quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Carnaval 2012


Redescobertas, paz, cumplicidade, prazer. Meu carnaval foi maravilhoso.
Cinco dias só nossos, cinco dias aproveitando a companhia um do outro, sem interrupções, sem outras pessoas.
Há algum tempo que não me sentia tão feliz e em paz.
Neste carnaval minha filha foi para a casa de uma amiga, bem próximo da casa do meu noivo, meus pais viajaram, a mãe do meu noivo viajou. Então pudemos ficar só nós e o nosso amor.
Passamos horas abraçados, horas nos fazendo carinhos, horas fazendo amor, horas assistindo filmes, deixamos o tempo correr lentamente e aproveitamos cada minuto.
E o meu medo de engravidar foi embora, entrei na segunda caixa de anticoncepcional e agora estamos seguros. E todo o prazer que sempre sentimos quando fazemos amor voltou com uma força enorme.
Eu o amo mais que tudo nesse mundo e em qualquer outro que possa existir (há apenas duas pessoas para quem eu digo essa frase: meu amor e minha filha).
Obrigada meu Deus, estou em paz.


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Paz, afinal


Enfim, acho que me reconquistei de vez. Estou tranquila e satisfeita comigo mesma, estou em paz.
Meu mundo não está mais desnorteado. Me sinto bem novamente com meus pensamentos.
Voltei a conseguir dobrar a compulsão de modo que eu seja dona dela, e não o contrário.
Obrigada meu bom Deus e anjos amigos.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Recomeço

Começo a me sentir bem melhor. Foram só os medicamentos ou foi a mudança, também, de postura? Os dois.
Isso de me sentir bem em mim mesma e redescobrir o prazer da minha própria companhia tem me feito muito, muito bem. E também mudei a minha postura em relação aos que me amam e me conhecem, com eles eu estou voltando a ser quem sempre fui: mais leve, mais alegre, mais confiante.
Estar saindo dessa depressão é um alívio imenso!
É aconchegante me sentir bem dentro de mim mesma, e me sentir bem com os outros naturalmente.
O remédio da compulsão também está funcionando, junto com a minha vontade de melhorar.
O remédio da depressão também está funcionando, junto com a minha vontade de melhorar.
Finalmente a etapa abortamentos, tristezas, depressão e compulsão descontrolada está indo embora.
Obrigada, meu bom Deus e anjos amigos, por me ajudarem a conquistar a mim mesma de volta.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Revelação a mim mesma

Não sei se é genética ou se foi algo em minha postura durante minha vida: essa característica de sentir tudo intensamente, de ser emotiva até a medula quando se trata de amor.
Quando sofro vou ao inferno, para depois descobrir que não era necessário 60% do sofrimento que senti e das coisas que imaginei.
Sinto muito, principalmente por mim e por ele.
Quando escrevo aqui tento ser o mais fiel possível ao que estou pensando e sentindo no exato momento. Sem me preocupar em escrever para alguém, escrevo para mim. E tento colocar na tela o que sou naquele instante. E depois que escrevo leio e releio, tentando encontrar saídas, tentando ser mais lógica, mais racional. E a vida sempre tem me mostrado que isso é possível. Pode não acontecer naquele momento, mas depois ele chega.
Em relação ao meu noivo, sempre é isso que acontece: eu o amo tanto, e sei que também sou amada, e fico muito passional quando por algum motivo nos distanciamos. E sofro, numa intensidade desnecessária.
Ontem saímos para conversar, expomos nossas diferenças e medos, e o resultado foi o de sempre: bastou tirar a pequena sombra que estava atrapalhando que o nosso amor aparece inteiro, e é imenso.
Na verdade, eu sei que sou amada, muito muito amada, mas sou insegura, isso é um de meus defeitos. E qualquer coisa que precise ser conversada, qualquer coisa que se ponha entre nós, me deixa insegura e duvidando do amor dele por mim. E isso está errado.
Há dois anos e tantos meses ele demonstra o seu amor por mim. E eu o amo.
E tenho que me acostumar que de vez em quando é normal aparecerem diferenças, e que discutir sobre o assunto, de modo a retirar, amenizar ou aceitar essas diferenças, são ajustes normais e necessários, e que isso não significa falta de amor. E que medir forças, até chegar a um consenso, faz parte. Isso é ser humano.
Obrigada meu Deus, e também anjos amigos, por me ajudarem a superar minhas dificuldades mais uma vez.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Noite

