quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Reveillon


O dia 31 será diferente de tudo o que já vivi.

Pela primeira vez minha filha não estará comigo na virada do ano. Ela estará na mesma cidade de que eu mas, uma amiga de quem ela gosta muito a chamou para ir para um ótimo hotel para passar o final de semana com a família dela, que minha filha conhece bem e adora. Eu deixei, acho que será divertido para ela.

Minha família viajará no dia primeiro, às 10h, faz muitos anos que meus pais não viajam e irão com minha irmã. E a família de meu noivo irá para a casa de um parente dele que não queremos ir. Então, ficamos nós dois.

Viajaremos para a mesma cidade em que minha filha estará, aqui perto da nossa, e combinamos de passar o reveillon na piscina, que é aquecida, ou então passaremos na cama, fazendo amor.

É a primeira vez, em dezessete anos, e também antes disso, que vou experimentar o ano novo exclusivamente com alguém, neste caso, com o amor da minha vida.

Sei que antes de mim ele já havia feito isso, pois vi umas fotos dele com uma ex no reveillon, numa festa de rua. Sinceramente, não pareciam muito animados, mas sim e apenas com tesão. Talvez tenha sido isso que os uniu por um tempo.

E peço desculpas se mudei de tom em relação às postagens antigas, mas a postagem anterior dá o tom de como anda meu humor, se bem que hoje e até ontem acordei relativamente mais animada.

De fato, ando com muita, muita saudade da Mulher que está aprisionada. Sinto saudade de seu bom humor, de sua risada, de seu otimismo, de sua leveza.

A partir de hoje farei o impossível para trazê-la à tona, para libertá-la para substituir essa mulhezinha medíocre e chata que venho sendo.

Ontem resgatei da bagunça do meu quarto toda a literatura que comprei e não li do CCA, estava tudo escondidinho e arrumadinho, parecia me esperando que eu a encontrasse.

Hoje eu procurei e encontrei os doze livrinhos do Vigilantes do Peso.

Acredito que o dia hoje no trabalho será leve, já levei o material do CCA ontem e hoje levarei o material do Vigilantes para lá, sem dúvida alguma começarei a lê-los.

Tal qual disse meu noivo, ele, nós, e metade do universo começarão dieta no dia primeiro, nesse dia estarei ainda fora de casa. Começarei no dia universal da dieta, na segunda-feira.

Calma, não estou sendo irônica, quero isso de verdade. Tento com toda a boa vontade que possa existir em mim resgatar a serenidade que senti há um ano e pouco, quando resolvi emagrecer sem desespero, e durante esse processo reconheci o meu melhor lado, confiante, determinado e sereno.

Sobre o reveillon, estou interessada, curiosa, apaixonada (mas não sem desconfiança, que é como eu fico quando não estou bem comigo), e com muita vontade de que seja simples e delicioso.

Amém.


terça-feira, 28 de dezembro de 2010

COMPULSÃO


Acabo de ler uma postagem de MARÇO em que falo da compulsão, do início do meu descontrole sobre a comida, ou do reinício do meu descontrole sobre a comida.
Nela, eu dizia:

"Preciso desesperadamente voltar a me controlar. O excesso de peso já está me modificando: minha auto-estima, minha vergonha, meu sentimento de ser desapropriada... se continuar, isso inevitavelmente prejudicará meus relacionamentos, com meu noivo, com minha filha, com meus amigos. Eu passo a sentir vergonha, me retraio, fico triste. Tudo por minha própria cobrança. Tudo por meu próprio descontrole".

Estamos em DEZEMBRO e, infelizmente, tudo o que eu escrevi em março se consolidou.
Hoje minha filha me perguntou se eu estou entrando em depressão. Respondi que achava que não. Na verdade, acho mesmo que não, ou pelo menos ainda não.
Sinto exatamente isso: tristeza, descontrole, vergonha, baixa auto-estima, o meu peso, estar gorda, mexe com tudo o que há de bom em minha vida.

Tudo o que há de bom está aqui, mas eu mudei.
Minha percepção está embaçada, eu me sinto presa dentro da minha decepção.
Perco a graça, perco a sensação de pertencer à minha vida, principalmente perco a sensação de me pertencer.
Estou assutada, sinto medo, frio, solidão. E ao mesmo tempo me isolo, me entristeço.
Passo a ser uma sobra, uma sombra da Mulher que posso ser, que gosto de ser.

As pessoas que eu amo e que me amam percebem que mudei, e eu sinto tanto! Não só por eles, mas principalmente por mim mesma. Por tudo o que estou disperdiçando, vida e tempo de vida.

Eu vou, mas sinto vergonha de encontrar alguém conhecido quando saímos.
Deixei de ir às festas em que toda a família dele estará lá.
Faço amor, sempre adorei fazer amor, mas sinto vergonha, por mais que ele me ame e me aceite, o problema está em mim, nos meus pensamentos em relação ao meu corpo gordo.
Não vou à praia.
Sentia enorme prazer em me arrumar para sair. Hoje, visto qualquer coisa que me caiba e que não me deixe tão ridícula. E mesmo assim ainda saio desconfiada.

Principalmente o que estou perdendo?
Estou perdendo a mim mesma.
Estou perdendo a minha alegria.
Estou perdendo o meu bom humor.
Estou perdendo a minha paciência.
Estou perdendo o tesão.
Estou perdendo a vontade.
Estou perdendo a mim mesma.

Hoje sou só compulsão, tal qual um parasita invasor, a compulsão está me dominando, me destruindo.
Não me reconheço, estou me perdendo.

Só eu posso me salvar. No momento, ainda estou ocupada em me destruir.
Sinto muito por quem faz parte da minha vida.
Sinto muito, muitíssimo, por mim.

Há uma Mulher linda aqui dentro. Mas, no momento, está completamente aprisionada. E eu ainda não tenho idéia de quando conseguirei resgatá-la.

domingo, 26 de dezembro de 2010

PLANOS


Tenho pensado no que mais desejo que aconteça em minha vida. Passa um pouco por balanço do ano que está acabando, por sonhos para o ano que chega, por metas, por vontades, etc.

Um colega de trabalho me perguntou se eu já tinha feito planos para 2011 e eu respondi que não. Mas agora já pensei, sim, eu tenho sonhos e vontades.

Analisei tudo o que aconteceu neste ano: a consolidação do meu relacionamento, o nosso amor forte, mesmo com as diferenças existentes; o concurso tão esperado, embora ainda não seja o ideal; a aceitação na pós graduação; o sonho de engravidar que não está sendo possível; o ano de vestibular da minha filha, etc.

Conquistei grandes objetivos, não tenho do que reclamar.

Ainda tenho outros tantos pela frente, tenho que batalhar.

O que desejo para 2011?

- Diminuir o meu peso, emagrecer, pois isso é a base para todo o restante dos meus sonhos, é a base para fortalecer a minha auto-estima.

- A partir de março, quero sim, fazer tudo o que for possível para engravidar. Quero realizar esse sonho, que pertence também ao meu amor.

E o que mais? Esses dois são os principais, fora eles, tenho apenas que me manter firme no que já estou fazendo e encarar com seriedade o retorno aos estudos para concurso.

Tudo mais o que vier é lucro extra.

Obrigada, meu bom Deus.

NATAL


Meu primeiro natal com nossas famílias reunidas.
Muito legal, é o que posso dizer. Pela primeira vez meus pais, meu irmão e minha filha passaram o natal na casa do meu noivo, sem que fossemos para o mesmo lugar em que a família da minha irmã iria. Pela primeira vez o natal girou em torno da minha família, de mim, de meu noivo e da minha filha, aconteceu em torno da família que estou formando. E isso foi delicioso.
Minha sogra preparou tudo com amizade e delicadeza e nos recebeu de braços abertos.
Foi a primeira vez que o natal girou em torno do meu relacionamento e foi uma experiência muito, muito legal.
Adoro isso de a vida trazer sempre, depois de tempestades, gratas surpresas.
Noite de natal agradável, boas companhias, comida gostosa, cordialidade, gentilezas, lembrancinhas, tudo que pode haver na comunhão do natal.
Natal Feliz.

