quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Uma desafia a morte, o outro batalha pela vida


Hoje tenho duas histórias para contar. Uma minha, que estou desafiando dementenente a manutenção da minha saúde. Outra de um de meus cachorros, que mais uma vez está lutando por sua vontade de ficar vivo.
Conto primeiro a boa ou a ruim? Quando me perguntam isso sempre começo pela ruim, pois a notícia boa por fim amortece a sensação da ruim.
Então vamos lá, nesse caso, a primeira e ruim será a minha história.

Há dias e meses que venho tentando, seja desesperadamente, seja com alguma esperança, mas sempre sem sucesso, lutar contra a compulsão alimentar.
Estou engordando, estou 30 quilos acima do meu peso. E com isso a minha pressão está desregulada, o remédio que tomava não está mais segurando a barra.
Há dias, semanas, que me sinto meio tonta de manhã. Hoje o tensiômetro chegou do conserto e de manhã cedo, ao acordar, minha pressão estava 15 x 9. Tomei dobrado a dose do anti-hipertensivo.
Cheguei no trabalho e veio a tontura e dor de cabeça. Tomei um dorflex.
Vim almoçar em casa para cuidar do cachorro e aferi a pressão: 17 x 12. Encontrei o remédio de pressão que eu tomava há muito tempo, tomei um.
Voltei ao trabalho e me senti mal de novo. Liguei e consegui um encaixe para a minha cardiologista para a próxima semana.
Cheguei em casa e a pressão estava em 15 x 9. E eu me sentindo mal. Tomei o,5 mg de rivotril e me deitei.
Acordei melhor, pressão 14 x 9, sentindo apenas dor de cabeça.
Tomei outro dorflex. Agora me sinto relativamente bem.
Há seis meses a cardiologista calculava que se eu emagrecesse 10kg talvez nem precisasse mais de tomar anti-hipertensivo.
É por isso que digo: dementemente e sem controle estou desafiando a morte.

Agora vamos para a história boa.
Tenho um cachorro que deve ter 12 ou 13 anos. Está conosco há 5 anos, chegou adulto e mal tratado. É um cão de grande porte. É educado, amoroso, cheio de vida.
No final de semana ficou coberto de feridas. Meu pai e meu irmão cortaram seus pelos e colocaram remédio. Eu cheguei em casa domingo à noite.
Quando cheguei em casa do trabalho, na segunda, me avisaram que ele havia vomitado três vezes.
Dei plasil, comida e ele tomou bastante água e parou de vomitar. Fui dormir cansada e tranquila.
Pouco mais de uma da manhã eu o ouvi vomitando várias e várias vezes, até o dia amanhecer. eu não podia sair de casa de madrugada, então esperei o dia amanhecer para sair com ele. Não consegui dormir de tanto estresse e preocupação.
Cheguei a achar que o encontraria morto, pois é velhinho e parou de fazer barulho lá pelas 4h.
Cinco horas me levantei e fui vê-lo. Prostrado, caquético, enrolado e sujo de areia, um caco do cachorro alegre que era.
Sempre há nos cachorros uma característica que me toca profundamente: a completa confiança que eles têm em seus donos.
Quando meu cachorro está doente, vejo claramente o pedido de socorro e a confiança que depositam em mim, de que eu os ajudarei. E aceitam que eu os fure para injeções, coloque comida goela abaixo quando não aceitam comer, trate suas feridas, aceitam que eu cuide deles, quase me pedem isso com o olhar.
Coloquei meu cachorro no carro e rodei atrás de uma clínica aberta logo cedo. Não encontrei.
Liguei para uma que conheço, marquei com o veterinário ás 8h.
Meu cachorro ficou no soro e medicamentes endovenosos até às 15h.
Eu o trouxe para casa ainda muito mal. Ele é bem velhinho.
Não quis comida e nem água. Passe no liquidificador ração, leite e carne, fiz uma pasta molhada e pegajosa e fiz bolinhos com a mão e coloquei várias vezes a comida no fundo da boca dele. E ele teve que engolir. Repeti isso hoje de manhã.
Na hora do almoço, vim para casa para cuidar dele, eu estava com a pressão pipocando de tão alta.
Mas o que acontece? Ofereço a carne antes de fazer a gororoba no liquidificador e ele aceita e come espontâneamente!
Pois é, meu cachorro velhinho e com um pé na cova decidiu viver. E almoçou muito bem.
À tarde ligo para o veterinário para saber do hemograma. Ele me diz que o resultado é crítico. O máximo de leucócitos que deveria dar seriam 16.000, e meu cachorro está com 36.700. Vou para casa preocupada. E o que encontro?
Meu cachorro de pé, fazendo festa ao me ver e com um apetite de leão.
É isso, a vida pede passagem e ele a está deixando entrar com toda a força de suas quatro patas que eu tanto amo.
E vamos para a frente.
Amanhã é dia de consolidar a saúde, para ele.
É também dia para eu tentar recuperar a minha.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

