Expliquei que o que estou sentindo é mais forte que eu, que está acima de mim e não estou conseguindo controlar.
Ele chegou mais perto de mim, e está tentando adiantar a consulta com o psiquiatra, pois só consegui vaga para 15 de fevereiro. É muito longe.
Falei que vou precisar sim de antidepressivo, sozinha não estou conseguindo sair. E além disso a compulsão por comida está enlouquecida, quando chega à noite meus pés estão com bastante edema, acho que por todo esse descontrole.
Agora, enquanto escrevo, estou me sentindo bem, mas há pouco não conseguia me sentir em paz comigo.
Para quem só me conhece socialmente, e até para algumas amigas, estou ótima. Não estou.
Não consigo sequer fazer amor, me sinto tensa, não consigo sentir prazer, sinto medo de engravidar, mesmo com métodos anticoncepcionais.
O que mais me preocupa é esse mecanismo inconsciente de me desligar das pessoas que mais me conhecem, que sabem o momento que estou passando.
Meu pai está sobrecarregado com problemas da loja, mas sinto sua delicadeza comigo em pequenos cuidados, que na verdade ele sempre teve. E eu choro de noite, depois que me fecho em meu quarto. Tento, ao abrir a porta, aparentar normalidade.
Sobre minha filha, graças a Deus que está na casa de uma amiga na praia até o final do mês. Conviver com ela dentro de casa agora, toda hora tendo acesso a mim, ia ser difícil. Penso nela, mas não consigo senti-la perto, não porque não a ame, amo e muito, mas porque, mesmo sem querer, quero me distanciar.
Sobre meu noivo, que é a pessoa que está mais próxima de mim, me mostro e ao mesmo tempo sinto uma enorme vontade, quase irresistível, de me isolar dele. Preciso desesperadamente me prender a ele, mas minha vontade é só me manter distante.
É como se irracionalmente eu estivesse me distanciando de quem realmente me conhece.
Por que? Para que?
Não sei, estou muito louca.
Mas não me entrego a isso, eu espero que não. E daqui a poucos dias terei a ajuda de antidepressivo.
É isso.
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