sábado, 4 de fevereiro de 2012

Noite

Há duas horas cheguei da casa de minha amiga. Foi bom.
Hoje à tarde não consegui dormir, e nem hoje de noite, já tentei me deitar e tudo que faço é chorar.
E o que mais gostaria é que essa imensa solidão, decepção e sensação ruim me deixassem esquecer e dormir. Mas não consigo.
Ele me enviou um e-mail dizendo que não está conseguindo chegar perto, pois não consegue escutar reclamações de que está ausente, mesmo sabendo que estou precisando dele perto, que não tem espaço para ser meu porto seguro, assim como não estou em condições de ser o dele. Disse também que neste momento as necessidades da mãe dele, reais ou fictícias, são prioridade.
Sei que a mãe dele precisa de atenção, entendo perfeitamente.
Apenas não estava preparada para ser jogada para baixo do tapete, para não incomodar e ficar quieta. Estou me sentindo descartável, descartada, uma mulher idiota.
Acreditava que num momento como esse nos apoiaríamos, que eu o apoiaria e ele abriria espaço para chegarmos juntos um do outro. Não é assim, simplesmente eu nem existo. E deveria ficar quieta no meu canto. Sem incomodar. Sem ser vista. Sem reclamar.
Construí uma fantasia, hoje vejo o quanto ela era frágil, embora me parecesse tão verdadeira.
Não há espaço para mim. A relação entre eles é completa, forte, sem espaço, doente, dependente. É uma relação de amor e dependência em que, fora os dois, só há sobras. E eu sou uma sobra.
Queria poder sumir, dormir, cair, esquecer, desaparecer de mim por um tempo.
Que idiota que eu sou.

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