De protagonista a espectadora

Ainda estou descontrolada. E o que isso importa? Importa e muito.
Enquanto eu estiver assim estarei engordando, estarei me distanciando do que quero, sem controle sobre minha vida, sem vontade de arrumar meu quarto, que está uma zorra há muito tempo.
Engraçado? Não, apenas interessante isso de que quando a minha cabeça se desorganiza, tudo o que está fisicamente ao meu redor também se desorganiza. Meus quarto, que era arrumado, minhas coisas, que estão sacudidas por aí, meus cachorros, que deixei de cuidar, dar banho, perfumar. E principalmente eu mesma, que passei a me ver feia, sem graça, desengonçada.
A compulsão por comida está fazendo com que eu me perca de mim, com que eu apenas viva. Deixo de ser protagonista e me torno espectadora da minha própria vida.
Tento administrar, me fazer ativa, e até tenho conseguido, mas só eu sei o quanto a minha vontade é de me esconder, de ficar quieta em meu quarto.
Minha filha está em fase de vestibular, e eu preciso, tenho que me manter lúcida e tranquila perto dela. Tenho tentado isso e tem dado certo. O momento é dela, não meu, pelo menos quando estivermos juntas.
Meu noivo é meu amigo, companheiro e cúmplice. Eu o amo, muito, estamos numa fase de muita união. Há um detalhe em que somos parecidos: ambos temos a mesma doença, a compulsão. Tento não sobrecarregá-lo, acho que tenho conseguido, embora seja difícil esconder dele o meu desespero.
Quê que eu estou fazendo da minha vida?

terça-feira, 21 de setembro de 2010

DESCONTROLADA. Recomeço? Controle? Não, não, ainda não


Pensei que daria. Estava redondamente (literalmente redondamente) enganada.
A compulsão e a ansiedade estão instaladas, muito, muito fortes para serem vencidas ontem ou hoje.
De manhã ainda consigo manter a linha, fico tranquilamente sem comer besteira. Lancho fruta e uma torrada numa boa, fico satisfeita.
Depois do almoço a porca torce o rabo, "a cachorra da mulesta" vem e domina tudo, minhas emoções, vontades e desejos. Aí tudo o que planejei vai para o brejo.
Sei que estou escrevendo um monte de besteira. Mas quem consegue manter a pose imediatamente após uma derrota? Tá, um monte de gente. Mas, nesse caso aqui, não eu.
E que está se lascando com isso? Eu. Eu. Eu.

domingo, 19 de setembro de 2010

Recomeço, de novo. SEMPRE. ÚNICO.

Amanhã recomeçarei a voltar aos eixos em relação à comida.
Não seria melhor dizer de novo?
Não. Se eu ficar pensando no passado, em quantas vezes recomecei, deixei de lado, recomecei de novo... nas vezes em que recomeçar deu certo, nas inúmeras vezes em que deu errado, ficaria cansada só de pensar em tentar.
Prefiro acreditar que poder recomeçar é um presente divino. E que cada vez que recomeço é única, uma oportunidade de perdão e de sucesso que ofereço a mim mesma. Porque essa é outra das graças da vida. Quase sempre é tempo de recomeçar, e de tentar ser melhor do que fui no passado.
Pretendo, de todo coração, deixar que a idéia de não comer tudo o que tenho vontade não me cause ansiedade, mas sim a certeza de que chegarei naquele ponto confortável, de me sentir bonita em mim mesma, no meu corpo.
Focarei no bem que me faz quando eu me sinto tranquila e forte em relação à compulsão por comida, por doces principalmente.
E para os que quiserem me colocar para trás (e aí incluo o meu lado sabotador e inimigo), digo: sinto muito, mas dê licença que vou passar com a minha vontade.
E ainda mais, o que digo para quem não acreditar mais em mim (também incluo aqui o meu lado inimigo de mim mesma), digo que sei que inúmeras vezes desisti, mas digo mais alto ainda que sim, algumas vezes venci lindamente, e que essas vitórias estão muitos mais gravadas e guardadas do que as derrotas.
E que mais que eu posso dizer aos inimigos?
Que fodam-se.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Ai meu Jesus Cristinho!