Pre-natal pré-menstrual


Aff, peguei o período pré-natal com uma baita TPN, quase tenho um troço!
Chegava do trabalho e nem podia ir pra ginástica, tinha que ir enrolar croquetes de queijo para as encomendas da loja dos meus pais (a mesma em que trabalhava antes do concurso e que ainda trabalho aos sábados). Por causa do peso e da TPM, já chegava com os pés inchados, retenção de líquidos, dor de cabeça, irritada, e por aí vai, uma sequência de pensamentos pessimistas ajudados pelos capetas dos sintomas.
No dia da véspera do natal, trabalhando exaustivamente fazendo doces e salgados eu estava me sentindo esgotada.
E também a minha menstruação atrasou, fiquei com medo e com vontade ao mesmo tempo de estar grávida, apesar de todos os riscos. Um misto de medo e esperança.
Até fazer amor estava difícil, sentia vergonha do meu corpo, apesar de meu amor ter toda paciência do mundo.
Chorei, pirei com pensamentos pessimistas e desconexos.
Desde a morte de meu cachorro acho que havia pisado em rastro de corno. Minha vida e minha estabilidade emocional ficaram desgovernadas.
Não me reconhecia em mim mesma. Era uma tempestade de pensamentos que sequer me deixavam dormir em paz. E não vou mentir, pensei até em encosto!
Acho que havia muito, muitíssimo tempo que eu não me sentia tão ruim.
De ontem para hoje venho lutando contra isso, reorganizando pensamentos, controlando, me policiando. A menstruação também chegou, bastou eu baixar o ritmo e a ansiedade.
Sei que isso soa forte, mas minha sanidade emocional está voltando para mim, e esta sensação é reconfortante, segura e desejada há vários e vários dias.
Volto a me reconhecer, volto a ser a Mulher que na maioria do tempo está tranquila e bem humorada.
E volto a me sentir bem em mim mesma.
Que alívio!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Compulsão vence, 1X0.


Eu ia tirar a postagem anterior, tava na cara que não ia dar certo.
Segunda, esqueço o meu almoço em casa.
Consigo driblar o restaurante que tem muitas sobremesas, compro meu almoço e volto para almoçar com meus colegas no lugar de sempre.
Já acabo de almoçar pensando em doce, aliás, todo mês isso acontece no período pré-menstrual, principalmente nos 2 ou 3 dias antes. Se bem que não preciso de desculpa alguma para querer comer doce. Mas...
Almoço bonitinho, com coca zero.
Terminei, o cão sai da garrafa, como diz um ex-professor meu. Bolo, café e bolachas doces acompanham o que me foi oferecido para sobremesa.
E eu? Caio que nem uma pateta. Como quatro bolachas e um pedaço, mesmo pequeno, de bolo.
E o castigo? Acho que a culpa foi tão grande que me engasguei com o açúcar da cobertura. Tossi tanto que deu dor de cabeça.
Bem feito!
PS: Só para terminar de ser do contra, meu dia faz mais uma conspiraçãozinha contra mim. Já saí do trabalho... e o que acontece? Recebo um telefonema avisando que fui convidada para o café da manhã de outro setor, e avisam que traga um pratinho, que me esperam para comemorar!
Gente! Quê que eu vou comemorar? A minha amizade com vocês, tá. Só que toda vez que sou convidada o meu descontrole sobre a comida vai de penetra!

Compulsão e segunda-feira (primeiro dia)




Esse final de semana foi de sofrimento e de muita, muitíssima felicidade no final das contas, e só isso importa. Foi um final de semana de reencontro.
Hoje é dia de eu me encontrar, também, comigo mesma.
Será? Será que finalmente vou domar a fera e colocar a compulsão num saco?
Não aposte nisso, nem eu mesma, que sou a dona do cavalo, ou da "cavala", vou apostar nisso.
Mas quero, desejo intensamente. Eu vou apostar, não gaste o seu dinheiro. Nem eu vou gastar o meu. Como diria um tio meu que já se foi...: eu não sustento nem o que eu como, quanto mais que eu digo! Eu sei, é uma frase um tanto grosseira, mas verdadeiríssima. E se você quiser, tenho outras frases de efeito bem piores do que essa, mas uma só frase feinha e certeira de manhã cedo, em plena segunda, já está de bom tamanho.
No que eu vou apostar? Em mim. Se eu vou ganhar? A essa altura do campeonato, não sei, sinceramente não sei, mas vou batalhar.
O que está contra mim é que hoje é segunda de manhã, e essas tentativas nas segundas de manhã são universais e batidas. Tá, sei que podemos entrar pela frases de efeito moral de que cada caso é um caso, de que, sim, é muito possível dominar a gula como e quando você quiser basta ter boa vontade... Ora... essas baboseiras todas eu, e você, já conhecemos desde que ganhamos o primeiro quilo extra.
Sei que hoje é improvável, sei que quinta tem confraternização, sei que sexta tem a festa de natal e que a comilança continua final de semana adentro. Mas, hoje, estou a fim de fazer diferente. Eu, eu comigo e minha compulsão e com minha falta de garra e com meu descontrole, estou a fim de fazer diferente.
E vou tentar. Vou tentar com serenidade, sem desespero, sem pensar no todo. Se pensar no todo já terei perdido.
Eu comigo mesma, só por agora de manhã.
Durante o dia vou repensando tudo e refazendo táticas.
Se puder, você aí de fora, faça oração por mim.
Em frente.


domingo, 19 de dezembro de 2010

Encontro, reencontro tão desejado


Ontem à noite conversamos, nos expusemos, tudo. Falamos e falamos e falamos, sem deixar espaço para maus entendidos, sem deixar palavras soltas nas entrelinhas para que elas não dessem origem a novos textos falhos, sem deixar desentendimentos,
Choramos, sorrimos, nos abraçamos, enxergamos o imenso amor que sentimos, quase palpável de tão sólido.
E nos reencontramos.
E só isso importa: o amor.
Há vários pontos a serem cuidados, com paciência e conversa.
Ele admitiu que estava com muito medo, medo infundado de me perder, infundado, fruto de auto estima baixa por uma série de fatores que precisam ser trabalhados.
Eu também estou no canto, por meu peso, por mim mesma, por me cobrar demais e por aí vai.
É complicado, não estou conseguindo ser clara aqui.
Ouvi que o maior sonho dele é ter um filho, mas que se eu não puder ter (pelo meu peso atual), não importa, que sou mais importante para ele do que um filho. Isso me fez ver a responsabilidade de que tenho e que estou jogando fora. Por quê?
O problema do excesso de peso está atrapalhando nossas vidas, e além disso põe em risco o nosso filho planejado com tanto cuidado.
Em tudo mais temos sintonia, nos amamos muito, muito.
Sabe uma das sensações mais gostosas?
Estar se sentindo no fundo do poço num nomento e depois de uma difícil subida sentir a delícia de se sentir amada e amar, de nos abraçarmos e de fazer amor com sentimento de alívio e entrega, de enxergar o meu amor nos olhos do homem que amo.
Obrigada, meu bom Deus, obrigada.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Tristeza


No momento, estou com a impressão de que perderei o homem que amo.
Me dá uma tristeza desesperadora imaginar isso.
Enviei para ele um dos textos que escrevi, o anterior a este aqui.
Acreditava que eram simplesmentes desencontros acontecendo. Pelo que ele me escreveu de volta, constatei que os problemas são muito mais profundos. Não pensei que fossem tanto.
Para mim, ele é o homem que amo, o amor da minha vida, que amo mais que tudo e que jamais imaginei continuar sem sua presença.
Para ele, estamos frágeis como uma dupla. Acho que ele pensa em me deixar.
Seria difícil tentar conceituar aqui o homem que amo sem que isso não o expusesse, e não tenho o direito de fazer isso, posso fazer isso apenas comigo, mas vou colocar alguns trechos dos e-mails que trocamos, talvez isso me ajude a organizar meus pensamentos.
Ainda hoje uma tia de quem gosto demais me procurou para conversar, ela tem uma resistência enorme de se entregar, já sofreu muitos e muitos reveses sérios. Eu disse a ela que não deixasse ir embora a nova oportunidade que se abre, o presente que chegou quando ela mais precisava, que se entregue, porque a vida é muito curta para que a pessoa se tranque às oportunidades em função do medo de se expor e sofrer, que pode acontecer ou não.
E hoje, agora à noite, queria muito, muito, alguém com quem eu pudesse me abrir, conversar. Não tenho, não consigo, se colocar para fora o medo que sinto ele se tornará mais real e mais forte. Por isso escolho me fechar em minha angústia, ela me destrói, mas talvez seja exatamente isso que eu queira. Não há sentido resistir, se quiser me destruir, não vai encontrar resistência.
Não há mais ninguém com quem eu possa conversar assuntos tão sérios e pessoais. Só aqui, desconhecida de quem quer que seja, tento reencontrar através da Mulher quem está completamente perdida: eu mesma.

