terça-feira, 27 de março de 2012

SOGRA


Por sorte, depois de muitas batalhas, acho que consegui fazer o meu amor enxergar que não há culpa nenhuma dos filhos quando uma mãe é abandonada pelo marido, muito menos quando uma mãe passa a batalhar para garantir sozinha o sustento e a educação desses filhos. ISSO É UMA ESCOLHA DE MÃE, A ÚNICA OPÇÃO PARA UMA MÃE RESPONSÁVEL E CUJO EX-MARIDO E PAI DAS CRIANÇAS É IRRESPONSÁVEL. E os filhos jamais poderão ou deverão ser responsabilizados por isso.
Minha sogra diz que está com câncer e que já teve câncer porque não olhou para ela mesma, não se cuidou, e muitas vezes faz insinuações ou até afirmações mesmo, responsabilizando os filhos pelos cuidados que teve que ter com eles. UM ABSURDO! A VIDA DELA E A VIDA QUE ELA TEVE SÃO RESPONSABILIDADE EXCLUSIVAMENTE DELA. ELA TEVE DOIS FILHOS PORQUE QUIS, E DEVER DE MÃE É CUIDAR DOS FILHOS, E SE O MARIDO DELA A ABANDONOU É UM PROBLEMA EXCLUSIVO DOS DOIS, JAMAIS OS FILHOS SERÃO CULPADOS DISSO.
Sem falsa modéstia, jamais culpei minha filha pelos anos que dediquei à sua educação e ao seu sustento. Essa é minha obrigada de mãe. Se optei por ter filhos, eles são minha responsabilidade. Se vou vai colocar o pai delas na justiça ou não, isso é uma decisão minha, de mãe, e nossa separação é um problema nosso, jamais dos filhos. Nesse ponto sou extremamente maternal: que culpa as crianças que você optou por ter têm de seu casamento não ter dado certo? Que culpa os filhos tem das escolha que você mesma fez para sua vida? NENHUMA.
E fazer um filho se sentir em débito pelo que ela viveu? ISSO É DOENÇA.
Minha sogra, para mim, está mais doente da alma do que do corpo. É muita coisa torta!
Acredito que racionalmente ela me quer bem, e sinceramente tomo o maior cuidado de tratá-la com delicadeza e atenção, até mesmo porque esse normalmente é o meu modo de lidar com as pessoas. Só que essa instabilidade e essa disputa desnecessária dela para ocupar o meu lugar estão me cansando, talvez eu nem sinta mais raiva, o que sinto com certeza e clareza é enxergar a doença dela, e o quanto isso prejudicou e prejudica a vida de seu filho, meu amor. O quanto tenta prejudicar a nossa vida.
O que tem acontecido recorrentemente é ela me elogiar e me tratar bem na minha frente e na frente dos outros, e por trás batalhar ferrenhamente para me afastar, cobrando dele, xingando ele, apelando para artimanhas, tudo para que possa ocupar também o meu lugar, o lugar de mulher dele.
Acho que não tive muita sorte nisso.
Porra, se eu incentivo a harmonia da relação mãe-filho deles, porque ela me ataca, porque a maldita doença da alma dela prefere vê-lo submisso, culpado, empregado, babá, enfermeiro, marido dela? É muita loucura.
Na semana santa ela havia me convidado para irmos todos para uma cidade próxima. Ontem fiquei sabendo através dele que ela teve um surto (ou puro maquiavelismo?), que cobrou atenção dele e que me atacou dizendo que comigo ele até foi para o aniversário do filho bastardo do meu avô (nunca houve isso, e se tivesse havido, qual o problema?). Ele já não fica com ela a semana toda? E como resultado disso está fazendo o impossível para convencê-lo que precisa viajar sozinha com ele e com o irmão dele na semana santa. Isso mesmo, só com os dois. ISSO CHEGA A SER SURREAL.
Entendo que ela está com medo e com câncer, e entendo que essa doença da alma se multiplica com isso, e por isso tento ter toda a paciência do mundo. Mas até quando?
Enquanto meu amor estiver lúcido sobre toda esta merda que está acontecendo eu estarei firme e forte ao seu lado.
Por sorte esse problema todo nos pegou num momento em que estamos unidos, entramos na academia, tiramos o foco da comida e estamos querendo nos cuidar, caso contrário não sei como estaríamos.

domingo, 11 de março de 2012

De novo, tudo bem e no lugar!