Deus meu, por favor, tenha paciência comigo! Porque nem eu tenho mais.
Sei que reclamo muito, sei que muitas vezes não tenho razões para isso. Me desculpe.
Mas, sinceramente, a vida não poderia ser ainda mais simples?
Quê que custa um pouco mais de bom humor numa sexta-feira? Me diz?
Sexta é dia de passear, ou também de ficar juntinho assistindo filme. Isso é pedir muito?
Sei que a doença não é nada séria. Ela é mais de humor do que de qualquer outro mal.
Então, porque cargas d'água ele simplesmente não desencana?
Está mal humorado, sem paciência, tristonho, recluso. Logo numa sexta?
Espero a semana inteirinha o bendito final de semana chegar, e quando finalmente ele chega, parece que vai ser maldito.
PUTA QUE ME PARIU! (não estou falando de minha mãe, é só um palavrão de desabafo)

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Vícios, os meus, os teus

Temos uma boa vida, nos amamos, temos família equilibrada, ou pelo menos mais para mais, temos amigos e também, mesmo que isso não seja fundamental, somos mais para bonitos, além de não termos nenhuma deficiência física para nos queixarmos, não falta amor, vida, nem sequer dinheiro para até além do essencial.
Mas que porra está acontecendo?
Deixaremos nossos problemas nos matarem antes do tempo?
Vicios!
Os meus:
Há três dias que sinto que alguma coisa vai errada comigo. Na segunda à tarde, logo após o almoço, estava sozinha na sala do trabalho e tive uma sensação estranha, e ouvi o meu pensamento:
- Eu vou desligar, eu vou desligar!
E me senti desligando da realidade, nem sei dizer como, a minha vista nem escureceu, foi como se eu fosse me distanciando, me desligando da realidade. Que sensação esquisita e assustadora.
Peguei o celular para ligar para alguém e vi que não daria tempo de quem quer que fosse me salvar. Daí me levantei e saí da sala. Fui atrás do meu chefe, que tem tensiômetro, mas ele não estava. Fiquei quieta, sentada na sala dele.
A sensação foi passando, passando... resolvi voltar para a minha sala e continuei trabalhando.
Hoje, por gordura e por preocupação com meu noivo, cheguei ao trabalho cansada e tensa, sentindo a tensão nos ombros e pescoço, achei que era pressão alta.
E, que tal, 180 x 100? Minha pressão estava muito alta. Tomei outro remédio de pressão e fiquei me acalmando até os sintomas passarem.
E então voltei a trabalhar normalmente.
O vício pela comida, pela compulsão desenfreada pela comida, está me minando aos poucos. Não mata descaradamente, mas vai destruindo a minha saúde.
Até que ponto eu irei?
Os teus:
Meu noivo tem dependência química por coca-cola e cigarro, além da comida. Ou seja, nós dois juntos já daríamos um caso para estudo.
Segunda à noite fomos ao hospital porque ele estava se sentindo mal, com uma dor na nuca e dores no peito e costas.
Hemograma e outros exames deram normais. A suspeita era de infecção das vias aéreas superiores. Ingerir mais água foi o conselho.
Ontem à noite ele passou a noite no hospital com sintomas piorados.
Dores no peito, costas e nuca e mal estar.
A médica definiu o quadro:
- Obesidade, com início de esteatose hepática (acúmulo de gordura no fígado).
- Obesidade sobrecarregando a musculatura.
- Dores musculares devidos ao sedentarismo.
- Crise de esofagite de refluxo devida a uma hérnia de hiato, agravada pela ingestão excessiva, desenfreada e diária de coca-cola.
Aonde ele irá parar?
Putzgrila, estamos parecendo um casal de ogros! Só que os ogros nunca morrem, ao contrário dos gordos dependentes de comida e outras merdas.

