terça-feira, 29 de novembro de 2011

Esperança

Passamos o dia ontem em médicos, eu e meu noivo.
Na ultrasonografia está tudo bem, não há área de descolamento do saco gestacional.
Estou com cinco semanas, uma semana a menos que os cálculos, por isso não deu para ouvir batimentos cardíacos e nem deu para ver o embrião.
Os hormônios estão ajustados, não há deficiência hormonal.
O bhcg teve um ótimo crescimento.
Minha médica examinou o colo do útero, não há pólipo ou nada que justifique o sangramento. Ontem ainda aconteceu duas vezes.
Resultado: mais 15 dias de repouso (até a próxima ultrasonografia, dia 12). E proibido terminantemente dirigir e trabalhar e fazer amor, e sair de casa, só por extrema necessidade.
Como não há nada que justifique o sangramento, ela disse que só se sentirá sossegada quando ver o embrião e os batimentos cardíacos.
Até lá é esperar e esperar e esperar.
Como disse meu pai: - Filha, ela está certa, sua gravidez está no fio da navalha, e ela está batalhando com você para tudo dar certo.
Estou na última disciplina da pós, as cinco aulas começam hoje. Não irei hoje. Na quinta pedi à minha médica que me deixasse ir, meu noivo irá dirigindo para mim e eu ficarei a aula toda sentada. Depois é voltar para casa e me deitar de novo.
Fora isso, é ter paciência, ter fé de que tudo dará certo e esperar.
Por ter vencido a primeira batalha, a da primeira ultrasonografia, obrigada meu bom Deus e anjos amigos!

domingo, 27 de novembro de 2011

Tou com medo. Tou com um medo da PORRA!!!
Desculpem o palavrão, mas QUE MEDO DA GOITANA, DO CARALHO, MEDO FILHO DUMA PUTA!
Amanhã eu retiro essa merda que escrevi, mas agora preciso estravasar.
PORRA PORRA PORRA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Se meu bhcg dobra a cada 48h, porque sinto cólicas do lado esquerdo? E porque ainda perco essa quantidade mínima de sangue?
Já pesquisei na internet, já ouvi a opinião de minha irmã e dela sobre suas amigas que também passaram por isso e está tudo bem. Mas depois de cinco dias em repouso e perdendo essa mínima quantidade de sangue e tomando buscopan para as cólicas, estou ansiosa e irritável. E ainda tenho que tentar passar tranquilidade para minha filha, que fará o segundo dia do vestibular amanhã.
Hoje de manhã minha mãe clolocou uma mesa bem bonita de café da manhã, meu pai foi levar minha filha, eu conversei com ela e desejei boa prova, meu noivo foi buscá-la. Tudo certinho e unido e bonito. Mas agora estou uma pilha, estou com medo.
Sei que eu e minha família, e meu noivo, necessariamente (como ele mesmo disse) não precisamos de um filho para sermos felizes. Já somos felizes, com ou sem um filho, e se não pudermos tê-lo no futuro adotaremos uma criança. E eu também sei disso.
Só que eu estou tão feliz com essa nova benção da gravidez! E não esperava que houvesse essas cólicas com perda de sangue, mesmo que mínimo e esporádico, e hoje também aconteceu.
Amanhã farei a ultrasonografia, provelmente serei atendida por volta de uma hora da tarde. Até lá e esperar e esperar e esperar. É, eu sei, já esperei cinco dias, só que amanhã está muito longe.
Desejo muito que tudo esteja bem com meu bebê. Desejo muito muito!!!
Já andei pesquisando na internet até sobre gravidez ectópica, por causa das cólicas do lado esquerdo. Não tenho medo de cirurgia, gostaria apenas que não fosse isso e nem fosse um princípio de aborto, gostaria muito.
Gostaria muito de ouvir o coraçãozinho do feto batendo bem forte amanhã!
Seja o que Ele quiser, tentarei me resignar ao que for de sua vontade.
Meus anjos amigos, me desculpem o desabafo.

