terça-feira, 28 de dezembro de 2010

COMPULSÃO


Acabo de ler uma postagem de MARÇO em que falo da compulsão, do início do meu descontrole sobre a comida, ou do reinício do meu descontrole sobre a comida.
Nela, eu dizia:

"Preciso desesperadamente voltar a me controlar. O excesso de peso já está me modificando: minha auto-estima, minha vergonha, meu sentimento de ser desapropriada... se continuar, isso inevitavelmente prejudicará meus relacionamentos, com meu noivo, com minha filha, com meus amigos. Eu passo a sentir vergonha, me retraio, fico triste. Tudo por minha própria cobrança. Tudo por meu próprio descontrole".

Estamos em DEZEMBRO e, infelizmente, tudo o que eu escrevi em março se consolidou.
Hoje minha filha me perguntou se eu estou entrando em depressão. Respondi que achava que não. Na verdade, acho mesmo que não, ou pelo menos ainda não.
Sinto exatamente isso: tristeza, descontrole, vergonha, baixa auto-estima, o meu peso, estar gorda, mexe com tudo o que há de bom em minha vida.

Tudo o que há de bom está aqui, mas eu mudei.
Minha percepção está embaçada, eu me sinto presa dentro da minha decepção.
Perco a graça, perco a sensação de pertencer à minha vida, principalmente perco a sensação de me pertencer.
Estou assutada, sinto medo, frio, solidão. E ao mesmo tempo me isolo, me entristeço.
Passo a ser uma sobra, uma sombra da Mulher que posso ser, que gosto de ser.

As pessoas que eu amo e que me amam percebem que mudei, e eu sinto tanto! Não só por eles, mas principalmente por mim mesma. Por tudo o que estou disperdiçando, vida e tempo de vida.

Eu vou, mas sinto vergonha de encontrar alguém conhecido quando saímos.
Deixei de ir às festas em que toda a família dele estará lá.
Faço amor, sempre adorei fazer amor, mas sinto vergonha, por mais que ele me ame e me aceite, o problema está em mim, nos meus pensamentos em relação ao meu corpo gordo.
Não vou à praia.
Sentia enorme prazer em me arrumar para sair. Hoje, visto qualquer coisa que me caiba e que não me deixe tão ridícula. E mesmo assim ainda saio desconfiada.

Principalmente o que estou perdendo?
Estou perdendo a mim mesma.
Estou perdendo a minha alegria.
Estou perdendo o meu bom humor.
Estou perdendo a minha paciência.
Estou perdendo o tesão.
Estou perdendo a vontade.
Estou perdendo a mim mesma.

Hoje sou só compulsão, tal qual um parasita invasor, a compulsão está me dominando, me destruindo.
Não me reconheço, estou me perdendo.

Só eu posso me salvar. No momento, ainda estou ocupada em me destruir.
Sinto muito por quem faz parte da minha vida.
Sinto muito, muitíssimo, por mim.

Há uma Mulher linda aqui dentro. Mas, no momento, está completamente aprisionada. E eu ainda não tenho idéia de quando conseguirei resgatá-la.

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