quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Após a tormenta


Digerido o ódio, acabo de decidir que caminho seguir.
Sinto muito por mim, pois o que decidi não melhorará em nada o que sou, mas me ajudará a sobreviver no serviço que estou fazendo.
Me ajudará a sobreviver sem passar mal de ódio por essas distorções malucas e doentias no serviço público.
Como eu era antes:
Serviço organizado, em dia, tudo de forma a ser facilmente entendido que sequência a seguir, mesa limpa, serviço por fazer já organizado para ser feito, mesa não abarrotada de papéis, apenas com os papéis a serem trabalhados, e por aí vai.
Nada disso é bom ou adianta aqui.
Como serei de agora em diante:
Rapidamente estou aprendendo que é importante que sua mesa tenha um certo ar de acúmulo de papéis, pois isso demonstra que você é atarefado. (Nunca, nunca, simplesmente nunca, limpe e organize a sua mesa para receber o novo lote de papéis que você organizou. Deixe uma certa quantia do serviço anterior sacudido por lá enquanto pega o novo lote).
Mesmo trabalhando com outra pessoa (das antigas e que voam muito, muitíssimo) que toma uma determinada incumbência para si, jamais confie que ela fará essa mínima parte bem feita. Quando ela errar você será o culpado. Então, deixe que ela passeie (pois os seus chefes não dão a mínima para isso e cobrarão os erros dela de você), mas faça o serviço dela, fiscalize o serviço dela, reveja cada mínimo papel preenchido por ela, pois certamente terá merda escrita. (Isso evitará que eu sinta o ódio que senti hoje).
Não serei mais tão animada e competente para ter sempre o serviço em dia. Um ou dois dias de atraso são fundamentais para que eu não seja vista como alguém que está com serviço de menos, mas sim como alguém que está atarefada demais para conseguir a excelência.
Meus pêsames, senhor lugar no qual trabalho.
Parabéns parasitas do serviço público.


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