sábado, 26 de novembro de 2011

Fé e um tico de apreensão


Terça à noite cheguei em casa cansada e com um pouco de cólica, quando fui ao banheiro vi que tinha um pouquinho de sangue rosado no papel. Liguei para minha obstetra, que me receitou repouso absoluto.
Na quinta e na sexta eu estaria num seminário que me ajudaria muito na monografia, desmarquei a minha ida e o responsável prometeu que me ajudará quando eu estiver melhor. Ele foi um doce.
Desse vez eu sinto uma certa apreensão, é claro, mas sinto também uma fé e certeza tranquila de que está tudo bem. E, de fato, tenho acompanhado desde terça o crescimento do bhcg e ele continua dobrando normalmente a cada dois dias. Amanhã farei outro.
Tenho uma forte intuição de que essas perdas desse sangue clarinho, que nem chegam a sujar a calcinha, serão resolvidos apenas com respouso, que ainda estou nele.
Segunda-feira farei a primeira ultrasonografia, a das seis semanas, e espero ouvir o coraçãozinho do meu bebê batendo bem forte.
Embora as vezes fique apreeensiva, tenho fé que dará tudo certo e que esta gravidez evoluirá normalmente.
Espero com ansiedade e confiança o resultado do bhcg de amanhã, e quero logo que a segunda-feira chegue e mande embora todo o restante das minha dúvidas.
Obrigada, meu bom Deus e anjos amigos.

domingo, 20 de novembro de 2011

Eu falei mal de alguém? Eu????
Não me lembro!
E se alguém me lembrar, eu nego! NEGO VEEMENTEMENTE!
E mais, se um dia eu falar, só eu poderei falar.
Eu nunca arenguei com com meu noivo na minha vida!
Eu amo minha filhota, meu noivo e meu(minha) filhotinho(a) mais que tudo nesse mundo e em qualquer outro que possa existir.
Estou muito feliz e realizada.
O meu única problema é que sou dramática ao extremo. Ainda bem que passa. Passou.
Obrigada, meu bom Deus e anjos amigos.

sábado, 19 de novembro de 2011

Engraçado, engraçado não, estranho, triste.
Estou só, eu e minha gravidez, neste momento.
Sei que isso é muito exagero, mas é assim que me sinto agora.
Sei que minha irmã acredita que tudo dará certo, eu também acredito nisso. Minha irmã, de fato, e a única que coloca fé.
Minha filha está preocupada com o vestibular e ao mesmo tempo que está presente sei que ela não quer apostar ou colocar expectativas agora.
Ele, o pai, pai? É. Disse que, de fato, apesar de estar feliz. Feliz? É. Não quer colocar expectativas para depois não se decepcionar. Disse que não quer criar as mesmas expectativas de antes, e nem quer ficar eufórico ao ver um ser minúsculo que nem um feto é ainda. E admitiu que está muito envolvido e preocupado com a mãe dele e com a separação da irmã dele para pensar com alegria na gravidez. Não tivemos um único momento sozinhos nesses três dias. Tento entender esse momento dramático em suas vidas, mas estou sem paciência. Com eles é sempre tudo triste, confuso e irritante.
Com as outras pessoas que conversei, outras que perderam uma gestação no início, duas amigas de trabalho e também a minha dermatologista, todas elas engravidaram de novo em dois ou três meses, o mesmo que aconteceu comigo, e todas estão com seus filhos agora. Porque comigo seria diferente? Por que? Não vai ser, tenho fé nisso.
E eu me basto. Já me bastei antes. Saberei me bastar de novo.
Preciso apenas de mim mesma.
Sei que não estou sozinha. Mesmo assim preciso apenas de mim mesma.
Não quero participação em nada, hoje o que tenho em meu pensamento é que quero resolver tudo sozinha. Médicos, remédios, ultrasonografia. Não quero urucas ao meu lado.
Estou só e muito bem acompanhada.
Estou puta da vida e triste.
Deus me perdoe, mas neste momento desejo, egoistamente, que ele se dane.

PENSAMENTOS E DECISÕES

Essa nova gravidez, tão desejada, é claro que me deixa com um pouco de apreensão, com vontade que dê tudo certo, mas estou melhor que a anterior, em paz comigo mesma, estou resiliente, tentando encontrar força e segurança acima de tudo em mim mesma e, claro, com confiança total em Deus e em meus anjos amigos. Tento com isso não depender dos problemas estarem maiores ou menores ao meu redor para eu me sentir tranquila. E estou conseguindo.

