Desorganizada. Insegura. Essa sou eu ultimamente.
Não, eu não era assim, eu tinha mais bom humor, mais leveza. Tou com saudade de mim mesma, da outra eu, a mais leve?
Não, ainda estou descendo a ladeira, estou triste, e só. (talvez dramática também, mas essa sensação de tristeza e insegurança já vem durando um tempo).
Hoje a minha filha me disse que eu estou me tornando uma pessoa negativa, que quase sempre está de cara fechada. EU? Minha mãe muitas vezes é assim, EU NÃO POSSO SER ASSIM!
Eu não quero ser assim.
Mas no momento é o que sou. Alguma coisa que me acendia está com a pilha gasta, mesmo que só quem perceba seja quem realmente me conhece.
Acho mesmo que isso de insegurança começou com a descoberta da gravidez: sensação de alegria e insegurança misturadas.
No começo minhas dúvidas eram: engravidei gorda, será que virão muitos riscos? Estou com diabetes gestacional! Eu e meu noivo não temos condições de morarmos juntos, como criaremos nosso filho em duas casas e ainda precisando morar com nossos pais (mesmo sabendo que eles, nossos pais, ficaram muito felizes)? Como arcarei com as despesas de mais um filho? Foram essas e tantas outras abobrinhas na cabeça.
E agora, depois que o perdi o bebê com oito semanas, vejo que tudo acima era bobagem e seria resolvido com calma. Vi que o dinheiro que recebo jamais nos deixaria morrer de fome, mesmo que passássemos aperto e que meu filho não tivesse um pai presente (o que teria).
Isso de perder um bebê mexeu muito comigo, mexeu numa certeza que eu tinha: a minha capacidade de ser mãe, de ser uma boa mãe. Esse acontecimento me deixou mais insegura, quanto a minha capacidade de engravidar de novo (sei que posso, mas sinto medo), fez a minha idade pesar (mesmo sabendo que 20% das gestações acabam dessa forma).
Sinto insegurança que está fora do normal.
Voltou até o medo que meus pais morram ou que envelheçam e eu não possa ser amparada e nem possa no futuro ampará-los! Um medo que me acompanha desde pequena e que há vinte anos minha mãe preconiza que não está mais aguentando trabalhar na loja! Vinte anos de medos e receios que até podem se concretizar, provavelmente um dia se concretizarão, mas que até agora ainda não aconteceu.
Sei que tenho batalhado para funcionar, e tenho conseguido. Mesmo triste e insegura continuo fazendo tudo que é necessário: estudando, caminhando, indo para a hidroginástica, cuidando da monografia, namorando, sendo mãe, fazendo dieta, emagrecendo.
Não consigo sentir o mesmo prazer que sentia ao fazer cada atividade, as vezes até consigo, mas tenho me esforçado para conseguir.
A compulsão me visita as vezes, mas tem sido mais fácil lidar com ela. Estou tomando remédio para diabetes, não posso me dar ao luxo de ficar sem pernas ou até cega, como ficou meu avô (estou sendo dramática, eu sei).
Hoje à tarde meu noivo e minha filha se desentenderam. Nada do outro mundo, mas isso me deixou triste e confusa. Sei que se gostam e se respeitam, mas há muito tempo que digo a ambos que muitas vezes a brincadeira entre eles é demasiada, e que um dia um se magoaria com o outro.
Sobre o desentendimento entre eles, eles mesmos têm culpa. Não me cabe interferir.
Sobre o desentendimento dele comigo, ambos temos culpa. Ele reclama que não temos privacidade, o que muitas vezes é verdade, minha filha diz que não baterá mais na porta do quarto e que não entrará mais quando estivermos juntos, que fazia isso porque gostava de estar junto da gente. Cabe a todos encontrar um meio-termo, mas isso vai levar um tempo. Todos, nesse caso, estamos chateados. Ele desabafou e foi embora. Conversei com ela, que ficou chateada e disse que não entrará mais no quarto quando estivermos juntos. Acho que o meio-termo virá com o tempo, assim eu espero.
Nada do outro mundo, só a mesma merda de sempre. Ou quase sempre.
A porra da terapia, que faltei semana passada porque tinha médico; que não teve essa semana porque a terapeuta está viajando; que não terá semana que vem porque na quarta será feriado, não está adiantando de merda nenhuma.
Amanhã já estava tudo pronto para viajarmos para a praia, espero que ele ainda queira ir. Se ele não for eu irei assim mesmo, sozinha. Nunca fui sozinha e espero não precisar ir, mas se ele não for, pode ter certeza de que ficar aqui para trabalhar amanhã eu não vou.