"Reconheço que errei diversas vezes, que fiz e faço oq voce relata, mas, a bem da verdade, não saberia nem por onde começar se desejasse mudar, pois assim sou e sempre fui, controverso, contundente e na maior parte do tempo, inconstante com palavras e ações. Existem coisas que qualquer um sabe que eu jamais faria ou falaria e outras que não se pode dar credito quando feitas ou faladas, essas, geralmente não possuem importancia factual alguma, são opiniões sobre a quebra do atomo ou ir ou não para um cinema.
Dizer que gosto para em seguida afirmar que detesto e mais uma vez que amo, não importa pelo simples fato da coisa em si ser desimportante, mas reconheço que a convivencia com isso pode ser dificil para quem apenas escuta ou presencia. Em todo caso, como disse no inicio, dos males o menor e não é isso que me tem ou toma nestes dias dificeis.
Minha fragilidade emocional sim, esta me importa bastante e não consigo conviver com o medo durante muito tempo, ao menos não o medo do concreto, ja me perco em meus receios abstratos e perigos ilusorios, o que me leva a certeza e convicção de que preciso retomar meu centro e reencontrar as forças que sempre tive e terei, pois em algo eu preciso ser forte, é uma necessidade particular e um ponto imperativo em meio a tantos outros interrogativos. E no que tange especificamente a nos dois, não sei como reencontrar tal equibrio, mantendo ou cultivando a postura atual de querer desesperadamente agrada-la pelo oneroso preço de perde-la. Isso não é saudavel ou construtivo, não nos tornará mais proximos ou melhorara nada, pois, por experiencia propria afirmo que qualquer coisa criada com base no medo é bem mais fragil que minhas posições a respeito da paz na palestina. Desta forma, não sei o que fazer ou falar para qualquer retomada do que tinhamos e julgavamos tão solido que não nos preocupamos em manter, é possivel que essas fissuras sejam de responsabilidade mútua e reflitam uma mudança dos dois na observação do outro, vc que sempre se mostrou mais vuneravel, encontrou caminhos e diretrizes em contrapartida aos meus desencontros emocionais. Não sei ao certo, não teria como afirmar nada esclarecedor nesse momento de reflexão a não ser oq ja sabemos e sentimos apesar do receio em seu vislumbramento, nós como uma dupla estamos mais frageis do que ja estivemos, se conseguiremos retomar ou nos reerguer, fica a cargo do tempo que a tudo ou quase tudo responde."

"Seu medo em me perder é infundado. Amo você, Homem.
Sua necessidade desesperada de me agradar por medo de me perder é muito mais pensamentos do que ações. De fato, não acredito que vivo permanentemente forçando a sua barra para o que quer que seja. Se assim estiver sendo, sinto muitíssimo.
Há uns seis meses, no mínimo, eu conversei com você sobre você estar se fechando, lembro que me desesperei quando disse isso a você. Disse que eu não podia ficar simplesmente olhando você se trancar cada vez mais dentro do seu quarto, e me desesperei quando constatei que, por fim, se eu continuasse incomodando esse emparedamento, você inconscientemente iria querer se livrar de mim.
Não sei mais o que dizer.Estou aqui. Não vou insistir.
Espero o tempo que você precisar. Só me resta fazer isso.
Você está fechando a porta. Estou em pé, na frente dela, esperando, cabe a você decidir se abrirá ou se jogará a chave fora. Amo você, Homem."

Estou sentindo uma tristeza que me paralisa, que não me conforta, estou com medo.
O meu futuro, agora, não pertence a mim, espero, espero, espero.
Não sei quanto tempo ele levará para erguer ou reerguer as barreiras que acha necessárias para se defender do amor que sente por mim.
Não sei o que será de nós depois ou antes disso.
Apenas tenho a certeza de que não estou preparada. Estou me sentindo desprotegida, descoberta, com a alma à flor da pele.
Não há conforto, não há paz, não há descanso.
Sou só dúvida, espera, medo e solidão.
O que vislumbro? Ele se fortalece na solidão. O emparedamento está vencendo e vencerá, pelo menos por um tempo. Depois se voltará contra ele e o destruirá ao longo dos anos, lentamente. E eu já terei sido destruída muito antes disso, aliás, o processo já começou.
Sinto muito.

Desencontros


A viagem de sexta, no início, foi muito difícil.
Ele tentou fazer uma trégua, disse que já que íamos era bom nos darmos uma trégua. Eu estava tão tensa e triste com as coisas que vinham acontecendo que não consegui.
Nessas horas, quando as coisas não vão bem e muitas palavras duras já foram ditas, sinto uma tristeza que me domina, me emudece e me deixa soturna.
Me tranco e me calo, numa tristeza que me corrói e fico com uma vontade enorme de ficar encolhida na minha cama.
Sei que o amo, mais que tudo, e sei que sou amada na mesma intensidade.
Porque tantos desentendimentos? O que está acontecendo?
Sinto insegurança e tristeza.
Sei, porque ele disse, que também se sente inseguro.
Eu sou uma pessoa difícil de lidar? Sinceramente, eu não sei responder, acho que não, mas não sei.
Acredito que há duas diferenças básicas que muitas vezes atrapalham a nossa comunicação.
Para mim, as palavras faladas têm peso, não sei brincar muito com elas. Se alguém me pergunta sobre algo, eu respondo o que mais reflete o que eu acho.
Se alguém pergunta o mesmo a ele, ele é bem capaz de responder o contrário do que acha, depois completa com o que realmente acha e ainda diz o que acharia, se assim o pensasse. Para ele as palavras não têm peso. Muitas vezes ele não tem consciência do quanto me sinto sacudida de um lado para o outro, do quanto eu me perco tentando construir uma realidade que, na verdade, só ele conhece.
E dou um exemplo: nessa viagem para a outra cidade para a festa de casamento.
Primeiro ouvi que eu tinha mesmo que ir porque era uma de minhas melhores amigas.
Depois, quando constatei que só poderia ir de noite, ele disse que iria comigo porque era perigoso eu ir sozinha.
Depois ficou reclamando várias vezes porque a festa era numa quinta-feira, porque que os noivos tinham feito isso.
Depois disse que eu fazia isso com ele muitas vezes, forçá-lo a ir num lugar que ele não quer ir.
Depois disse que eu não havia perguntado se ele poderia ir comigo.
Depois disse que eu o forçava a ir e não havia me preocupado em preparar antes uma forma de eu ir sozinha, sem precisar dele.
Por fim, disse que na verdade ele achava queria ir, que tudo o que havia dito era apenas resistência.
Por fim do por fim, quando explico o que me deixou triste e me afastou, ele diz que eu gravo tudo o que ele disse, que eu faço questão de gravar para jogar na cara dele. E que eu também digo coisas que ele não grava e não joga na minha cara.
Pôxa vida, depois de tanta confusão é tão difícil conseguir encontrar o rumo certo e me sentir bem com ele e comigo mesma!
Depois de tanta confusão me sinto emaranhada, triste, confusa.
Aí fazemos um esforço danado para enxergarmos apenas o amor que sentimos um pelo outro e nos encontrarmos. Conseguimos.
Encontramos nossa afinidade, nos amamos, somos gentis e apaixonados, voltamos a tentar entender o outro pela perspectiva do outro.
Só que essa confusão toda nos deixa fragilizados emocionalmente, qualquer outra mínima coisa que aconteça quebra a sintonia recém- reestabelecida.
E eu fico tristonha, retraída e com medo.
E ele fica retraído e com medo.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Resultado do excesso de pensamentos


De ontem para hoje melhorei um pouco. Aconteceram coisas esquisitas.
Depois do jantar mal conseguia me manter em pé, e olhe que eu teria que estudar para apresentação do trabalho!
Me deitei umas 19h e apaguei completamente. Acordei a pulso umas 20h30, me movimentando devagar, tanto o corpo quanto o raciocínio se negando a funcionar.
Isso não são características minhas!!!
Estudei um pouco sem conseguir prestar atenção direito ao que fazia.
Cansaço misturado com desânimo. Tomei meio miligrama de rivotril e fui dormir. Apaguei de novo até acordar na marra de manhã. Uma vontade enorme de continuar dormindo.
Finalmente a tempestade de pensamentos foi embora, em mim ficou apenas um chato desânimo. Estou avaliando o mundo e a minha vida por um ângulo que não me agrada. Acho tudo meio sem graça.