Ontem exagerei no trabalho, quis terminar de digitar um monte de documentos e tive uma dor de cabeça intensa, uma enxaqueca, daquelas que dá vontade de vomitar, não deu para chegar em casa, falei com meu noivo e parei lá mesmo para me deitar e tomar um analgésico.
Lá o clima estava ruim, a mãe dele foi ao médico e apesar de a biopsia dos nódulos não ter saído ainda, o médico disse a ela que acredita tratar-se de metástase do câncer de mama de 15 anos atrás. Ela chorou e se trancou no quarto.
Por outro lado, a irmã dele, que mora no Canadá, irá se separar e, depois de meu noivo esperar um mês com a irmã dizendo que precisa de apoio psicológico e de meu noivo tentar amenizar a barra dela porque a mãe dele não tinha condições ou estabilidade emocional para saber, ele resolveu contar. E a mãe dele ficou com raiva dele! Disse que ele deveria saber que ela não estava em condições emocionais para saber de uma coisa dessas.
Pedi a ele que não contasse sobre a gravidez a ela, mas ontem ele contou, disse que precisava dizer uma coisa boa para ela se apegar naquele monte de mar de merdas acontecendo. Na hora fiquei irritada, mas depois passou. Foi bom para ela saber, e ela concordou em não espalhar a notícia. Isso também passou. Espero de coração que ela consiga se curar com tranquilidade e esperança, sem a agonia e o descontrole da cirurgia. Gosto realmente dela, apenas não quero me misturar nos seus problemas e assimilá-los, não posso e não quero perder a minha serenidade.
Eu não consigo entender isso, não consigo entender essas e outras coisas. Não entendo a mãe dele, já restabelecida da cirurgia, ficar no quarto gritando que quer um suco ou chamando os filhos para servi-la na cama.
Também não me interessa entender agora.

Na terapia da quarta ouvi da minha terapeuta que apesar de eu dizer que me sinto ferver por dentro, eu passo tranquilidade e discernimento, que eu consigo analisar as coisas que acontecem e que consigo associá-las com emoções e acontecimento antigos etc. E que sou muito importante na vida de meu noivo, que o ajudo a enxergar a realidade e sair dos sofrimentos criados pelos pensamentos. Ela frisou também que não era para eu me sentir responsável por isso, que isso acontecia naturalmente, e que eu o estava ajudando.
Gostei de ter ouvido isso. Sei que com ele umas vezes tenho toda a razão, em tantas outras, não tenho, mas está tudo bem. Acredito que nos melhoramos, nós fazemos bem um ao outro.
Mas nesse momento, tão especial em minha vida, em nossas vidas, eu quero me apoiar e encontrar paz principalmente dentro de mim mesma. E graças a Deus estou conseguindo.