Há duas horas cheguei da casa de minha amiga. Foi bom.
Hoje à tarde não consegui dormir, e nem hoje de noite, já tentei me deitar e tudo que faço é chorar.
E o que mais gostaria é que essa imensa solidão, decepção e sensação ruim me deixassem esquecer e dormir. Mas não consigo.
Ele me enviou um e-mail dizendo que não está conseguindo chegar perto, pois não consegue escutar reclamações de que está ausente, mesmo sabendo que estou precisando dele perto, que não tem espaço para ser meu porto seguro, assim como não estou em condições de ser o dele. Disse também que neste momento as necessidades da mãe dele, reais ou fictícias, são prioridade.
Sei que a mãe dele precisa de atenção, entendo perfeitamente.
Apenas não estava preparada para ser jogada para baixo do tapete, para não incomodar e ficar quieta. Estou me sentindo descartável, descartada, uma mulher idiota.
Acreditava que num momento como esse nos apoiaríamos, que eu o apoiaria e ele abriria espaço para chegarmos juntos um do outro. Não é assim, simplesmente eu nem existo. E deveria ficar quieta no meu canto. Sem incomodar. Sem ser vista. Sem reclamar.
Construí uma fantasia, hoje vejo o quanto ela era frágil, embora me parecesse tão verdadeira.
Não há espaço para mim. A relação entre eles é completa, forte, sem espaço, doente, dependente. É uma relação de amor e dependência em que, fora os dois, só há sobras. E eu sou uma sobra.
Queria poder sumir, dormir, cair, esquecer, desaparecer de mim por um tempo.
Que idiota que eu sou.

Estou louca!

Eu estou louca! Doida, doidinha de pedra.
De noite, sozinha, sou uma pessoa que sofre.
De manhã, uma hora depois que acordo sou outra pessoa. A que quer viver.
Ainda bem que já comecei a tomar tarja preta.
Tomara que faça efeito logo.
Na verdade, há três dias que consigo não comer doces, e também diminui a ingestão de besteiras, por tabela, já que não vou comer açúcar.
Acho que hoje já dá para tentar comer bem menos, eu espero.
Agora vou sair e viver.
Cortar os cabelos, ir na costureira com uma amiga, deixar minha filha, e trabalhar.
De tarde vou dar um cochilo delicioso, se minha cabeça com pensamentos à mil deixar.
De noite terei um encontro na casa dessa amiga, juntamente com outros amigos.
Estou viva.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Solidão II

