sábado, 19 de novembro de 2011

Engraçado, engraçado não, estranho, triste.
Estou só, eu e minha gravidez, neste momento.
Sei que isso é muito exagero, mas é assim que me sinto agora.
Sei que minha irmã acredita que tudo dará certo, eu também acredito nisso. Minha irmã, de fato, e a única que coloca fé.
Minha filha está preocupada com o vestibular e ao mesmo tempo que está presente sei que ela não quer apostar ou colocar expectativas agora.
Ele, o pai, pai? É. Disse que, de fato, apesar de estar feliz. Feliz? É. Não quer colocar expectativas para depois não se decepcionar. Disse que não quer criar as mesmas expectativas de antes, e nem quer ficar eufórico ao ver um ser minúsculo que nem um feto é ainda. E admitiu que está muito envolvido e preocupado com a mãe dele e com a separação da irmã dele para pensar com alegria na gravidez. Não tivemos um único momento sozinhos nesses três dias. Tento entender esse momento dramático em suas vidas, mas estou sem paciência. Com eles é sempre tudo triste, confuso e irritante.
Com as outras pessoas que conversei, outras que perderam uma gestação no início, duas amigas de trabalho e também a minha dermatologista, todas elas engravidaram de novo em dois ou três meses, o mesmo que aconteceu comigo, e todas estão com seus filhos agora. Porque comigo seria diferente? Por que? Não vai ser, tenho fé nisso.
E eu me basto. Já me bastei antes. Saberei me bastar de novo.
Preciso apenas de mim mesma.
Sei que não estou sozinha. Mesmo assim preciso apenas de mim mesma.
Não quero participação em nada, hoje o que tenho em meu pensamento é que quero resolver tudo sozinha. Médicos, remédios, ultrasonografia. Não quero urucas ao meu lado.
Estou só e muito bem acompanhada.
Estou puta da vida e triste.
Deus me perdoe, mas neste momento desejo, egoistamente, que ele se dane.

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