domingo, 12 de setembro de 2010

Final de semana


Finalmente senti que aproveitei realmente o final se semana, e olhe que ainda trabalhei no sábado de manhã e passei a tarde inteira fazendo um concurso!
Saí de casa e passei o final de semana na casa de meu noivo. Ele não saiu, mas eu, além de ficar com ele, ainda tive o sábado ocupado e hoje à tarde fui bater perna com a minha filha do shopping. É programa de doida, eu sei, mas foi bem legal.
Além de dormir pouquíssimo, namorei muito, assisti filmes e voltei para casa satisfeita da vida.
Aconteceram coisas interessantes:
- No concurso fiz, rapidamente e com algum nexo, uma redação de 30 linhas sobre um assunto que não conhecia, pelo menos não especificamente. Calma, vou explicar.
Claro que não sou nenhum gênio, mas isso de escrever aqui regularmente e também de ter que ler muitos textos para a pós, me trouxe uma facilidade de escrever que eu nunca senti antes. Simplesmente as palavras fluiam sem o imenso esforço de antes, só pelo fato de estar aprendendo a colocar as idéias no papel (papel? Quase! Tela) com freqüência.
Vi que finalmente concordo com os professores: se escrever sobre qualquer assunto, pelo menos uma vez ou outra, isso se tornará fácil.
Que massa!
- Assisti a três filmes, todos ótimos.
Um eu já tinha assistido há muito tempo: A testemunha. Muito bom.
O segundo eu deveria ter assitido há anos, é perfeito: A gaiola das loucas. Ri de ficar com a barriga doendo.
O terceiro foi o filme mais impactante que assisti ultimamente: O senhor das moscas. Brilhante, quem o escreveu é um gênio. Esse foi um filme que me fez perder o sono. É a história de um grupo de meninos que sofre um acidente aéreo e vai para numa ilha deserta, o filme mostra como as relações humanas vão se construindo a partir daí. É um filme desconcertante, muito, muito bom. Sei que o nome sugere algo bobo, mas é um filme surpreendente.
Para mim? Que final de semana perfeito!
Afinal, senti que houve realmente sábado e domingo!
Ueba!!!



quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Intimidade


É assunto íntimo, por só caber a mim e ao meu noivo, não entrarei em detalhes, mas quero compartilhar um momento que, quando acontece, me faz ter a certeza de porque estamos aqui neste mundo.
Você já fez amor com a alma e o corpo completamente entregues e em sintonia? Já sentiu que, humanamente e principalmente espiritualmente, você e o amor da sua vida estão na mais profunda harmonia?
Já sentiu uma emoção tão avassaladora e terna que chorou de alegria e prazer fazendo amor?
Já viu o seu amor nos olhos do homem que ama? De forma tão clara e transparente que sentiu o sentido da vida?
Já ficou abraçada ao homem que ama depois de fazer amor, olhando nos olhos, trocando carinho, tendo a certeza de que seu amor é correspondido?
O amor, a cumplicidade, o prazer em estar juntos, saber que nos amamos, vocês conseguem imaginar por qual outro motivo Deus nos colocaria aqui? Outro motivo que não fosse sempre em direção ao amor?
Só consigo enxergar o livre arbítrio como forma de procura desses sentimentos, de amor, paz e harmonia. De almas em procura de cumplicidade e aceitação.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Meu mundo em cores


Deus do céu, obrigada! Estou em paz, tranquila, feliz, serena. E o amo, tanto tanto!
Ele me procurou. Eu o amo tanto! Amo mais que tudo nesse mundo e em qualquer outro que possa existir.
Choramos, rimos, nos abraçamos, e assim, com nosso amor, meu mundo volta a ser colorido, volta a fazer sentido.
Não conseguiria descrever exatamente o que estou sentindo agora, talvez o mais próximo do que sinto é paz, a certeza de que amo e sou amada pelo amor da minha vida.
Achei! Há uma música que tocou no casamento da minha irmã, ela descreve o que sinto agora, é de Chico Cesar:

É só pensar em você
Que muda o dia
Minha alegria dá pra ver
Não dá pra esconder
Nem quero pensar se é certo querer
O que vou lhe dizer
Um beijo seu
E eu vou só pensar em você...
...Vontade de viver mais em paz com o mundo e comigo, e contigo (amor da minha vida).
É isso, enfim, essa é a delícia de viver.
Tanto sofrimento desnecessário. Conversamos, nos entendemos, adoro essa nossa capacidade e vontade de chegar a um consenso, de reverter o que está errado entre nós, de reafirmarmos o nosso amor.
Todo o sofrimento, o frio, a solidão, tudinho foi embora, e ficamos nós, mais unidos, um tentando entender o outro, e eu satisfeita da vida, feliz e realizada.
Obrigada, meu bom Deus.
PS: Já que sou humana, mesmo com todas esses bençãos, posso reclamar um tico?
Que feriadão mais cocô (desculpe, Deus), mas a gente não podia ter feito as pazes um pouco antes do último dia? Estou cansada, não descansei ou aproveitei nadica, e amanhã começa tudo de novo.
Ah, Maquiavel, sei que deveria agradecer a você, não você que disse que os fins justificam os meios? Putz, mas esses meios não poderiam ter sido mais rápidos para o final ser mais bem aproveitado?
Quê que eu posso fazer? Tenho que reclamar mesmo. Ou não?
E Deus:
- Mulher, Mulher, quê que eu faço contigo?
E eu:
- Nadica! Desculpe e obrigada!

Triste

Ele errou, fiquei puta da vida, ele pediu desculpas, a minha raiva foi tão grande que não consegui desculpar logo, explodi.
Pedi desculpas pela explosão, corri atrás para consertar.
Ele prefere ficar quieto no canto dele, disse que o nosso problema não é falta de amor, mas que precisamos ficar sozinhos.
Sempre fui imediatista, não para tudo, mas há algumas coisas que me dão a sensação de que, mesmo ruins, precisam de palavras de afeto, de dizer: olhe, eu estou puta da vida, mas ainda assim estou aqui? Sei lá, acho que no fundo é um medo idiota de que alguma coisa aconteça e eu não possa dizer a pessoa que a amo, mesmo estando puta da vida. Coisas da cachola, vai entender!
Ontem senti um vazio e medo imensos, senti solidão, inquietação, medo de perder, me senti idiota tentando entrar em contato com ele e ele sem atender ao telefone.
Enviei um e-mail dizendo que havia chegado ao meu limite, já estava forçando tanto a barra dele quanto perdendo o meu auto-respeito.
Foi quando ele respondeu que o nosso problema não era falta de amor, mas que ele estava pecisando ficar sozinho.
O vazio, o medo, o frio, a solidão que ontem eu sequer consegui colocá-los de lado para me dar um pouco de sossego, começam a ceder lugar para a tranquilidade.
Fiz o que pude para consertar, me senti até um tico ridícula por, aos quarenta anos, me passar para ficar ligando sem que ele atendesse.
Hoje a tranquilidade resolveu voltar, não toda, uma parte dela ainda nem fez as malas de volta para mim, mas o pouco que chegou me trouxe lucidez.
Não sinto raiva nem desespero, apenas ficou a tristeza.
Quando conversarmos vou querer saber no que eu mudei tanto de quando a gente se conheceu para cá. Talvez ele não goste do meu lado explosivo, chato, que mesmo por trás da Mulher doce, amorosa, que sorri e concorda, ele sempre vai existir. Essa sou eu, se quiser apenas uma parte de mim, infelizmente nada poderei fazer.
Dei todos os passos que podia em direção a ele. Não há nada mais que eu possa fazer.
Finalmente entendo aquele batido ditado. Cheguei na fase de aceitação das coisas não posso mudar.
Sinto muito a sua falta e infelizmente não sei até onde essa confusão irá.
Eu quero paz e conciliação, o que você quer eu não tenho mais a mínima idéia.
Posso estar exagerando, não acredito que o amor imenso e incondicional que sinto por você tenha deixado de ser correspondido do dia para a noite. Minha lógica diz que apenas conversaremos, já as minhas emoções estão temerosas.
É hora de mandar urgentemente a minha parte de coragem, auto-estima, ponderação e equilíbrio voltarem para mim. Acho que vou precisar mais do que nunca deles.
Quer venha o que está por vir. Nada mais posso fazer.

domingo, 5 de setembro de 2010

Tristeza e decepção

Estou triste como há muito tempo não sentia.
Estou me sentindo sozinha, deixada de lado, uma merda cheia de autopiedade.

