domingo, 25 de julho de 2010

Recomeço, subindo o fundo do poço


Sexta à noite foi especial, muitíssimo.

Tive uma conversa importante com meu noivo, na verdade, foi ele que conseguiu que eu me abrisse e falasse tudo o que estava escondido.

Falei dos meus medos por estar engordando, por estarmos sem limites na comida, por nossa relação estar entrando num automático. Por eu estar envergonhada e sem a mesma disposição que sempre tive para fazer amor, por estarmos menos carinhosos um com o outro, na verdade, nossa relação é sempre de tanta harmonia que a menor diferença em nosso comportamento já é percebida.

Expliquei que estarmos nos apoiando para comer estava destruindo a nós dois, que eu já havia passado por um processo parecido, e que eu já conhecia o resultado, que aos poucos eu iria ficar mais introspectiva e ia me fechando para o mundo, até ficar literalmente sozinha.

Expliquei que quando aconteceu isso da primeira vez as únicas tarefas que me mantinham em atividade eram cuidar da minha filha, que era pequena, e tirar notas boas na faculdade. Praticamente para o restante das atividades de uma pessoa normal eu me anestesiava e me boicotava.

Depois de conversar, chorar, renovar nosso amor, de nos entendermos, fizemos um amor delicioso, que envolve também a alma, envolve estar presente completamente um com o outro, numa entrega divina.

No sábado fui à minha primeira reunião do CCA e, como eles dizem, ouvir as partilhas funcionou como um espelho. Em muitas eu me vi falando na voz de outras pessoas, tamanha a semelhança do que passamos.

É tão fácil aceitar pessoas que têm doenças comuns: hipertensão, diabetes, câncer, unha encravada... por que aceitar que uma pessoa simplesmente tem dificuldade de se controlar em relação à comida é tão difícil? Pois vão ter que me aceitar, quer queiram, quer não.

Só por hoje.

24 horas.

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