Hoje de manhã me magoou o que ouvi de minha mãe, mas já assimilei e já está passando.
Há três dias, quando contei que estou grávida, avisei que precisaria me ausentar da loja no sábado por algumas semanas. Painho e mainha ouviram e aceitaram e inclusive concordaram comigo sobre poucas pessoas saberem sobre a gravidez até que ela se estabilize.
Tenho um irmão que todos os sábados folga, ele ainda está desempregado e conseguiu um bom bico como engenheiro do trabalho, é só uma vez por semana. No restante ele trabalha duas ou três horas por dia na loja. Se meus pais irão pedir a meu irmão para ajudar na loja, isso não é problema meu.
Eu trabalho quarenta horas por semana, trabalho na loja nos sábados e estou com uma monografia para fazer, então, preciso baixar o ritmo por causa da gravidez, por isso avisei que precisaria me ausentar da loja até a gravidez se estabilizar. E eles haviam concordado comigo no dia em que contei.
Hoje de manhã, tomando café, minha mãe pergunta se eu irei para a loja(!) na hora do almoço, e eu respondi que não.
E ouvi uma coisa que me deixou estupefata;
- POSSO SABER PORQUE? Ela falou bem calma. E eu entrei no banheiro, respirei fundo, voltei para a sala e respondi, também bem calma.
- Porque eu estou tomando remédios para diabetes, tireóide, hipertensão e progesterona, estou com uma carga de trabalho alta, e se eu trabalhar aos sábados terei que escrever a monografia no domingo, e vou continuar com o mesmo ritmo de antes da gravidez, emendando uma semana na outra. A minha médica disse que eu tenho que baixar o ritmo até a gravidez se estabilizar, eu estou com quatro semanas e ela se estabilizará por volta das doze semanas.
E ela respondeu.
- CERTO, ESTÁ CERTO.
E isso ficou ecoando durante um pequeno tempo em minha cabeça, querendo causar revolta, mágoa e ressentimento. Mas consegui controlar e passou.
Ainda esta semana ela estava, lá da praia, me chamando no telefone de meu amor, o que sempre me causa estranhamento, isso só acontece quando eu estou fazendo algo para ela. Tudo porque trabalhei sábado passado o dia todo e na segunda, dia do meu feriado de funcionário federal, também trabalhei para que eles ficassem na praia até terça.
Cansei de esperar uma aceitação que nunca virá. Sempre serei culpada ou tenho que pagar por algo, só que não tenho, não devo, e já estou totalmente consciente disso.
Sem inveja da irmã que amo, estou cansada de, se minha irmã espirra, minha mãe diz que ela precisa descansar porque está esgotada, que minha irmã precisa de ajuda, de atenção. Amo minha irmã, mas isso não interfere em enxergar a forma doentia com que minha mãe se relaciona comigo. Desde pequena me sinto excluída por ela, não sei se porque sou a mais velha e segundo contam meu pai chegava correndo do trabalho para ficar comigo.
Lembro sem raiva que na gravidez passada houve um sábado em que fiquei na loja inclusive com um funcionário a menos. E também lembro que na gravidez passada abortei espontaneamente na quinta-feira, e no sábado todos ficaram esperando que eu fosse para a loja, até que eu disse que não iria pois não teria como encarar os clientes que me querem bem perguntando pela gravidez. E além do mais, havia perdido bastante sangue no aborto. Foi necessário que eu dissesse que não ia! E quando eu disse que não ia percebi que todos estavam esperando que eu fosse!

Sei que toda e qualquer família tem podres, a minha, a sua. E sei que tenho uma família muito boa, apesar de algumas merdas, as vezes grandes.

Só que eu mudei. A experiência enterior me fortaleceu. Em primeiro lugar eu e em segundo também eu, pois minha saúde, tranquilidade e segurança serão essenciais nessa gravidez. Sei que a gravidez anterior provavelmente não evoluiu por alguma anomalia cromossômica, mas quanto à minha saúde, vou ajudar pra que tudo dê certo nesta nova e tão desejada oportunidade. No que depender de mim minha gravidez correrá da forma mais tranquila e saudável possivel.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Abençoada


Acabo de olhar na internet: estou grávida. EU ESTOU GRÁVIDA!
Obrigada, meu bom Deus e anjos amigos! Muito obrigada.
Minha sensação é de serenidade, de paz.
Mesmo com todas as dúvidas e medos, eu tinha uma forte impressão de que engravidaria de novo, e que dessa vez daria tudo certo. E aconteceu.
Ainda está muito no comecinho, algo em torno de uma ou duas semanas.
Desde que fizemos amor várias vezes durante o período fértil eu achava que iria engravidar, mas ficava com receio de acreditar e não ser verdade.
Depois desse período, há duas semanas, nos dias 3 a 6 viajamos, andei a cavalo, fiz esforço físico, ainda ontem caí quando minha cadela cruzou rápido meu caminho.
Semana passada fiz um beta, ainda antes da menstruação atrasar, na quinta-feira, e deu negativo.
Era porque ainda não havia acontecido a implantação do embrião no útero, pesquisei na internet.
Minha menstruação deveria ter chegado dia 14, mas não veio, nos dias 12 e 13 tive um sangramento mínimo, achei que era prenúncio da menstruação, mas na verdade deve ter sido a implantação do embrião no útero. Que lindo!
Agora estou aqui, oito quilos mais magra e mais saudável, feliz da vida com a gravidez de um lindo amor na minha barriga. E tenho muita fé, quase uma certeza, de que tudo dará certo. E sou muito grata por isso.
Hoje estou com dois dias de atraso e resolvi comprar um teste de farmácia, por coincidência hoje eu e meu noivo ficamos abraçados um tempão na casa dele, e resolvi fazer lá o teste. E mostrei para ele, analisamos a segunda listrinha quase apagada, achamos que era melhor esperar e não acreditar que eu havia engravidado tão rápido.
Saí da casa dele para pegar minha filhota no cursinho e ela notou que eu estava diferente, contei a ela. Fomos juntas hoje à noite ao laboratório que funciona num hospital e fiz novo beta, eram umas 20h.
Acabo de olhar na internet o resultado positivo, fiquei tão feliz e serena!
Estou aqui, em paz, minha filhota dormindo comigo na minha cama, meu filhote se desenvolvendo em mim, meu amor dormindo na casa dele e amanhã vamos comemorar juntos, com serenidade e paz.
Obrigada, obrigada de todo coração, meu bom Deus e espíritos amigos, que a cada dia tenho mais certeza da religião que abraçarei, e que já tenho tanta fé.
Obrigada, estou em paz.

