As vezes, do nada, sai do inesperado uma coisa que te derruba completamente. Aconteceu comigo hoje. E não é nada relacionado à comida.
Minha filha fez o Enem no final de semana e gostou muito das provas, estudou e se preparou para elas. Não pegou a prova problemática, mas devido tanta confusão, estamos esperando o que será resolvido pela justiça em relação ao assunto.
Segunda-feira foi a missa de conclusão do terceiro ano, eu e meu noivo, meus pais e meu irmão fomos assistir. Minha irmã não pôde ir e nem meu cunhado, pois se atrasaram no trabalho.
Agora vou ao assunto que preciso desabafar.
Hoje de manhã estava trabalhando e à tarde teria a primeira aula de outra disciplina, então recebi um telefonema da minha filha.
Quando a comissão de formatura do colégio dela começou a receber o pagamento para organizar as festas do final do ano eu não tinha dinheiro que sobrasse para pagá-los.
Depois que passei a trabalhar através desse concurso, praticamente todas as despesas dela e minha passaram a ser pagas por mim, então, sobra pouco dinheiro, e não daria para pagar o que já havia sido pago pelos outros e também pagar as parcelas por vencer.
Minha filha acertou comigo que não havia problema, pois outras amigas dela também iriam para o baile como convidadas, e que iria se divertir da mesma forma.
Ela vai como convidada de sua melhor amiga, cujos pais eu conheço há anos.
Hoje é o baile.
Comprei dois vestidos belíssimos um para ela ir ao baile e o outro para ir à missa (que fomos), minha mãe comprou um sapato e minha irmã outro vestido, que acabou sendo usado para a missa, pois é mais simples.
Hoje de manhã eu estava trabalhando quando ela me telefonou.
No telefonema de hoje ela estava animada e dizendo que a amiga tinha dois convites sobrando e que gostaria que eu e meu noivo fóssemos com eles ao baile, hoje.
Me deu um nó na garganta!
Veio tudo à tona de uma só vez: estou gorda, não tenho nenhuma roupa, não pude pagar a formatura da mnha filha e agora preciso arrajar roupa urgente para ir e ficarei na mesma mesa de pessoas que só conheço por cumprimentos. Veio uma culpa enorme, por minha filha, que já é convidada, ligar toda alegre para nos chamar para vê-la na formatura.
Deixei o trabalho no horário de almoço, sem maiores explicações, e saí sabendo que não daria para voltar para a aula.
Fui para o comércio tentar achar roupa para mim, e ao mesmo tempo sentindo uma enorme solidão e desamparo, uma autopiedade sufocante, que me fez chorar descontroladamente.
Não encontrei nada que me coubesse, em todos os lugares que fui.
Ele também está sem roupa e teria que alugar uma.
Essa sensação de ir como convidada, sabendo que minha filha também está se formando, essa sensação de impotência por não ter tido dinheiro para adequá-la às formalidades que a escola em que ela estuda impõe, a angústia por não encontrar uma roupa que me coubesse, a sensação de ter sido convidada para a festa em que minha filha deveria estar convidando outras pessoas, me deu um desespero e sensação de impotência tão grandes que não saberia descrever.
Sei que ela está triste e chateada por eu não ir, por nós não irmos. E isso me angustia e desespera.
Cheguei em casa, tomei um rivotril e fui dormir.
Estou me sentindo triste, uma tristeza que não me dá paz, que não me deixa enxergar que há milhões de pessoas passando fome e que esse meu problema é mínimo. Mas não consigo ver isso agora. Sinto muito, meu Deus, não consigo enxergar além da minha tristeza e culpa.
Minha filha fez o Enem no final de semana e gostou muito das provas, estudou e se preparou para elas. Não pegou a prova problemática, mas devido tanta confusão, estamos esperando o que será resolvido pela justiça em relação ao assunto.
Segunda-feira foi a missa de conclusão do terceiro ano, eu e meu noivo, meus pais e meu irmão fomos assistir. Minha irmã não pôde ir e nem meu cunhado, pois se atrasaram no trabalho.
Agora vou ao assunto que preciso desabafar.
Hoje de manhã estava trabalhando e à tarde teria a primeira aula de outra disciplina, então recebi um telefonema da minha filha.
Quando a comissão de formatura do colégio dela começou a receber o pagamento para organizar as festas do final do ano eu não tinha dinheiro que sobrasse para pagá-los.
Depois que passei a trabalhar através desse concurso, praticamente todas as despesas dela e minha passaram a ser pagas por mim, então, sobra pouco dinheiro, e não daria para pagar o que já havia sido pago pelos outros e também pagar as parcelas por vencer.
Minha filha acertou comigo que não havia problema, pois outras amigas dela também iriam para o baile como convidadas, e que iria se divertir da mesma forma.
Ela vai como convidada de sua melhor amiga, cujos pais eu conheço há anos.
Hoje é o baile.
Comprei dois vestidos belíssimos um para ela ir ao baile e o outro para ir à missa (que fomos), minha mãe comprou um sapato e minha irmã outro vestido, que acabou sendo usado para a missa, pois é mais simples.
Hoje de manhã eu estava trabalhando quando ela me telefonou.
No telefonema de hoje ela estava animada e dizendo que a amiga tinha dois convites sobrando e que gostaria que eu e meu noivo fóssemos com eles ao baile, hoje.
Me deu um nó na garganta!
Veio tudo à tona de uma só vez: estou gorda, não tenho nenhuma roupa, não pude pagar a formatura da mnha filha e agora preciso arrajar roupa urgente para ir e ficarei na mesma mesa de pessoas que só conheço por cumprimentos. Veio uma culpa enorme, por minha filha, que já é convidada, ligar toda alegre para nos chamar para vê-la na formatura.
Deixei o trabalho no horário de almoço, sem maiores explicações, e saí sabendo que não daria para voltar para a aula.
Fui para o comércio tentar achar roupa para mim, e ao mesmo tempo sentindo uma enorme solidão e desamparo, uma autopiedade sufocante, que me fez chorar descontroladamente.
Não encontrei nada que me coubesse, em todos os lugares que fui.
Ele também está sem roupa e teria que alugar uma.
Essa sensação de ir como convidada, sabendo que minha filha também está se formando, essa sensação de impotência por não ter tido dinheiro para adequá-la às formalidades que a escola em que ela estuda impõe, a angústia por não encontrar uma roupa que me coubesse, a sensação de ter sido convidada para a festa em que minha filha deveria estar convidando outras pessoas, me deu um desespero e sensação de impotência tão grandes que não saberia descrever.
Sei que ela está triste e chateada por eu não ir, por nós não irmos. E isso me angustia e desespera.
Cheguei em casa, tomei um rivotril e fui dormir.
Estou me sentindo triste, uma tristeza que não me dá paz, que não me deixa enxergar que há milhões de pessoas passando fome e que esse meu problema é mínimo. Mas não consigo ver isso agora. Sinto muito, meu Deus, não consigo enxergar além da minha tristeza e culpa.
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