Não, eu não era assim, eu tinha mais bom humor, mais leveza. Tou com saudade de mim mesma, da outra eu, a mais leve?
Não, ainda estou descendo a ladeira, estou triste, e só. (talvez dramática também, mas essa sensação de tristeza e insegurança já vem durando um tempo).
Hoje a minha filha me disse que eu estou me tornando uma pessoa negativa, que quase sempre está de cara fechada. EU? Minha mãe muitas vezes é assim, EU NÃO POSSO SER ASSIM!
Eu não quero ser assim.
Mas no momento é o que sou. Alguma coisa que me acendia está com a pilha gasta, mesmo que só quem perceba seja quem realmente me conhece.
Acho mesmo que isso de insegurança começou com a descoberta da gravidez: sensação de alegria e insegurança misturadas.
No começo minhas dúvidas eram: engravidei gorda, será que virão muitos riscos? Estou com diabetes gestacional! Eu e meu noivo não temos condições de morarmos juntos, como criaremos nosso filho em duas casas e ainda precisando morar com nossos pais (mesmo sabendo que eles, nossos pais, ficaram muito felizes)? Como arcarei com as despesas de mais um filho? Foram essas e tantas outras abobrinhas na cabeça.
E agora, depois que o perdi o bebê com oito semanas, vejo que tudo acima era bobagem e seria resolvido com calma. Vi que o dinheiro que recebo jamais nos deixaria morrer de fome, mesmo que passássemos aperto e que meu filho não tivesse um pai presente (o que teria).
Isso de perder um bebê mexeu muito comigo, mexeu numa certeza que eu tinha: a minha capacidade de ser mãe, de ser uma boa mãe. Esse acontecimento me deixou mais insegura, quanto a minha capacidade de engravidar de novo (sei que posso, mas sinto medo), fez a minha idade pesar (mesmo sabendo que 20% das gestações acabam dessa forma).
Sinto insegurança que está fora do normal.
Voltou até o medo que meus pais morram ou que envelheçam e eu não possa ser amparada e nem possa no futuro ampará-los! Um medo que me acompanha desde pequena e que há vinte anos minha mãe preconiza que não está mais aguentando trabalhar na loja! Vinte anos de medos e receios que até podem se concretizar, provavelmente um dia se concretizarão, mas que até agora ainda não aconteceu.
Sei que tenho batalhado para funcionar, e tenho conseguido. Mesmo triste e insegura continuo fazendo tudo que é necessário: estudando, caminhando, indo para a hidroginástica, cuidando da monografia, namorando, sendo mãe, fazendo dieta, emagrecendo.
Não consigo sentir o mesmo prazer que sentia ao fazer cada atividade, as vezes até consigo, mas tenho me esforçado para conseguir.
A compulsão me visita as vezes, mas tem sido mais fácil lidar com ela. Estou tomando remédio para diabetes, não posso me dar ao luxo de ficar sem pernas ou até cega, como ficou meu avô (estou sendo dramática, eu sei).
Hoje à tarde meu noivo e minha filha se desentenderam. Nada do outro mundo, mas isso me deixou triste e confusa. Sei que se gostam e se respeitam, mas há muito tempo que digo a ambos que muitas vezes a brincadeira entre eles é demasiada, e que um dia um se magoaria com o outro.
Sobre o desentendimento entre eles, eles mesmos têm culpa. Não me cabe interferir.
Sobre o desentendimento dele comigo, ambos temos culpa. Ele reclama que não temos privacidade, o que muitas vezes é verdade, minha filha diz que não baterá mais na porta do quarto e que não entrará mais quando estivermos juntos, que fazia isso porque gostava de estar junto da gente. Cabe a todos encontrar um meio-termo, mas isso vai levar um tempo. Todos, nesse caso, estamos chateados. Ele desabafou e foi embora. Conversei com ela, que ficou chateada e disse que não entrará mais no quarto quando estivermos juntos. Acho que o meio-termo virá com o tempo, assim eu espero.
Nada do outro mundo, só a mesma merda de sempre. Ou quase sempre.
A porra da terapia, que faltei semana passada porque tinha médico; que não teve essa semana porque a terapeuta está viajando; que não terá semana que vem porque na quarta será feriado, não está adiantando de merda nenhuma.
Amanhã já estava tudo pronto para viajarmos para a praia, espero que ele ainda queira ir. Se ele não for eu irei assim mesmo, sozinha. Nunca fui sozinha e espero não precisar ir, mas se ele não for, pode ter certeza de que ficar aqui para trabalhar amanhã eu não vou.
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