domingo, 13 de novembro de 2011

Sempre conversamos sobre isso. Estar afastados nos afeta muito, o dia perde a cor, fica insosso.
Hoje ouvi dele:
- Puxa vida, sempre penso que é uma bobagem a gente brigar, se tudo o que quero é passar o resto de minha vida ao seu lado.
E depois de 10 minutos de conversa ao telefone ele chega aqui em casa.
E o mundo fico no lugar certo de novo.
Ambos somos muito dramáticos e sabemos disso.
Então porque todas as vezes é assim? Porque todas as vezes que brigamos ambos damos um passei no limbo?
Não sei, talvez para sempre nos lembrarmos que nos amamos e que só isso importa.
Estávamos conversando ele, eu e minha filha hoje na mesa, e eu disse isso, que nós dois ficamos muito tristes quando nos desentendemos. E ele concordou plenamente.
E minha filha comentou que eu fico calada e triste.
E ele disse que não era isso que ele queria, que ele me queria forte, mesmo que fosse para ser mais dura com ele.
Disse que podia se aproveitar por saber que eu o amo, e que ele me ama, mas que o nosso amor não precisa desses jogos, que ele me quer feliz e segura de mim.
Eu o amo, mais que tudo. E sou amada na mesma intensidade.
Posso me sentir insegura quanto a isso algumas vezes, o que é errado, ele sempre diz que mesmo quando estamos sem nos entender jamais pensa que deixei de amá-lo ou que ele deixou de me amar.
Ambos somos emotivos e dramáticos algumas vezes. E sempre retornamos ao equilíbrio.
Viva nós!
Ontem e hoje estamos só eu e minha filha em casa. Com o esquema de segurança que fizemos estamos sem medo e estarmos apenas nós duas está sendo tão bom! Adoro a companhia da minha filha, nos damos muito bem.
Se há três pessoas no mundo que eu tenho certeza que minha alma tem afinidade são minha filha, meu noivo e meu pai.
E como disse minha filha agora há pouco enquanto passeávamos com os cachorros:
- É tão bom não estar só no mundo!
E ela me deu um abraço e beijo deliciosos enquanto disse isso.
Tive muita benção, vim ao mundo muito bem acompanhada.
Obrigada, meu bom Deus.

