Ainda ontem minha filha foi viajar com a família da melhor amiga e eu sequer consegui me despedir no momento em que ela saiu. Eu precisava desesperadamente dormir. Quando acordei ela já havia ido.
Ontem de manhã saí com ela para resolver algumas coisas pendentes para que ela pudesse viajar.
Ontem no final da tarde, quando acordei, me senti horrível. E vi que estava descendo rápido demais a ladeira, então comecei a pensar numas quinhentas formas de reagir.
Peguei rivotril com minha mãe para usar à noite, meu pai me disse que rivotril não é o remédio correto para depressão. E eu respondi:
- Eu sei, pai, estou com psiquiatra marcado para fevereiro, mas acredito que daqui para lá eu já estarei melhor e não precisarei tomar remédio.
E liguei para meu noivo, e conversamos, contei sobre as dúvidas, medos e sobre a conversa que tive com minha filha. Ele me acolheu, me disse que fosse atrás dela, que recuperasse o que estava perdendo. E ao mesmo tempo me afirmou que amadureceu bastante nesse tempo que estamos juntos, o que é verdade. Me senti aliviada por nossa conversa ter sido de entendimento e acolhimento.
Minha filha é muito mais dura que eu, numa discussão ela raramente sai da posição de vencedora, e demora muito mais que eu a amolecer. Mesmo assim tentei ligar para ela mas não consegui entrar em contato.
À noite uma amiga me ligou, eu estava me esforçando para reagir e enxergar as coisas com esperança e por um lado menos obscuro. Ela me chamou para comer caranguejo, e foi a melhor coisa que pude fazer por mim. Sei que minha dieta anda uma droga, e que preciso desesperadamente voltar, mas ontem isso me aliviou muito.
Até agora ainda não comi besteiras, está "pau" segurar, mas vou tentando.
Hoje minha filha ligou, disse que não estava com o celular ontem. Tentei fazer as pazes, pedi desculpas, ela aceitou e falou pouco, de uma forma meio mecânica. Ela é dura, talvez demore bastante tempo para voltar ao normal comigo, talvez não, não tenho a menor ideia. Gostaria muito que ela perdesse mais rápido a defesa desnecessária, mas não posso fazer além do que já fiz.
Paciência.
Acho que estou conseguindo me segurar sem descer, e isso já requer um grande esforço.
Por enquanto, é o que posso fazer.
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