Conversamos, nos entendemos e, como sempre, nos compreendemos.
Eu o amo e ponto.
Ele me ama e ponto.
Tudo o mais é administrável quando nos dispomos a conversar, um se põe no lugar do outro, nos escutamos, cada um cede um pouco ou reconhece que está errado.
E nossos mundos se reencontram e nós também.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Estou reflexiva. Esse final de semana que se passou mexeu muito comigo. Me senti humilhada, magoada, deixada de lado. E reagi com violência a isso, mais violência contra mim mesma do que contra qualquer outra pessoa.
Estou na retaguarda, não diria insegura, mas sim desconfiada, pronta para me afastar se sentir que isso de novo.
Ele mesmo chegou a conclusão de que nos finais de semana temos de nos afastar completamente da mãe dele, minha sogra.
Tenho consciência de ela está doente, não sinto raiva, mas a doença dela está muito além do câncer, é uma doença da alma.
E nesse triângulo amoroso e muitas vezes doentio, eu começo a me perguntar, qual o meu papel?

terça-feira, 6 de março de 2012

Inferno

Tive um final de semana infernal.
Pedi para ele me deixar em casa na sexta-feira à noite. Naquele momento eu o odiava.
Era um sentimento tão grande de descontrole que eu sequer conseguia raciocinar sobre isso, sobre o motivo de tamanho desespero.
Quando cheguei em na sexta ainda bem que só estavam meu irmão e sua noiva, pois meus pais e minha filha haviam viajado. Eu disse que não queria falar, que estava explodindo de raiva, e fui para o quarto.
No sábado eu não iria trabalhar porque havia dito que íamos viajar, então, para não ter que ir para a loja e por estar fora de mim, saí de casa logo cedo.
Cheguei ao shopping às 10h, na hora em que abriu, e andei até o meio dia. Meio dia entrei no cinema e saí perto das 14h. Andei até umas 16h30. Queria qualquer coisa que me fizesse companhia sem me incomodar, e desliguei os celulares assim que saí de casa.
Umas 16h50 fui me sentar na beira-mar para pensar e me acalmar. Comprei coca zero e uma carteira de cigarros, foram a melhor companhia em muito tempo. E fiquei lá até de noite, sentada, só tentando encontrar paz.
Saí da praia uma 19h e fui a um um supermercado. Saí desse supermercado e fui para outro.
Cheguei em casa para dormir eram 21h30, e tudo deu certo conforme eu queria: não encontrei ninguém em casa. E pude terminar de fumar os últimos cigarros da carteira em paz, sentada no terraço com meus cachorros.
Neste ponto eu já conseguia identificar o que estava me transtornando além do que aconteceu na sexta-feira. Me envergonhei e fiquei puta de ter contado com o dinheiro dos outros, e mais puta da vida ainda por ele ter perguntado se eu tinha sífilis, e isso trouxe à tona um sentimento há muito guardado escondido: me assaltou o sentimento de adolescência, quando aos nove anos nos mudamos de uma cidade na qual eu tinha muitos amigos, e fomos morar por um tempo dentro da casa de um tio rico, irmão de meu pai, e meu primo me batia, e eu ficava esperando que minha tia se lembrasse de mim quando comprasse um vestido novo para sua filha, me assaltou o sentimento de desamparo, de me sentir menor, diminuída, e isso me trouxe muita raiva, me trouxe ódio. Nesse meio tempo, no sábado à noite, eu liguei o celular e ele telefonou, disse que havia ligado o dia todo, eu respondi que ele mesmo havia dito que eu precisava de um tempo e que não estava respeitando isso, e quando ele insistiu eu gritei que me deixasse em paz.
Quando consegui me entender a minha primeira reação foi ligar para ele e dizer que tudo o que ele falou me magoou muito, mas que tinha sido superdimensionado por esses sentimentos de infância e início de adolescência. Só que quando liguei o celular já havia duas mensagens dele acabando tudo.