sábado, 12 de novembro de 2011

Acordei cansada, a noite e a cama me incomodaram o juízo.
A noite me ofuscava, a cama tinha espinhos.
É exagero, sou exagerada.
Ontem à noite, depois de trabalhar demais durante o dia, peguei minha filha no curso e fomos ao supermercado e compramos algumas comidas. E conversamos.
Em casa estamos sozinhas, todo o restante viajou, e pela primeira vez dormimos sozinhas em casa. Não adiantava irmos dormir na casa de meu noivo, ele está muito irritado com a irritação da mãe dele em que ele se mistura, e eu só quero ficar em paz. Se tenho alguma culpa em não estarmos bem? Devo ter sim, ele disse que eu não tive a paciência de esperar ele chorar, e que eu deveria ter esperado, ao invés de dizer para ele tentar racionalizar o que era real do que era fantasia feita com medo.
Eu deveria ter esperado? Se não esperei não foi por maldade ou impaciência, acho que foi por proteção. O mesma ação que faria ao ver minha filha sofrendo por algo que só é um monstro na cabeça dela.
Não sei, sinceramente. Talvez deva sim me afastar e dar a ele o direito de embarcar no sentimento que ele quiser. Farei isso, ou tentarei, afinal, ele não entendeu nada e além de atropelá-lo ainda retrucou como se eu estivesse atacando sua mãe. E isso eu não fiz. Eu a respeito e quero o bem dela, e querer o bem dela não significa entrar no redemoinho de sofrimento e revolta ao seu redor.
Encostei um móvel da porta fechada. Umas 22h30 não me aguentava mais em pé e dormimos.
Acordei 5h40 para abrir a loja para os funcionários, me sentindo mais cansada do que fui dormir.
Deixei minha filha no curso, tomei café, dei uma volta com os cachorros e desabei, me deitei, sem dormir, mas numa imensa sonolência, por duas horas.
Acho que são as confusões desnecessárias, juntando com cansaço e muita tpm, que estão me deixando assim.
Vou agora para a loja já com a idéia fixa de chegar no final da tarde e poder dormir um longo sono.
De noite pegarei minha filha e voltaremos para casa, aí será melhor, conversaremos um pouco, certamente ela verá seriado no computador e eu tentarei começar a voltar a pegar na monografia.
Acho que estou ficando velha, bem velhinha, pois li agora há pouco que a velhice é um estado de cansaço.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Sexta-feira, mas poderia ser des-sexta-feira

Hoje eu estou cansada. Absolutamente cansada.
Ontem foi uma noite extremamente estressante. Manter a calma e tentar repassar isso num momento em que tudo ao redor é só desordem e desequilíbrio, cansa muito.
Cristo Rei, estou tão cansada!
Cansada de desvarios e desequilíbrios, meus e principalmente dos outros.
Sei que minha sogra tem todos os motivos para estar com medo, sei também que não há maldade, mas apenas desequilíbrio, em suas ações. Mas esses desvarios, mudanças bruscas de direção, desequilíbrios, me afetam, e muito, afeta a todos. Tudo ao seu redor vira uma confusão irritante e triste.
Faço um esforço imenso para me manter neutra, mas me afeta profundamente.
Por outro lado, pela enésima vez, meu noivo (meu eterno noivo) está todo misturado, irritado, confuso. Ele não consegue apenas apoiar com relativa tranquilidade, muitas vezes sua cabeça funciona de forma idêntica à da mãe dele: confusa, amendrontada, exagerada. E então ele fica arredio, triste, chato, confuso, distante, e se volta contra mim, e me pede desculpas, e se volta contra mim, e me pede desculpas.
E eu tento ser tranquila e serena, tento fazer companhia e tolerar e aguentar.
E estou cansada. Exausta.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Viagem maravilhosa, e as velhas nóias na volta.

Nosso final de semana foi perfeito, maravilhoso.
Viajamos por quatro dias para um hotel fazenda no interior, nos divertimos, namoramos, passeamos, andamos de cavalo, pegamos uma estrada com neblina e muito chuva, vimos cachoeira, andamos mais de duas horas e meia no meio da lama porque o carro não chegava na cachoeira por causa da pista enlameada, nos acabamos de rir com um homem que desceu e subiu o caminho na lama segurando sua sacola com duas garrafas de pinga e uma quentinha que voltou toda amarrotada (pense num homem obstinado!), ficamos abraçados, algumas vezes em silêncio, só curtindo a natureza e a presença um do outro, conhecemos uma nova cidade. Ficamos juntinhos só nós dois, sem deixar que qualquer problemas ocupasse espaço.
Foram as minhas primeiras férias de verdade, com direito a viagem e tudo mais. E foram só 8 dias de férias! Em dezembro terei mais 20 e viajaremos para a praia!
Quero sempre me dar a esse direito: o de ter férias. É reconfortante, maravilhoso e necessário.
Chegamos ontem à noite.
É engraçado e esquisito, hoje de manhã se apoderou de mim uma enorme ansiedade, ansiedade e medo. Não entendo, estava tudo tão quietinho!
Hoje de manhã todos os medos vieram me visitar, e eu fui tentando racionalizar cada um deles, diminuindo-os, dobrando-os, encarando-os, e agora eles começam a voltar a um tamanho... aceitável?
É, essa minha mente é muito fértil e traiçoeira, algumas vezes é minha melhor amiga, noutras serve apenas de palco para construções desnecessárias e boicotadoras.
Não posso viver sem ela, então, vivemos numa constante queda de braço.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