Solidão

Há muito tempo que não sinto isso. Inquietação. Medo. Solidão.
Ontem à noite eu pedi para que ele viesse aqui para conversarmos. Ele veio, tentou fazer as pazes, me ouviu.
Não consegui reverter a minha indignação e raiva, na verdade, tudo fruto do medo de perdê-lo. Eu o provoquei até que, de madrugada, com toda razão ele quis ir para casa.
Hoje levei a minha filha para estudar no apartamento da minha irmã, conforme eu havia combinado com ela, para que nós pudéssemos viajar. Minha filha foi satisfeita, será a primeira experiência dela de ficar sozinha numa casa, deixei ela lá satisfeita da vida e cheia de comidinhas gostosas.
Voltei para casa. Minha família está toda nos esperando lá na praia. Telefonei e disse que achava que não iríamos hoje de manhã, perguntaram se não dava para chegarmos para o almoço, eu disse que não, que as coisas aqui tinham se complicado. Como foi meu pai que atendeu o telefone, ele sempre me entende e aceita o que digo, sem ser indiscreto ou perguntar pormenores. Fiquei de avisar se fôssemos.
Sei que meu noivo tentou de todas as formas reverter a situação. Eu também tentei aceitar, mas não deu, ontem isso foi mais forte que qualquer boa vontade que tive.
Agora me vejo numa situação em que nunca estive, pedindo atenção, esperando, esperando, esperando.
Estou com medo, estou me sentindo muito, muito sozinha.
Sempre acreditei que, de uma forma ou de outra, sempre poderia contar comigo mesma. E hoje amanheci sem mim. É um medo e uma sensação terrrivelmente desconcertante.
Ele é seguro de si. Acho muito difícil que venha até mim novamente hoje.
Não sei o que fazer.
Procuro a minha força, a auto-sustentação que sempre tive em mim mesma. Ela não está aqui.
Não tenho barreiras para me proteger dele, de sua indiferença. Me sinto isolada, sozinha.
Tenho frio.

sábado, 4 de setembro de 2010

Esquisito, muito

Já disse aqui antes que meu noivo tem fissura pelo paltalk, que o usa madrugada adentro, já que seu horário de sono não segue o usual da maioria das pessoas.
Também já disse que um dia achava que isso ia dar em merda, mas que se ele gosta e quer, nada posso fazer a não ser aceitar.

É a vida dele e ele faz o que quiser dela. Eu fico até onde eu achar que devo.
Sei que estou dizendo coisas pesadas, mas agora não consigo sentir o amor inabalável e nem a confiança acima de qualquer suspeita.
Lógico que sei que numa sala de bate papo em que todos se conhecem e usam o mesmo nick sempre, e inclusive usam webcam, qualquer assunto pode rolar. Não sou tola.
Acredito quando ele diz que há uma foto nossa no perfil dele, acredito que ele me ame. Ter dúvida sobre isso seria insano. Ele demonstra esse sentimento por mim.
Apenas eu não nasci hoje, sou madura, já sofri e já endureci o suficiente para detectar quando algo não está certo, ou quando está começando a dar errado.