Não acreditei que ele havia feito isso, por mensagem, com uma arrogância e prepotência que eu ainda não conhecia voltadas contra mim. Então depois de muita discussão, ele disse que agiu assim como forma de defesa, e perto de meia-noite veio me pegar em casa.
Chegamos na casa dele e seu irmão de 18 anos pediu um tylenol porque estava com febre. Ele deu e fomos conversar no quarto.
Conversamos, nos abraçamos e nos acalmamos. Meu dia, que tinha sido um inferno, começou a entrar em equilíbrio.
Por volta de 1h30, quando começamos a fazer amor, a mãe dele bate na porta do quarto dizendo que o irmão dele está com febre. Ele disse que havia dado o remédio e que a febre era 39 e que iria baixar. Ouvi o escândalo dela: - Só 39? Ele pode ter uma convulsão! E, claro, chantageou dizendo que ligaria para o pai no menino (do qual ela também é separada) para ele vir de madrugada em função da maldita febre já medicada e sem nenhum outro sintoma.
Então, ele me pede desculpas e avisa que vai que colocar uma rede no quarto do irmão e ficar lá esperando a febre baixar.
Respondo tudo bem, espero ele sair, pego um cigarro dele, tomo dois miligramas de rivotril e vou fumar na varanda esperando o remédio fazer efeito.
No domingo de manhã acordo com ele me dizendo que levará o irmão ao hospital, pois continua com febre, e sem nenhum outro sintoma. Peço que ele me deixe em casa, a última coisa que gostaria era ficar no mesmo ambiente que a mãe dele. E menos ainda ficar esperando para quando ele tivesse tempo de ficar comigo. O irmão dele tem um pai presente, mas a mãe dele faz questão que ele faça as vezes de pai, e ele aceita como um cordeiro.
Disse a ele que depois ele fosse para a minha casa, que eu estaria dormindo mas que ele tinha as chaves.
Tomei mais um pouco de rivotril e acordei uma 16h e estranhei que ele não tivesse aparecido.
Liguei e o que ele me diz?
- Que não pode ir porque está esperando pra levar o irmão ao hospital para mostrar o resultado do hemograma ao médico. O pai do menino estava na casa dele mas ia para um jogo de futebol.
Estou imensamente cansada. Realmente estou cansada de ter meu espaço invadido e não respeitado. Nisso eu perco o respeito por mim mesma.
A mãe dele invade todos os espaços e ele deixa, não sabe o que fazer. E agora que ela está com câncer as cobranças e invasões estão no nível máximo.
Sinto que desde o começo ela me bombardeia de informações que denigrem a imagem dele para mim, não enxergo outro motivo além de querer que eu o abandone e que ele continue no papel de filho, pai, marido e empregado dela.
Realmente eu estou cansada. Ele, como sempre, enxerga as coisas e volta atrás, e pede desculpas e tenta corrigi-las mas, sinceramente, estou cansando.
Nessa batalha ele fica do lado dela, depois fica do meu lado, depois se volta contra mim, se perde, volta a ser capacho dela, sente culpa por ela estar com câncer, e uma série de problemas que se misturam e nos afastam.
Não sinto raiva dela, sei que essa fixação e cobrança sobre ele e essa inversão de papéis é uma doença, um desequilíbrio, mas isso tem afetado muito a minha vida.
Eu não mereço isso. Eu não quero fazer parte dessa relação doentia entre ele a mãe dele.
O primeiro passo que resolvi, por enquanto, e parar de me debater, quando me sentir invadida e desrespeitada pelas ações de qualquer um dos dois, simplesmente vou me afastar.
Sei que ele tenta desesperadamente delimitar limites, mas enquanto não consegue ambos vamos nos distanciando. E já não tenho mais certeza de que conseguirá.
É isso o que eu quero para mim?
Mesmo o amor tão imenso que sinto, que ele também diz sentir por mim, justifica eu suportar isso?
Espero com toda esperança que encontremos o meio-termo, que ele encontre o meio-termo, pois não há mais espaço que eu possa ceder sem perder o respeito por mim mesma, ou inevitavelmente e infelizmente, nos separaremos.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Desgaste

Estou cansada. Literalmente cansada.