Sei que (de novo) meu cachorro teve a ver com isso, a minha decisão em mandar matá-lo mexeu comigo.
Somado a isso há o meu descontrole sobre a comida e a minha insatisfação com o meu corpo.
Somando ainda, há a confusão em relação ao natal, que já falei aqui antes. O natal, que eu achei que seria legal perdeu a graça por bobagens do meu noivo. Me senti desvalorizada por ele levar em consideração o valor do presente que me daria ao invés de me fazer feliz colocando o presente embaixo da árvore, ou seja, ele preparou com dedicação e vontade o presente de todos, mas a mim, eu não teria esse direito porque o presente é simples. Chegou a responder de forma grosseira porque soube que comprei uma lembrança para ele, pois assim teria que comprar algo melhor para mim, para que fosse digno de colocar na árvore.
Tudo isso só um monte de merda, que me tirou a alegria pelo principal, me tirou a alegria pela festa.
Quando à festa de casamento que tenho que ir hoje, ele me cobrou porque que eu não me programei antes para ir sozinha, pois ele é obrigado a ir comigo porque se preocupa em não me deixar ir sozinha à noite. Isso me tirou completamente a graça. Infelizmente é quase certo que não conseguirei sair cedo da tarde para ir sozinha. Além disso, ele já se comprometeu a passar na casa dos avós e amanhã ao acordarmos viremos embora trazendo também um tio dele que pegará carona.
Terei a sexta-feira livre e não vou poder aproveitar lá na outra cidade porque já resolvemos o "problema" da festa e voltaremos após o problema resolvido.
Queria ficar lá, passear, nada disso poderei fazer.
Minha filha voltaria conosco, mas depois que ficou sabendo que um tio dele voltará também resolveu voltar com minha amiga, pois conhece todo mundo. Meu noivo estragou a minha graça, me fez ver tudo como coisas a resolver. Infelizmente não tenho mais o que modificar.
Infelizmente, em diversos momentos, ele é um chato.
Sei que me ama, assim como eu amo mas, mas ele fala muitas e muitas vezes sem pensar. E me magoa sem necessidade.
Estou cansada.
Ele também está cansado.
Eu estou insatisfeita.
E ele está, com sempre, de saco cheio.
Nos falamos agora há pouco, de fato, ele irá, não sem antes ter me tirado qualquer tesão de eu ir e me divertir. E ainda terei que voltar na hora dele e do tio dele, sem que eu queira fazer isso.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Por quê?


Porque todas as vezes em que "boto para lascar" ou que, me perdoem, "boto para foder" no que acho ou não acho, puta da vida, em seguida vem a Mulher ponderada e flexível e tenta me dizer que estou exagerando?
Ah Mulher filha duma mãe: cale-se! Deixe eu ser infeliz sua chatilda!
Vou explodir de tanto pensar?
Está quase acontecendo isso comigo. Estou esquisita no meu próprio corpo. Será um encosto (e aqui não estou brincando)?
Rezo, peço, me distraio e volta a mesma sensação de inquietude que não me deixa sossegar, a mesma sensação de estar 'esticada' mais do que eu posso aguentar. Estou tensa, cansada, revoltada contra não sei o quê.
Estarei enlouquecendo? Que porra é isso?
Estou cansada, sem encantamento, cansada, cansada, cansada.
E isso não combina comigo.
Me desconheço e me perco em mim mesma.

De novo?! Sim, tou com a macaca


Se eu acho graça? Não. Claro que não.
Não acho graça em estar aqui de novo confusa.
Queria estar aqui dando pulinhos de alegria, mas aí, não estaria aqui, estaria lá, lá fora, na minha vida, aproveitando o momento, só depois viria aqui para guardar as coisas boas vividas.
Amanhã sairei do trabalho umas 17h20, pois tenho aula e apresentação de trabalho, depois irei viajar duas horas para estar presente na festa de casamento de uma amiga minha, que será em outra cidade. Por sinal, fui eu quem apresentou um ao outro, fico feliz com isso.
Por que danado inventaram uma festa em pleno dia de semana e a duas horas de viagem, em outra cidade? Não sei, mas acho que querem mesmo pouca gente na festa e, felizmente pela amizade, mas infelizmente pela distância, estamos entre os selecionados para comparecer ao evento.
Minha filha já vai com eles hoje, eu e meu noivo vamos amanhã à noite, chagaremos um pouco atrasados.
Ele, meu noivo, está indo amarrado, sem vontade. Cheguei a pedir que visse isso como uma aventura, mas ele me respondeu que não somos adolescentes, que ele vai porque não quer me ver viajar de noite sozinha.
Aqui no trabalho eu disse que chegaria para trabalhar na sexta à tarde, mas ao conversar com minha supervisora ela me dispensou na sexta porque estou com meu serviço em dia.
Meu noivo disse que não queria, depois da festa da quinta, se encontrar de jeito algum com o casal da festa, eu respondi que isso não aconteceria.
Ele parece que não me ouviu, parece que estava tão receoso de ter que se encontrar com eles que sequer prestou atenção no que eu disse.
Daí a ida para outra cidade ficou assim: vamos sair na quinta à noite, dormimos nessa cidade, a da festa, na casa dos avós dele, e na manhã da sexta viremos embora, trazendo também um tio dele que eu só vi uma vez e que voltará conosco.
Que desperdício.
Terei toda a sexta-feira de folga e ao invés de aproveitar para passear nessa outra cidade, onde eu também já morei e gosto muito, voltaremos para a nossa cidade e ponto.
Me ficou a impressão de que vou apenas para resolver um problema (comparecer na festa) e voltar para continuar resolvendo coisas.
Putz! Que merda.
Ele me disse que eu não fui clara, porra, mais clara impossível, eu já havia dito que não íamos nos encontrar com o casal na sexta, aliás, sequer fomos convidados para nos encontrar com eles! E mais, eles irão viajar em lua de mel, porque iriam querer nos ver antes de viajar?
Meu noivo me culpa por eu não ter dito o que queria, ora bolas, se eu já havia dito que não tínhamos obrigações com ninguém na sexta, porque não me perguntou o que eu gostaria de fazer?
Por que ligou para seus avós pedindo para dormir lá e já se compromentendo a voltar na sexta de manhã e dar carona ao tio?
Caralho, como eu queria ir sozinha!
Sempre tenho vontade de ficar sozinha num canto quando estou chateada, e isso foi a gota d'água.
Por que preciso ir com ele sem que ele tenha vontade alguma de ir?
Por que preciso que ele vá comigo contra a vontade se eu posso ir sozinha?
Por que preciso entender que ele se preocupa comigo porque me ama, e por isso não quer que eu pegue a estrada sozinha à noite?
Para mim, o preço a pagar está caro: ter ao meu lado uma pessoa que não quer estar no lugar que eu quero estar, e que quer voltar sem aproveitar o que quero aproveitar, que não quer passear pela cidade na sexta, se é que eu quero fazer?
Já pensei em trocentas mil formas de driblar esta situação, mas até agora não encontrei. Se eu pudesse sair mais cedo amanhã! Pena que não posso.
Se pudesse, eu sairia cedo de tarde, sozinha, ouvindo música e de bom humor sozinha comigo mesma, iria para a casa de amigos dos meus pais, depois iria para a festa e na sexta ia lá para a praia, tomava um banho de mar e de tarde passeava na cidade. De tarde, depois de ver o pôr do sol, saía de lá para viajar feliz da vida só eu comigo.
O natal já virou uma merda, e viajar com ele também não será bom, voltar então, com outra pessoa que não conheço, outra coisa chata a ser resolvida.
Puta merda!
Preciso urgentemente ficar sozinha comigo mesma por alguns dias num lugar legal (sempre penso isso quando me sinto esgotada).
Mas, enquanto me queixava aqui, recebi um bom convite, que aceitei de bom grado para ir com o pessoal que conheço, sexta no início da noite terá festa de confraternização aqui do trabalho, sem dúvida, eu vou. :)

