Tristeza
Hoje estou com muita saudade, está muito difícil não pedir para voltarmos.
É uma saudade doída, que machuca e não me deixa em paz.
Acho que a mágoa e o medo que eu vinha acumulando até agora estão se dissolvendo e volto a enxergar o meu amor. Só que isso dói, é uma sensação horrível de falta, de querer junto. Mas como, por quê?
Para voltar para o mesmo ambiente, para sofrer as mesmas coisas, para me sentir diminuída de novo, para acreditar completamente e de novo ver que a visão dele não era a que eu acreditava, para ver de novo o meu lugar de companheira sendo esquecido? Para ser diminuída por ele, pela mãe dele? Para não ter meu espaço respeitado por nenhum dos dois?
Ultimamente temos nos falado, choramos juntos no telefone, hoje pela primeira vez não consegui me controlar e liguei deixando claro que estou me acabando de saudade, mas não consegui baixar a guarda ao ponto de admitir vê-lo, pois sei que inevitavelmente nós voltaríamos e depois, quando eu me sentir forte de novo, vou voltar a sentir medo de ser magoada e vou voltar a ficar na defesa.
Estou magoada, machucada, com medo, decepcionada. E se voltássemos agora sei que por um tempo, talvez até curto, tudo ficaria bem, mas em pouco tempo, no meio igual ao de sempre e nas mesmas condições de sempre, tudo voltaria a acontecer novamente.
Espero que esse afastamento nos amadureça, que o amadureça, que ele se torne um homem e deixe de ser um menino mimado, e que saiba acolher perante os outros a sua mulher, ao invés de deixá-la sozinha tentando convencê-lo a defendê-la.
O que acontecerá no futuro? Eu não sei, só sei que não quero passar pelo desamparo que senti, não quero sentir a decepção que senti.
E essa saudade e falta, que porra eu faço com ela?
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