Reconheço uma mulher carente e à procura, de longe. E ele começa a fazer amizade com elas.
Ele primeiro disse que uma é médica, a outra, é advogada.
Titulações acadêmicas nunca significaram nada para mim. Apenas estudaram, não faz de nenhuma delas pessoas maravilhosas que ele disse que são. Completou ainda que não significam nada, que, inclusive, uma tem namorado. Que as conhece da sala e que todos se conhecem e tal, que elas funcionam com alguém que ele gosta de conversar e ponto, que nem pensa se são mulheres ou homens, são apenas seres humanos.
Dizer que a companhia delas é desagradável para um homem, não sou boba ao ponto de dizer isso, elas fazem bem ao ego de um homem.
Mas quando vejo o meu homem procurando esse tipo de companhia e achando que não há nada demais, aí são outros quinhentos. Meu alerta dispara, há alguma coisa errada, e eu não estou disposta a pagar o preço e esperar para ver no que vai dar.
Já estou muito madura, endurecida, mais dona de mim mesma, para suportar calada esse tipo de coisa.
Primeiro a mulher da hidroginástica, que visivelmente se encaixa no perfil de solitária à procura, No dia em que eu não pude ir, eles conversaram sobre uma cidade próxima que ela não conhece, ele disse que tinha fotografias de um local interessante que ele foi. Acertaram de se adicionarem no facebook. Ele a procurou e a adicionou.
Sobre seu orkut (sei que isso de orkut é merda, mas muitas pessoas usam, e eu tenho, e ele tem), visitei o orkut dele e ele adicionou as duas mulheres do paltalk, também na minha faixa etária, putz, elas podem ser interessantes como for, mas ele as conheceu no paltalk, e mais até do que a mulher da hidro, está escrito na testa delas, em letras garrafais, que estão sozinha e à procura.

Não vou começar a sequer conjecturar o que está faltando a ele para estar adicionando e procurando mulheres com esse perfil.

Tivemos ontem à noite uma conversa muito difícil, em que ele colocou em dúvida a minha confiança no amor dele, que ele nunca me deu cabimento para ter a mínima desconfiança, etc. Disse inclusive que estava cansado de ver as pessoas descontando seus problemas em cima dele, e disse que eu estava fazendo isso.
Disse que eu não sou mais a mulher que ele conheceu, que eu mudei, e que essas desconfianças o estão cansando.
A minha resposta foi a seguinte:
-Você não é vítima do mundo, e eu não estou descontando em você coisa alguma.
Neste momento, quer você queira, quer não, meu problema é com você.
É de você que eu estou com ciúmes.
Não sou seu pai, não sou sua mãe, não sou sua irmã.
E também não posso evitar de ter problemas com você porque você se acha um injustiçado.
Se eu andasse adidionando amigos virtuais e solteiros e a fim, como você se sentiria?Porque você não adiciona freiras, padres, casadas, homens?
Por que adiciona mulheres e solteiras e nitidamente a fim?
E mais absurdo ainda, porque quer que eu ache isso natural e espontâneo?
Pimenta nos olhos dos outros é colírio.

Lá pelas tantas da noite, quando o remédio já estava fazendo efeito e eu já começava a dormir, ele liga pedindo desculpas, dizendo que eu estou certa, que deletou as distintas e que me ama, etc, etc, etc. Que é verdade que se fosse eu a adicionar homens solteiros que andei conhecendo por aí, ele ficaria puto da vida. Que colocou no orkut que é propriedade minha (isso foi infantil e ridículo).
O que ficou em mim disso tudo?
Acabo de chegar do trabalho na loja, estou exausta. Tomei meio miligrama de rivotril e preciso dormir.
Tirei ele da minha lista de amigos, tanto do orkut quanto do facebook. Não me interessa fazer papel de tola, nem na frente dos outros, e muito menos para mim mesma. Não me interessa mais o que ele faz ou deixa de fazer. Ela mandou novo convite. Não quero. Não me cabe lá, com ou sem mulheres carentes.
E, definitivamente, quando seu homem traz para um ambiente extremamente pessoal mulheres que estão disponíveis e quando o fato de elas estarem lá significa que já houve horas e horas de conversa antes disso, sinto muito, alguma coisa definitivamente se perdeu ou está errada entre nós dois.
Sinto muito, excluindo elas ou não, definitivamente, o buraco do problema é mais em baixo.
Sinto muito por mim.
Ele esteve aqui, não consigo me soltar. Não consigo enxergar o homem que amo dizendo que elas são pessoas maravilhosas, pois uma é advogada e a outra é médica.
Sinceramente, desejo de coração, pelo menos neste momento, que ele definitivamente fique com uma delas, que se encante mais ainda e que se dane.
Se estou com raiva? Imagina!
Pedi que ele viesse aqui em casa, tentei desesperadamente fazer as pazes e acreditar em suas palavras de amor. Mas só me vem na cabeça ele dizendo que não sou mais a mesma que ele conheceu, e só me vem também ele dizendo que elas, a médica e a advogada, são pessoas maravilhosas.
Definitivamente, há alguém sobrando nesta história.
Eu.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Tranquilidade e domíno sobre as emoções