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Pensamentos pessimistas


Queria ter um monte de coisas boas para dizer. Não tenho, não consigo.
Sou capaz de enxergar tudo que de bom existe em minha vida, mas agora não tenho ânimo para enaltecê-los.
Tenho uma amiga que diz que o psicólogo dela é "porrada", porque tem que garantir seu sustento na marra, então, sequer tem tempo para filosofias ou dúvidas existenciais. Não sou igual a ela. Paciência.
Tenho dúvidas, muitas, e pensamentos aos montes, que não me deixam em paz. Penso, analiso, repenso, me perco, avalio de novo, uma inundação de idéias e pensamentos que me afastam da vida prática, por mais que eu viva ocupada.
Ter mandando sacrificar o meu cachorro é uma delas, examino e reexamino o que fiz, não chego a me desesperar, mas também não sinto alento algum. Sinto um pouco de tristeza e desânimo.
Queria estar mais alegre, ser mais positiva. Não sou considerada uma uruca ou mesmo sequer sou considerada mal humorada crônica. O verdadeiro fato é que muitas vezes não me sinto confortável com meus pensamentos.
Talvez isso seja um dos motivos que me fazem vir escrever aqui: organizar pensamentos.
Olho para meus pais, para meu pai, tão sobrecarregado de trabalho para sustentar a casa e sua vida, sinto tanto por eles! E não posso, pelo menos no momento, fazer a mais do que já faço. E penso na influência que ele me fez para que eu desse a ordem de sacrificar meu cão. No primeiro dia senti um pouco de revolta, mas começa a chegar pena por causa da sobrecarga dele, misturada com aceitação de que a decisão foi minha e ponto final. Nada de repassar culpas ou encargos, se é que existiu culpa.
Sobre o natal, eu estava animada, mas isso não está acontecendo mais há uns dois dias.
Eu e meu noivo compramos presentes para muita gente, mais até do que poderíamos. E colocamos embaixo da árvore de natal. Estava achando isso o máximo, aconchegante, divertido, e todas essas merdas.
Ontem ele disse que tinha visto um presente muito bom para um de seus irmãos, etc.
Também ontem, depois que ele disse que havia comprado outro presente para sua mãe (que dá valor à importância do valor do presente, nada contra, gosto dela, e cada um com suas particularidades), eu lembrei a ele que o presente do seu pai era simples e que ficaria desproporcional em relação ao da sua mãe, além disso, disse que já estava bom, pois já havíamos gastado dinheiro demais com presentes.
E o que ouço?
- Você está com ciúmes?
Putzgrila!
Isso me subiu à cabeça! Que raiva!
Me deu uma vontade de mandar ele para a bosta. E me deu essa vontade porque desde o início combinamos de não comprar nada caro um para o outro, quase combinamos até não comprar presentes para nós, embora sabendo que compraríamos uma lembrança assim mesmo.
E ainda ouvi dele: nós não vamos comprar presentes um para o outro não, né?
E ouvi mais:
- Ah, pelo seu jeito já sei que já comprou.
- Né fogo? A gente não havia combinado de não comprar nada?
Cacete! Que raiva!
Por que? Por acaso temos que fazer a festa dos outros e eu não mereço uma porra duma lembrança embaixo da árvore?
Por que essa porra de presente entre nós tem que ser um encargo e quando é para os outros é prazer?
Fiquei puta da vida, sim, e daí? Não tenho o direito?
Conversei com ele sobre isso, sobre estar chateada por isso ser visto como um encargo e ele me respondeu que eu entendi tudo errado, que ele inclusive já comprou minha lembrança, assim como eu já comprei a dele, etc, etc, etc.
Disse que comprou apenas uma lembrança, e que porque será aberta em público e por ser simples, ele não queria que os outros pensassem que ele comprou um presente não caro de propósito, por eu valer menos, e por aí vai a merda toda. Perguntou até se nós não podíamos trocar nossos presentes antes da ceia de natal.
E eu me detenho no que já cansei de dizer: o que tinha mais graça para mim era colocar os presentes embaixo da árvore, da graça e alegria disso.
Tudo o que queria era que essa troca de presentes ou lembranças ou uma merda qualquer entre nṍs não se tornasse isso que se tornou: tudo uma grande merda.
Um circo, uma peça a ser encenada, não pelo sentimento, mas pelos valores monetários envolvidos.
Para mim, por hoje, qualquer merda tanto faz como tanto fez.
Não estou preocupada, não aqui, em ser politicamente correta, escrevo sentimentos e acabou-se.
Cansei.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Mais nóias, aguente, cérebro meu, número 2


Quinta-feira fui fazer meu exame de colposcopia e citologia. Fiquei feliz em saber que uma pequena mancha que havia, e era o motivo de fazer novo exame seis meses depois do anterior, não existia mais. Tudo certo com a minha saúde.

Poucas vezes acontece de eu saber tão claramente, mas na quarta-feira eu disse ao meu amor que achava que estava ovulando, e isso foi confirmado pela médica do exame da quinta.

Sei que não posso engravidar agora por causa do meu peso, e menos ainda em dezembro, pois nosso filho nasceria no mês de férias da minha médica.

Ou seja: proibição total. Mas... se estava fértil na quarta e fizemos amor na segunda e na sexta...

Ai Cristo Rei!

Me desculpe a sinceridade e a inconsequência, mas entrego a ti a minha culpa, a nossa culpa, se ela existir.

Aguente, cérebro meu, o temporal vai passar (eu acho, eu sei, mas, por enquanto, só acho)