FÉRIAS!

Estou de férias 10 dias! Viva!
Tá, na verdade sete dias, pois resolvi que posso precisar de sair do trabalho pra resolver coisas da monografia, então, combinei com meu chefe de voltar na segunda e utilizar esses 3 dias quando precisar.
E vou viajar daqui a pouco para um hotel fazenda juntamente com my love.
Deus do céu, como estou precisando disso!
Estava conversando com minha filha hoje da manhã, nós duas rindo de como estamos nos sentindo esticadas, tensas, eu por causas que nem sei, péra, eu sei: ela por causa do vestibular, eu por causa monografia (que mal acabei de conseguir alinhavar, já estou tensa por outros motivos), dificuldade de conseguir todos os dados que acho que preciso, insegurança da loja de meus pais, que deve ser dasapropriada daqui para o meio do próximo ano, pois construirão um túnel no local, vontade de engravidar, ter que perder mais peso, finalmente minha sogra resolveu (eu torço que realmente ela se cuide e que não fuja de novo) fazer a biopsia do fígado, e se o resultado for positivo a tensão na casa de meu noivo subirá a níveis estratosféricos, ter que manter a calma e apoiar ambos etc etc etc.
Estou me sentindo esticada, tensa, mas pelo menos não estou triste. Ainda bem que sou capaz de sorrir da minha tensão e ansiedade. E em função dessa tensão tem acontecido uns esquecimentos curiosos, coisas que não fazem parte das minhas prioridades estão facílimas de serem esquecidas. Paciência, vamos em frente.
Minha sogra disse que me quer no quarto com ela, antes da cirurgia, pois sou calma e a acalmo. Sou assim mesmo, pelo menos é o que pensa quem está fora de mim. Por dentro eu fervo! Por dentro sou algumas vezes um poço de ansiedade, mas consigo disfarçar. E também há anos deixei de ser tímida, sei sorrir e fazer sorrir. Só não consigo disfarçar minha tensão para mim mesma, para a minha filha e para o meu noivo e, as vezes, para o meu pai.
O que há de bom é que este permanente estado de tensão não está me dominando, tenho consciência dele e muitas vezes consigo vê-lo e me divertir com ele.
Esta semana eu vinha com minha filha, tinha pegado ela no cursinho, quando vejo um velhinho curvado sobre sacos de lixo comendo o que encontrou lá, os sacos estavam na calçada um dos maiores hospitais públicos aqui da cidade.
Olhar aquilo me deu um pena imensa da situação dele.
Na mala do carro havia biscoito que eu tinha comparado para minha filha levar para as aulas. Paramos o carro mais adiante e fomos perguntar se ele os queria.
Debruçado sobre o lixo ele demorou segundos para assimilar que falávamos com ele, e respondeu que queria sim os biscoitos, e agradeceu. Naquele momento eu gostaria de poder tirá-lo para sempre dali. Prestar atenção em pessoas que o mundo não enxerga e ver a situação em que se encontram incomoda, é mais fácil se fechar em nossos próprios problemas e superdimensioná-los para que a nossa dor anestesie a compaixão pela dor dos outros. Mas isso não está certo.
E a situação dele me fez ver o quanto meus problemas são pequenos, nenhum passa por carência nos itens necessários à sobrevivência. Aliás, nem precisei pensar nisso, minha filha que falou essa conclusão enquanto eu chegava a ela ao mesmo tempo.
E combinamos de nos esquematizar para participar como voluntárias em algum movimento social. Ajudar com dinheiro ou comida ocasionalmente, é muito pouco.