Desculpe os palavrões de hoje, mas eles foram necessários para descarregar a minha ira, para que eu suportasse permanecer no trabalho até que conseguisse racionalizar o que aconteceu.
Não gosto de perder o controle, mas vez ou outra acontece.
Não, não vou me tornar a mais nova servidora pública desleixada, vou apenas manter meu serviço em dia mas ao mesmo tempo deixar meu local de trabalho com uma aparência de sobrecarga ou de serviço faltando fazer. Só isso.
A experiência amarga de hoje me mostrou que não vale a pena se sobressair, deixar tudo em ordem, querer que as coisas funcionem, não adianta sequer deixar que sua companheira de sala trabalhe e faça besteira. Ela continuará a fazê-las, e com o aval de seu chefe, que também é o meu chefe mas, antes de entregar os papéis, pode crer que irei revisar o que ela escreveu. Não serei mais pega de surpresa por um velho sem escrúpulos.
Fora isso, ou com tudo isso, está sendo ótimo ver que o que me propus a fazer está dando certo: não quero mais deixar que um problema se misture com outro que não tem nada a ver com ele e me derrrubem, me deixem desanimar. Uma coisa não puxa a outra, ou melhor, pode até puxar se eu permitir, mas eu não quero.
Aconteceu, eu explodi, racionalizei, me recompus e agora estou aqui, em ordem.
Não misturei tudo num caldeirão de bruxa e me joguei dentro.
E agir assim, pontualmente, sem misturar tudo, faz com que a Mulher de sempre e que eu gosto, tranquila, satisfeita, amorosa, esteja comigo e seja eu mesma neste momento.
E hoje aconteceu uma coisa interessante. Meu noivo teve um baita problema em casa, se desanimou e disse que ia dormir. Eu conversei com ele e o convenci, com a boa vontade dele, claro, a não se deixar abater, a separar cada problema com a sua devida dimensão, e tomando o cuidado de não misturá-los. E agir, não se entregar. E deu certo, assim como está dando certo comigo. Que bom! É bom demais vê-lo reagir.
Pra frente. Pra frente.
E que Deus nos ajude e apóie.
E nós com Ele.
E o que eu gostaria agora? De estar abraçadinha com o lindo amor da minha vida.

Após a tormenta


Digerido o ódio, acabo de decidir que caminho seguir.
Sinto muito por mim, pois o que decidi não melhorará em nada o que sou, mas me ajudará a sobreviver no serviço que estou fazendo.
Me ajudará a sobreviver sem passar mal de ódio por essas distorções malucas e doentias no serviço público.
Como eu era antes:
Serviço organizado, em dia, tudo de forma a ser facilmente entendido que sequência a seguir, mesa limpa, serviço por fazer já organizado para ser feito, mesa não abarrotada de papéis, apenas com os papéis a serem trabalhados, e por aí vai.
Nada disso é bom ou adianta aqui.
Como serei de agora em diante:
Rapidamente estou aprendendo que é importante que sua mesa tenha um certo ar de acúmulo de papéis, pois isso demonstra que você é atarefado. (Nunca, nunca, simplesmente nunca, limpe e organize a sua mesa para receber o novo lote de papéis que você organizou. Deixe uma certa quantia do serviço anterior sacudido por lá enquanto pega o novo lote).
Mesmo trabalhando com outra pessoa (das antigas e que voam muito, muitíssimo) que toma uma determinada incumbência para si, jamais confie que ela fará essa mínima parte bem feita. Quando ela errar você será o culpado. Então, deixe que ela passeie (pois os seus chefes não dão a mínima para isso e cobrarão os erros dela de você), mas faça o serviço dela, fiscalize o serviço dela, reveja cada mínimo papel preenchido por ela, pois certamente terá merda escrita. (Isso evitará que eu sinta o ódio que senti hoje).
Não serei mais tão animada e competente para ter sempre o serviço em dia. Um ou dois dias de atraso são fundamentais para que eu não seja vista como alguém que está com serviço de menos, mas sim como alguém que está atarefada demais para conseguir a excelência.
Meus pêsames, senhor lugar no qual trabalho.
Parabéns parasitas do serviço público.