Estou numa época de confusão cerebral. Penso demais, chego a me cansar com isso.
Aconteceram tantas coisas! Meus pensamentos não me dão trégua, fico com vontade de gritar um CALEM-SE, mas os bichos têm própria, até dormindo não descansam.
Meu cachorro:
Ontem tomei uma decisão, com influência de fora, muita, por causa do meu pai, isso mexeu comigo mais do que eu quero admitir.
Meu cachorro, o mesmo que eu já falei aqui antes, um de meus três cachorros e também o mais velho, que eu já havia tratado de babesia duas vezes antes, sangrou pelo nariz há duas semanas. Iniciei o antibiótico e o omeprazol e liguei para o veterinário avisando.
Uns dez dias depois, mesmo com o antibiótico, segunda dia 6, ligaram de casa para o meu trabalho avisando que ele teve uma convulsão e que estava com a respiração fraquinha. Liguei para o veterinário, saí do trabalho e levei ele lá, ele explicou que foi por causa da doença e da febre, foi prescrito dipirona injetável duas vezes ao dia e só, que segui a risca.
Cuidei dele de todas as formas que podia, o alimentei três vezes por dia, dei banho nele deitado, medicação para dor, calmante para dormir á noite. Mas depois da convulsão ele, de repente, passou a ter imensa dificuldade de andar, chorava a noite toda, não de dor, mas acho que por estar desnorteado e se sentir sozinho, ficou meio cego e sem coordenação motora, caindo por cima da comida, da água, anteontem foi descer a rampa e caiu de costas e ficou aperriado, de patas para cima até eu levantá-lo, essas coisas que deprimem olhar... e passamos a dar mais um remédio, para melhorar a circulação cerebral. E nada.
Ontem, quando amanheceu, ele, além de xixado, estava todo sujo de cocô, deprimido mais ainda. Chamei, bati palma, como sempre fazia e nada, ele não conseguia se levantar para que eu conseguisse dar banho e limpá-lo.
Em todos esses dias eu tinha tanta esperança! Porque mesmo lascado ele sempre estava disposto a comer e beber, porque ele batalhava pela vida, e assim eu não tinha o direito de desistir dele. Esperaria ter certeza de que ele havia desistido e que não havia mais esperança para eu desistir também.
E ontem de manhã o vi assim, prostrado, fodido, com dor, todo cagado e mijado, sem conseguir se levantar, sem conseguir mostrar vontade de batalhar mais, 12 ou 13 anos de meu cachorro lindo, amoroso e educado se acabando.
E resolvi fazer o que achava que nunca teria coragem. Liguei para o veterinário e ele disse que meu cão estava sofrendo, que realmente deveria ser sacrificado, e eu concordei, achei que não tinha o direito de querer ele vivo para que eu não sofresse com sua partida, me deu e eu liguei para o telefone do rapaz que sacrifica animais com soro, anestésico e por fim um medicamento que faz parar o coração.
Disse que não teria coragem de ver e perguntei a meu irmão se ele o levaria à clínica, ele disse que sim, mas depois pensei: é muito cômodo para mim deixar que coloquem meu cão dentro de carro e que o façam morrer fora do alcance da minha vista, o centro das atenções agora é dele, não eu. Não é justo que ele tenha que se estressar dentro do carro (é, era um cão grande) e que vá morrer num lugar desconhecido.
Resolvi chamar o rapaz aqui em casa, ele tinha o direito de morrer na sua casa.
Chegou o rapaz de moto com mais dois rapazes e com mochila e uma pá.
Ele chegou e alisou meu cão, tentou ser simpático. Meu cachorro levantou a cabeça e olhou para mim. Em seguida fez um esforço sobrecão e se arrastou para beber água.
Eu o ajudei a se deitar, eu tive que dobrar as patas dele para que ele se deitasse.
Nunca esquecerei disso.
Isso está me corroendo desde ontem.
Meu amores, minha filha e meu noivo, ficaram comigo o dia todo, me fizeram companhia e me apoiaram em tudo.
Sei lidar com a confiança incondicional que os cachorros depositam em seus donos, com a confiança incondicional que meus cães depositam em mim. Não sei lidar com a hora final deles, fico arrasada.
Não tive coragem de ver ele aplicar as medicações, quando voltei para casa ele já estava enterrado no quintal.
Não sinto paz e nem alívio, sinto inquietação e culpa, apesar de achar que fiz o que era certo, eu acho, mas não tenho certeza.
Hoje de manhã, enquanto escrevo aqui, fiquei ouvindo, muitas vezes, um som parecido com o uivo ou choro dele, depois racionalizei e vi que eram sons de vento, provavelmente no prédio atrás aqui de casa.
Me levantei, peguei um banco e fui para o quintal me sentar do lado da cova dele.
Meus dois outros cachorros vieram pedir carinho.
É, o som de choro vem realmente do prédio.
Meu amigo foi embora.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Nóias da segunda


Durante muito tempo, desde uns 8 ou 9 anos, sentia uma certa angústia na madrugada que inicia a segunda-feira. Frescura? Pode ser.
Tinha medo que meus pais morressem, medo de perdê-los, medo da solidão. Isso até uns 15 anos. Depois vieram outros tempos e esqueci disso.
Lá pelos 30 e tantos anos isso voltou, e com força total. Medo que me assaltava na madrugada da segunda.
Medo de não me sustentar, medo de meus pais envelhecerem e de não ter como cuidar de mim e deles, medo de não poder cuidar da minha filha, sensação de perda, medo. Inexplicável? Não sei.
Depois que passei a ter um mínimo de segurança financeira essa sensação foi diminuindo, houve um tempo em que ela sequer me visitava, tempos em que até esqueci do que sentia antes.
Hoje, vez por outra isso volta e me agarra na madrugada da segunda. E veio ontem.
Sensação de insegurança, sensação de que estou envelhecendo e que não posso fazer nada contra isso, medo por não ter autonomia suficiente, por ainda não ter passado em outro concurso, e se meus pais precisarem ficar sozinhos ou tiverem que devolver a casa? Para onde irei? E minha filha, passará no vestibular? E eu, conseguirei engravidar e mais, de que forma sustentarei completamente meu filho, acaso engravide?
Uma coisa tem mexido comigo: acho que aos quarenta começamos a ver que atores belíssimos que há 10, 15, ou até menos tempo atrás eram jovens e, na minha cabeça, podiam tudo, estão nitidamente envelhecidos, e saber que isso acontecerá comigo em breve me assusta. Não estou madura o suficiente para isso.
Pois é, é muita nóia que me visita em uma hora ou outra nas segundas após 3 da manhã.
O que acho disso? Agora não saberia definir agora, pois já estou na metade da segunda e a madrugada já foi embora, segunda que vem, se a piração aparecer, analiso de novo.
Putzgrila!
O que acho? Acho que a nóia vai embora quando eu estou confortável, quando acredito que conquistei algo importante, aí ela me dá uma trégua. Mas quando vem a sensação de que preciso melhorar, ir adiante, essa droga de angústia vem me cobrar que estou vulnerável, e me cobra ação, mudança, só que eu não sei agora o que posso fazer para modificar a minha situação.
Pelo menos acho que não há nada imediato que eu possa fazer para modificar mais a minha realidade atual.
Arre égua, haja saco!

Família, a dele, e nós


Neste final de semana fomos ficar com os pais dele e com a irmã e sobrinha.
Os pais são separados há anos, mas não perderam o contato em função dos filhos, e agora estão se reunindo vez por outra em função da neta.
Eu me dou bem, diria até que muito bem com minha sogra, aliás, acho que nunca me dei mal com sogra alguma, mas esta importa muito mais porque ele é o homem que eu quero para toda a minha vida.
Ela pode ter muitos defeitos, e os tem, muitos. Muitas vezes é sem noção do que diz, principalmente em relação à sua convivência com os filhos mas, jamais se poderá dizer que ela é rancorosa ou algo do tipo, pois foi abandonada e deixada sem ajuda quando os meninos ainda eram pequenos, e ainda assim mantém uma relação cordial com meu sogro, o aceita em sua casa para almoçar, o convida para participar de encontros familiares.

A relação familiar entres eles está voltando a ser construída em conjunto, não é muito fácil participar disso, são muitas arestas a aparar, muitas insinuações e discordâncias explícitas. Esse é o segundo encontro do qual participo, no primeiro, ao sair de lá, chorei de tanta tensão.
Minha sogra, meu sogro, minha cunhada e até meu noivo, têm muitas divergências entre si, a convivência em comum foi se deteriorando ao longo dos anos, e a chegada da neta trouxe a vontade de reconstruir a capacidade de conviverem novamente em conjunto, todos sob o mesmo teto, pelo menos no final de semana, e reaprendendo a ter tolerância um com o outro, apesar das diferenças.
Neste segundo, vi que as coisas vão começando a melhorar, ainda foi tenso, mas ao mesmo tempo é prazeroso ver gente adulta tentando se reencontrar e resgatar a convivência em comum.