Não consigo mais acreditar no amor do meu noivo. Estou cansada.
Nesta fase, pedi para nos vermos pelo menos uma vez durante a semana. Há semanas que venho pedindo e dizendo isso sem conseguir.
Expliquei que preciso disso. Não adiantou.
Não deu, não dá, não dará.
Sinto por ele atualmente um amor angustiante, que não me deixa em paz, um amor de sentir falta, de precisar estar junto neste momento, e o que obtenho de volta é uma ausência total, atenuada apenas por telefonemas em que não consigo deixar de cobrar o que não tenho e me faz falta.
Não quero mais passar o domingo com ele, juntos e apaixonados, para depois nos afastarmos completamente, como dois estranhos.
Ou talvez quem esteja carente seja apenas eu, e por isso precise tanto dessa presença que não tenho.
Sei que a mãe dele está com câncer, sei que precisará de muita ajuda.
O tratamento ainda não começou, e fisicamente ela está ótima.
A mãe dele foi abandonada pelo marido quando ele e a irmã eram pequenos, e muitas e muitas vezes ela o coloca como substituto do pai que a deixou.
Ambos se dependem emocionalmente, e financeiramente ela dita todas as regras.
Em resumo, ele é filho-marido-enfermeiro-pai, dela. E agora mais que nunca assumiu todas essas tarefas juntas. E não sobra tempo para mais nada e mais ninguém.
Sei que sou respeitada por ela e sei que ela me quer bem, mas a verdade é que enfrentei resistência para ser namorada dele, depois enfrentamos resistência para ela reconhecer o noivado, depois enfrentamos resistência para ela aceitar que teríamos um filho. Até que dois anos depois, quando a possibilidade desse filho se concretizou ela festejou junto comigo e depois chorou comigo também a perda da gestação. Sobre isso não posso falar nada.
Mas a verdade é que ele foi preparado para ser o que é hoje, e aceitou. E não há espaço para outras pessoas. Não há espaço para mim.
Até quando estamos juntos ela telefona pedindo alguma coisa. Ela não dá espaço, e ele aceita isso com naturalidade, e me afasta e se afasta como se isso fosse inevitável.
Se eu estivesse bem talvez não estivesse me importando em ser completamente posta de lado. Mas pedi ajuda, ele me disse que pedisse se precisasse, e eu pedi, e ele está me virando as costas.
Pedi para nos vermos um dia da semana à noite, além de nos vermos nos finais de semana. Expliquei que estou precisando disso, mas não adiantou.
Se a mãe dele estivesse debilitada, se ela tivesse começado a quimioterapia, eu entenderia essa dedicação exclusiva, incondicional, irrestrita e sufocante. Mas não é o caso, e acredito que não será.
O que sei com toda certeza agora é que há alguém sobrando nessa relação, alguém esperando migalhas de atenção, alguém que se sente tratada como a amante que fica sempre a esperar, alguém precisando desesperadamente acreditar nesse amor. E infelizmente esse alguém sou eu, e infelizmente a cada dia vou me distanciando dele.
E vou criando barreiras para me magoar menos, e vou ficando mais sozinha.

Solidão I

Poucas vezes em minha vida me senti tão sozinha como venho me sentindo.
Eu não estou boa companhia para mim mesma, eu não estou me bastando.
Trabalho, converso e sorrio o dia todo e à noite, quando me tranco no meu quarto, tenho crises de choro, assustada com o tamanho da solidão que me acompanha.
Segundo minha terapeuta, esse processo dói, e dói mesmo.
Mesmo sem querer estou esmiuçando a minha vida, avaliando e que deixei de lado, o quanto poderia estar numa situação diferente. E avaliar, esmiuçar, enxergar que tive muitas grandes chances em minha mãos e as desperdicei por não acreditar em mim mesma, por me acomodar a seguir como uma ovelha o caminho indicado pelos outros, dói.
Espero depois de toda essa dor encontrar o fio da saída, espero traçar novos caminhos e segui-los. Ainda não sei como, mas sei que quero, e que vou.
Dediquei boa parte da minha vida à minha filha, amá-la e a tentar fazer dela uma pessoa mais forte e mais decidida que eu. E vejo que consegui, e isso me enche de tranquilidade porque uma etapa está se encerrando. Por outro lado, sinto sua falta, pois está pronta para viver sua própria vida, e o que me enche de orgulho também me traz um pouco da solidão que sinto.
Então é isso, aqui há duas solidões. Uma seríssima, a solidão que sinto comigo mesma. E outra natural, a solidão que sinto por minha filha estar caminhando com as próprias pernas.
Acabo de ler no orkut de uma amiga: casada, bem-amada e feliz!
Invejinha! Não dela, claro, mas dessas três características que estão me faltando.