sexta-feira, 2 de março de 2012

EU SOU BURRA

Eu sou burra. Burra.
Acredito em contos de fadas e me estrepo.
BURRA.
Há muito tempo que não sinto tanta tristeza e descontrole na raiva. Hoje eu o odeio.
Há algum tempo que sabemos que precisamos fazer testes genéticos. E ele disse que se fosse necessário venderia até o carro.
A mãe dele falou que não era necessário, que ela pagaria os exames, inclusive comprou um carro novo para ele.
Ele disse que ela pagaria os exames necessários para ela ter um neto e ele um filho, e eu disse que não achava justo ela pagar os meus, eu disse que não achava certo e ele insistiu que era certo. Eu acabei aceitando.
Remarquei a médica para dois meses adiante, pois ela havia acabado de comprar um carro novo e ele não quis incomodá-la.
Hoje à noite ele me perguntou quando faríamos os exames, respondi que assim que ele pudesse. Então ele me perguntou:
- VOCÊ TEM O DINHEIRO?
Eu fiquei sem palavras e consegui responder que sim, mas que ficaria melhor fazer no próximo mês. Expliquei que como ele havia dito que ela pagaria eu não havia reservado dinheiro para isso.
Então ele disse que colocaria para ela pagar, que não estava lembrado do que havia dito. Eu disse que não se preocupasse, que eu não queria, e que no próximo mês eu poderia pagar o exame.
E ele disse que colocaria para ela pagar e que era orgulho bobo meu não aceitar.
EU SOU BURRA.
Mais adiante ele disse que havia conversado no paltalk (isso mesmo, no paltalk!) e que um cara havia dito que sífilis causava abortamentos.
E ele me perguntou:
- VOCÊ JÁ PEGOU SÍFILIS?
Puto de merda! Burro de merda!
Não, não. A burra aqui sou só eu.
Como o homem que se diz meu parceiro vem me perguntar se eu já tive sífilis?
Sífilis é uma doença venérea perigosa, geralmente ligada à promiscuidade da própria pessoa ou do parceiro. E é uma das primeiras doenças, junto com o teste de HIV, que uma gestante faz, isso faz parte do pre-natal.
Agora me digam, por favor, depois de fazer quinhentos mil exames e nada ser detectado, tanto que passaríamos aos testes genéticos, como um homem que diz que eu sou sua mulher vem me perguntar se eu tenho sífilis?
Definitivamente, eu sou BURRA.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Pra frente! E com academia!


Quarta fui à endocrinologista, a que é particular, e levei para ela as dosagens de glicose do dia anterior. E de noite eu havia comido sushi, então minha glicose das duas horas após o jantar deu 150, um valor alto.
Segundo minha médica eu já posso ser considerada diabética e ela aumentou a dosagem da metilformina acrescentando um comprimido pela manhã.
Perguntei se ainda havia chance de um dia eu reverter esse quadro e graças a Deus ela respondeu que SIM! Mas para isso eu tenho que chegar bem perto do meu peso ideal.
Dos 10 quilos que engordei entre dezembro e janeiro em função do estresse que passei, já consegui emagrecer 7.
E hoje se iniciou um aliado que vinha sendo adiado: a academia. ADOREI!
Há três anos eu estava no meu peso ideal, e até hoje minha filha diz que as amigas dela diziam que queriam ser igual a mim, pois quando diziam que iam embora, eu respondia:
- Meninas, vou ficar mais um pouco e fazer a próxima aula de power bike também.
É estranho o quanto a gente se sabota, o quanto eu me sabotei durante esses dois anos em que abandonei o controle sobre a comida e deixei de lado os exercícios da academia.
Hoje pude voltar a sentir o quanto me faz bem! Voltei a frequentar academia e voltei a sentir prazer em fazer isso.
E isso é maravilhoso!
E mais, meu amor também frequenta a mesma academia e ficou hoje esperando para me apresentar ao pessoal. E nós dois estamos numa fase de mudanças para melhor e de busca do equilíbrio. E isso está nos fazendo um bem imenso.
Comecei hoje: 10 min de bicicleta, alguns exercícios para os braços, 20 min de esteira. E com isso me sinto mais ativa, mais viva e feliz.
Finalmente, com meu esforço, com a ajuda de medicamentos e com o apoio dos que amo eu consegui me reencontrar, e estou grata e feliz por isso.
Obrigada meu bom Deus e anjos amigos.