Amo meu noivo, torço que a cada encontro desse eles se afinem mais.
Saio de lá uma pilha, é verdade, mas ao mesmo tempo fico satisfeita de vê-los progredindo.
É isso, bom dia a nós. E obrigada, meu bom Deus.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Encontros, reencontros


Dia de reencontro, meu e do meu amor.
Há muito tempo que dormimos um na casa do outro. Geralmente há outras pessoas em nossas casas, então, batidas na porta sejam lá por que motivos forem, são comuns.
Nos encontramos no domingo à tarde, passeamos e ficamos sem ter o que fazer, entre resolvendo se íamos para a casa dele ou para a minha, nas duas a opção seria assistir a um filme.
Do inesperado ele me chamou: vamos para um motel?
Há meses, talvez quase um ano que não fazíamos isso. Que delícia!
Nada para nos atrapalhar.
Ninguém para nos perturbar.
Liberdade total!
No amor.
Nas conversas.
Ficar deitados e abraçados sem roupa, sem precisarmos nos preocupar se alguém vai bater na porta!
Liberdade total e absoluta.
De lá saímos com uma certeza: precisamos repetir e repetir e repetir.
Esse encontro a dois, despreocupado de qualquer obrigação externa é
um direito a que nos daremos, por nós, pela liberdade de estarmos juntos por amor, e também por puro e delicioso prazer.
Por acaso existiria alguém contra?
Duvido muito.



quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O acerto



Conversei com minha filha, nos entendemos. Isso trouxe uma reconfortante tranquilidade.
Chegamos à conclusão de que eu ando explosiva e ela, se tranca em si mesma e não demonstra os sentimentos.
Concordamos que somos diferentes na forma de reagir.
Eu penso pouco, explodo com o que acho que entendi e, por outro lado, no instante seguinte volto atrás e tento fazer as pazes.
Ela pensa antes e argumenta mais, mas depois de emburrada demora muito mais que eu a tentar a paz, a se explicar melhor sobre o que quis dizer.
Ela me mostrou que é verdade que eu ando sendo mais mãe e deixando de ser amiga dela, não havia percebido isso. De fato, deixei de confidenciar meus assuntos a ela e não havia percebido isso. Sei que nossa conversa é muito recente, mas tenho tomado cuidado e estou atenta para que isso não aconteça mais.
Minha filha sempre, sempre, me ouviu e foi minha amiga, sem que com isso deixássemos de ser mãe e filha. Abri os olhos, agora estou atenta para permanecer junto dela.
A festa de formatura dela e eu e meu noivo irmos ou não, na verdade, foi um grande equívoco da minha parte, pois quando ela disse que tudo o que queria era que estivéssemos lá e que não ligava para roupa, ela não quis dizer que queria que eu fosse mal vestida, nada disso. O que aconteceu é que um monte de culpas e medos meus vieram à tona, e com isso eu não consegui escutar o que ela queria me dizer.
Conversamos também sobre a minha relação com meu noivo, sobre a minha superproteção em relação a ele. Ela está certa, ele mesmo já havia me alertado de que eu o superprotegia, de que o blindava de qualquer pessoa, até mesmo dela.
Um exemplo da superproteção? Não gosto muito de ar condicionado. E com ele eu sempre durmo com o ar ligado. Com ela eu quase sempre não durmo com o ar ligado, embora saiba que ela adora o frio.
Outro exemplo? Eu sempre gostei de dormir do lado da parede. Com ela eu sempre durmo deste lado. A ele eu quase sempre digo que durma do lado da parede.
Podem parecer coisas bobas, mas tenho que reconhecer que eu sentiria, e muito, se estas bobagens fossem comigo. Então, é natural que eu reconheça que andei errando a balança do equilíbrio, e mais natural ainda que eu tente passar a acertar.
Obrigada, meu bom Deus, por sempre me trazer a possibilidade de reinventar e construir um caminho mais acertado.
E mais obrigada ainda pelas duas pessoas que amo mais que tudo nesse mundo.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Definitivamente, estou cansada


Tristeza, tristeza, tristeza, topor, tristeza.

Tristeza é tudo que sinto desde ontem. Alguma coisa nesse baile de formatura que não fui destampou coisas importantes, antigas e tristes, que ainda não consegui identificar completamente.

Só sinto tristeza, intensa, completa, chorar, chorar, chorar até secar por dentro o que não pode ser esvaziado porque está entranhado em mim.

Tristeza, culpa, impotência, incompetência, cobrança, dependência, incapacidade, tudo misturado, um rolo compressor que me deixa imóvel, completamente derrotada.

É uma sensação tão ruim e dominadora que nem a vontade de comer desenfreadamente me visitou.

Tenho vontade de tomar remédio para dormir e simplesmente não acordar. Não estou falando de morrer, queria apenas dormir, descansar, esquecer o que sequer eu consigo me lembrar.

Tento raciocinar: como um problema que não é grande pode me derrubar tão completamente?

Não sei. Apenas sinto.

Tristeza e culpa


Acordei me sentindo esquisita, uma estranha no meu corpo.
Uma tristeza que entranhou em mim e não quer me deixar.
No trabalho algumas pessoas vieram perguntar o que eu tinha ontem, respondi por cima, sem entrar em detalhes que me envergonham, como o fato de não ter roupa, de não ter conseguido encontrar uma maldita roupa para comprar, a falta de coragem para ir como convidada, ou o fato de não ter tido dinheiro para pagar a formatura da minha filha.
Mas o que me entristece, mais que tudo, é a voz de decepção dela por eu não estar lá, pela família dela não estar lá. Ela que ligou cheia de alegria na voz para nos chamar com os dois convites que sobraram da amiga.
Isso me envergonha.
Isso e a culpa estão me corroendo.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Presente de grego

As vezes, do nada, sai do inesperado uma coisa que te derruba completamente. Aconteceu comigo hoje. E não é nada relacionado à comida.

Minha filha fez o Enem no final de semana e gostou muito das provas, estudou e se preparou para elas. Não pegou a prova problemática, mas devido tanta confusão, estamos esperando o que será resolvido pela justiça em relação ao assunto.

Segunda-feira foi a missa de conclusão do terceiro ano, eu e meu noivo, meus pais e meu irmão fomos assistir. Minha irmã não pôde ir e nem meu cunhado, pois se atrasaram no trabalho.

Agora vou ao assunto que preciso desabafar.

Hoje de manhã estava trabalhando e à tarde teria a primeira aula de outra disciplina, então recebi um telefonema da minha filha.

Quando a comissão de formatura do colégio dela começou a receber o pagamento para organizar as festas do final do ano eu não tinha dinheiro que sobrasse para pagá-los.

Depois que passei a trabalhar através desse concurso, praticamente todas as despesas dela e minha passaram a ser pagas por mim, então, sobra pouco dinheiro, e não daria para pagar o que já havia sido pago pelos outros e também pagar as parcelas por vencer.

Minha filha acertou comigo que não havia problema, pois outras amigas dela também iriam para o baile como convidadas, e que iria se divertir da mesma forma.

Ela vai como convidada de sua melhor amiga, cujos pais eu conheço há anos.

Hoje é o baile.

Comprei dois vestidos belíssimos um para ela ir ao baile e o outro para ir à missa (que fomos), minha mãe comprou um sapato e minha irmã outro vestido, que acabou sendo usado para a missa, pois é mais simples.

Hoje de manhã eu estava trabalhando quando ela me telefonou.

No telefonema de hoje ela estava animada e dizendo que a amiga tinha dois convites sobrando e que gostaria que eu e meu noivo fóssemos com eles ao baile, hoje.

Me deu um nó na garganta!

Veio tudo à tona de uma só vez: estou gorda, não tenho nenhuma roupa, não pude pagar a formatura da mnha filha e agora preciso arrajar roupa urgente para ir e ficarei na mesma mesa de pessoas que só conheço por cumprimentos. Veio uma culpa enorme, por minha filha, que já é convidada, ligar toda alegre para nos chamar para vê-la na formatura.

Deixei o trabalho no horário de almoço, sem maiores explicações, e saí sabendo que não daria para voltar para a aula.
Fui para o comércio tentar achar roupa para mim, e ao mesmo tempo sentindo uma enorme solidão e desamparo, uma autopiedade sufocante, que me fez chorar descontroladamente.
Não encontrei nada que me coubesse, em todos os lugares que fui.
Ele também está sem roupa e teria que alugar uma.

Essa sensação de ir como convidada, sabendo que minha filha também está se formando, essa sensação de impotência por não ter tido dinheiro para adequá-la às formalidades que a escola em que ela estuda impõe, a angústia por não encontrar uma roupa que me coubesse, a sensação de ter sido convidada para a festa em que minha filha deveria estar convidando outras pessoas, me deu um desespero e sensação de impotência tão grandes que não saberia descrever.

