao trabalho e me senti mal de novo. Liguei e consegui um encaixe para a minha cardiologista para a próxima semana.
Cheguei em casa e a pressão estava em 15 x 9. E eu me sentindo mal. Tomei o,5 mg de rivotril e me deitei.
Acordei melhor, pressão 14 x 9, sentindo apenas dor de cabeça.
Tomei outro dorflex. Agora me sinto relativamente bem.
Há seis meses a cardiologista calculava que se eu emagrecesse 10kg talvez nem precisasse mais de tomar anti-hipertensivo.
É por isso que digo: dementemente e sem controle estou desafiando a morte.
Agora vamos para a história boa.
Tenho um cachorro que deve ter 12 ou 13 anos. Está conosco há 5 anos, chegou adulto e mal tratado. É um cão de grande porte. É educado, amoroso, cheio de vida.
No final de semana ficou coberto de feridas. Meu pai e meu irmão cortaram seus pelos e colocaram remédio. Eu cheguei em casa domingo à noite.
Quando cheguei em casa do trabalho, na segunda, me avisaram que ele havia vomitado três vezes.
Dei plasil, comida e ele tomou bastante água e parou de vomitar. Fui dormir cansada e tranquila.
Pouco mais de uma da manhã eu o ouvi vomitando várias e várias vezes, até o dia amanhecer. eu não podia sair de casa de madrugada, então esperei o dia amanhecer para sair com ele. Não consegui dormir de tanto estresse e preocupação.
Cheguei a achar que o encontraria morto, pois é velhinho e parou de fazer barulho lá pelas 4h.
Cinco horas me levantei e fui vê-lo. Prostrado, caquético, enrolado e sujo de areia, um caco do cachorro alegre que era.
Sempre há nos cachorros uma característica que me toca profundamente: a completa confiança que eles têm em seus donos.
Quando meu cachorro está doente, vejo claramente o pedido de socorro e a confiança que depositam em mim, de que eu os ajudarei. E aceitam que eu os fure para injeções, coloque comida goela abaixo quando não aceitam comer, trate suas feridas, aceitam que eu cuide deles, quase me pedem isso com o olhar.
Coloquei meu cachorro no carro e rodei atrás de uma clínica aberta logo cedo. Não encontrei.
Liguei para uma que conheço, marquei com o veterinário ás 8h.
Meu cachorro ficou no soro e medicamentes endovenosos até às 15h.
Eu o trouxe para casa ainda muito mal. Ele é bem velhinho.
Não quis comida e nem água. Passe no liquidificador ração, leite e carne, fiz uma pasta molhada e pegajosa e fiz bolinhos com a mão e coloquei várias vezes a comida no fundo da boca dele. E ele teve que engolir. Repeti isso hoje de manhã.
Na hora do almoço, vim para casa para cuidar dele, eu estava com a pressão pipocando de tão alta.
Mas o que acontece? Ofereço a carne antes de fazer a gororoba no liquidificador e ele aceita e come espontâneamente!
Pois é, meu cachorro velhinho e com um pé na cova decidiu viver. E almoçou muito bem.
À tarde ligo para o veterinário para saber do hemograma. Ele me diz que o resultado é crítico. O máximo de leucócitos que deveria dar seriam 16.000, e meu cachorro está com 36.700. Vou para casa preocupada. E o que encontro?
Meu cachorro de pé, fazendo festa ao me ver e com um apetite de leão.
É isso, a vida pede passagem e ele a está deixando entrar com toda a força de suas quatro patas que eu tanto amo.
E vamos para a frente.
Amanhã é dia de consolidar a saúde, para ele.
É também dia para eu tentar recuperar a minha.
Andas a tomar remédios descontroladamente !
ResponderExcluirEu preciso de ter a mínima entre os 8,5 e os 9 !
Vou duas vezes por ano ao cardiologista, desde que tive um enfarte há vários anos atrás.
No Verão, por causa do calor, meço a tensão 2 vezes por dia, para ver se corto um dos remédios, pois, com a vasodilatação, a tensão arterial cai para os 7 ou 6,5 e eu não me aguento.
A história do cão é muito interessasnte.
Mas não confies que ele esteja curado.
pode ser uma espécie de canto do cisne...
Um beijo.
Agora está tudo certo, medicamentos ajustados...
ExcluirMeu cão ficou completamente bom dessa vez. Alguns meses depois teve uma severa recaída, e estava sofrendo e tendo convulsões, então, tive que mandar sacrificá-lo.
Era um amigo que adorava viver e enquanto foi possível eu o ajudei a conseguir isso.
Outro beijo.
O melhor é ir ao medico de novo, estou para voltar ao meu. A pressão é muito traiçoeira e ficar muito preocupada com ela e se culpando só faz ela subir mais. Bonita a historia do seu cão e vamos torcer para ele ganhar um tempo a mais a vida afinal é isso. Um tempo que a gente ganha.
ResponderExcluirEu vim através do blog do JG.
Abraços
Oi,
ExcluirVocê está certa, e cada tempo que se ganha, com qualidade de vida, é uma benção. E ele conseguiu mais alguns meses.
Abraço!