Poucas vezes em minha vida me senti tão sozinha como venho me sentindo.
Eu não estou boa companhia para mim mesma, eu não estou me bastando.
Trabalho, converso e sorrio o dia todo e à noite, quando me tranco no meu quarto, tenho crises de choro, assustada com o tamanho da solidão que me acompanha.
Segundo minha terapeuta, esse processo dói, e dói mesmo.
Mesmo sem querer estou esmiuçando a minha vida, avaliando e que deixei de lado, o quanto poderia estar numa situação diferente. E avaliar, esmiuçar, enxergar que tive muitas grandes chances em minha mãos e as desperdicei por não acreditar em mim mesma, por me acomodar a seguir como uma ovelha o caminho indicado pelos outros, dói.
Espero depois de toda essa dor encontrar o fio da saída, espero traçar novos caminhos e segui-los. Ainda não sei como, mas sei que quero, e que vou.
Dediquei boa parte da minha vida à minha filha, amá-la e a tentar fazer dela uma pessoa mais forte e mais decidida que eu. E vejo que consegui, e isso me enche de tranquilidade porque uma etapa está se encerrando. Por outro lado, sinto sua falta, pois está pronta para viver sua própria vida, e o que me enche de orgulho também me traz um pouco da solidão que sinto.
Então é isso, aqui há duas solidões. Uma seríssima, a solidão que sinto comigo mesma. E outra natural, a solidão que sinto por minha filha estar caminhando com as próprias pernas.
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