Sei que ela está triste e chateada por eu não ir, por nós não irmos. E isso me angustia e desespera.
Cheguei em casa, tomei um rivotril e fui dormir.
Estou me sentindo triste, uma tristeza que não me dá paz, que não me deixa enxergar que há milhões de pessoas passando fome e que esse meu problema é mínimo. Mas não consigo ver isso agora. Sinto muito, meu Deus, não consigo enxergar além da minha tristeza e culpa.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Serenidade

Estou no terceiro dia do recomeço. Do recomeço depois da saída no final de semana.
Hoje acho, só acho, porque eu nunca sei exatamente de que forma o dia terminará, então, continuando, acho que conseguirei me manter segura e serena tal qual estou me sentindo agora.
Trouxe lanchinhos saudáveis para o trabalho, almoçarei comida sem engordativos (prepararam para mim um almoço que é uma bomba calórica, mas também há verduras, vou ficar com elas).
À noite terei uma prova de fogo, terei essa prova porque quero ir a um restaurante japonês, há um tempão que eu e meus colegas daqui marcamos de ir. Tenho o dia todo para terminar de me convencer de que vou e não irei me empanturrar de arroz desnecessariamente. Que a comida não vai acabar em minha vida se eu não comer tudo o que couber no bucho.
Estou numa fase danada de tranquilidade e insegurança misturadas, ainda bem que isso não está descambando para a comida. Coincide com o período em que estou fértil. Então, os sentimentos são de vontade de grudar no meu amor e fazer amor várias e várias vezes. E fizemos. Pena que neste dia e nos próximos não poderemos.
Está sendo ótimo constatar que emagrecer e me cuidar está voltando a se tornar uma enorme vontade, farei com que se torne um hábito. E principalmente que poder engravidar nos próximos meses está se transformando numa meta aceita e deliciosa. Dessa vez, é isso que está me fazendo sempre voltar para a dieta.
Obrigada, meu bom Deus.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Putzgrila, é mais difícil do que já foi em qualquer outra época. Ou não?

Quebrei no final de semana. Novidade!
Também, se até eu sou irônica comigo mesma, o que devo esperar?
Não vou culpar a ninguém que não seja a minha maldita gula.
A maldita desculpa de sempre: a compulsão.
Não vou morrer por isso. Não agora.
E hoje recomecei. Está difícil pra C@%¨&$#!, mas me levantei.
Ponto começo.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Recomeço? SIM. SEMPRE.


Há quatro dias resolvi voltar a ter controle sobre o que como.
Não prometo nada a ninguém.
Não prometo a mim mesma que serei vitoriosa.
Prometo porque quero, apenas, e tão somente apenas, querer e tentar manter o controle.
Por minha saúde, por minha auto-estima. Por enquanto, mais por mim mesma do que por qualquer outro motivo.
Quero me sentir bem em minha própria pele.

No futuro? Sim, se parar para pensar no futuro, ficarei imensamente feliz em poder engravidar com saúde.
Mas isso é assunto para pensamento posterior.

E agora? E por hoje?
Por hoje, daqui a pouco é hora de fazer exercícios, que estou redescobrindo o quanto gostava de fazê-los.
Por hoje, e por agora, é hora de me manter atenta para que a compulsão fique bem vigiada.

E daí? Daí que esse recomeço, isso de me levantar e sacudir a poeira, está me fazendo um bem danado.
É uma batalha, mas estou com boas armas para lutar.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Há um ano e meio encontrei o amor da minha vida


Hoje, dia 2, comemoramos um ano e meio de namoro. Muito pouco tempo para tanta cumplicidade e sentimento. É por isso, que mesmo sem ter uma religião definida entre católica ou espírita, tenho tanta certeza de que esse sentimento já existe há muito, muito tempo, e de que uma das razões por eu estar aqui foi encontrá-lo, ou reencontrá-lo.

O que eu acho mais especial no nosso relacionamento? A nossa cumplicidade, poder conversar tendo a certeza de que nos aceitamos, de que tentamos nos entender não por nossas perpectivas, mas tentando entender pela cabeça do outro, se pondo no lugar um do outro.

Existe o Homem e a Mulher, mas existe entre nós também uma mistura, uma aceitação tão grande que às vezes a minha vontade não é apenas de tê-lo dentro de mim, literalmente e espiritualmente, é a sensação de que podemos nos fundir em um só ser, tamanho o sentimento envolvido. E ainda, às vezes, tenho a impressão louca de que só nossos corpos não deixam que isso aconteça, tamanha a intensidade com que nossos corpos e mentes se misturam e se compreendem.

Amor, carinho, tesão, cumplicidade, amizade, prazer em estar juntos. Uma soma de características raras de serem compartilhadas com uma só pessoa, e por isso sei que recebi um presente especial. Muitas, muitas pessoas nascem e morrem sem experimentar a reciprocidade desse sentimento.

Sei que também há outros motivos que me trouxeram aqui, minha filha é um deles, meu pai, outro, e nosso filho, que um dia chegará e que virá principalmente para ele e por ele, mais um motivo, mas, no momento, quero agradecer e comemorar o amor que sinto, que sentimos.
Obrigada, meu bom Deus.

sábado, 30 de outubro de 2010

Compulsão

Minha vida está tranquila. Ou mais ou menos.
Nas relações ela está estabilizada.
O problema agora é comigo mesma.
Na maioria dos momentos estou bem. Noutros, perdida.
Perdida não sei porque, com uma vontade imensa de descobrir o que me incomoda, o que não me deixa em paz.
No trabalho tenho uma rotina cansativa que me mantem ocupada, tenho bons colegas, e colegas-amigas bem legais. Nunca almoço sozinha, aceito e sou aceita.
A relação com meu noivo está bem definida. Nos amamos, isso é sólido e verdadeiro.
A relação com a minha filha também se consolidou, ao longo de nossas vidas, na amizade e no respeito.
Tenho um boa família, presente, é nítido que nos queremos bem.
Me dou bem com as pessoas, geralmente sou aceita e espontânea.
ENTÃO, QUE PORRA ESTÁ HAVENDO COMIGO?
Que sensações são essas? Numa hora tranquilidade, noutra vazio, noutra falta não sei de quê, noutra cansaço imenso e vontade de deitar prostrada. Uma sucessão de horas e sentimentos diferentes que me incomodam.
Já conheço onde isso vai dar: estou negligenciando, enterrando mesmo uma parte muito importante de mim.
Esqueci completamente do meu corpo, estou totalmente insatisfeita com a minha casa.
Estou gorda, feia, me sinto horrorosa. Uma mulher que vive e participa, num corpo feito para ficar escondido.
Não adianta, não me aceito assim, não me gosto assim.
E não estou conseguindo mudar.
A comida está me destruindo por minha própria vontade desenfreada.
Sinto saudade de me reunir com minhas amigas de caminhada. Sinto muita saudade de poder exagerar e andar 8, 10 quilômetros numa manhã, conversando potoca.
Sinto saudade da excitação das aulas de power bike, era capaz de acordar muito cedo no sábado para não perder a aula. Era um prazer indescritível ver meu corpo magro e capaz.
O que porra está acontecendo com minha vontade? Já engordei trinta e tantos quilos, aonde irei?
E nosso filho tão planejado? A minha compulsão e o meu descontrole proibirão que ele nasça?
Fiz um monte de exames, colesterol alto, triglicerídeos no limite, nada ainda desesperador, ainda podem voltar para o lugar sem medicação. E porque não faço isso?
Tenho sentido tonturas, todo dia, todo dia. Nada foi explicado pelos exames, nada que justificasse. Apenas tensão.

Diz uma tia minha, que é espírita, que o lugar em que trabalho é cheio de desencarnados, e que tontura, formigamento e dor de cabeça, três sintomas que sinto, são características de suas presenças. Prefiro não ir por este caminho Por via das dúvidas, faço o que ela disse. Tento me lembrar de rezar quando entro e ao sair do trabalho.
Há uns vinte dias, quando meu noivo estava com crises de ansiedade e sono descontrolado, pedi, rezei, exigi, solicitei, que se houvesse algum espírito atrapalhando a sua vida, a sua paz de espírito, que viesse para mim, exigi que viesse para mim, pois acredito que sou mais forte para lidar com isso do que ele.

Bom, deixando estas questões espirituais de lado, falei nelas apenas para não deixar nada de fora, é isso.
Sou Mulher, sou essa mistura de sentimentos.
Sinto saudade da minha parte que estou negligenciando: o prazer de estar no meu próprio corpo.