quinta-feira, 30 de junho de 2011

Noíces

Há três noites durmo com uma ajuda extra de rivotril, que são devidamente conseguidos dos remédios que minha mãe usa para dormir.

Passo o dia relativamente bem, ou até bastante bem, e acho que as pessoas me vêem assim, bem e tranquila, e trabalhando eu não tenho tempo de prestar atenção às minhas emoções.

Quando chego em casa ainda consigo conversar com minha filha e dar atenção à ela. Não muita, mas consigo.Depois bate ansiedade misturada com um vazio que não sei explicar, mas que por sinal hoje não está aqui comigo, o que é bom.

Hoje quando saí do trabalho eu fui a um supermercado comer um pouco de sushi e tomar uma coca zero, ficar um tempo sozinha comigo e sem estar sozinha em casa.

Comprei uma carteira de cigarro. Adoro, amo fumar. Não fumo porque sei que é um veneno, porque vi a batalha dos meus pais para deixarem o vício há anos atrás, e mais, porque basta meu noivo fumar e eu ver a sua total falta de controle sobre o vício. Depois da hidro ele conta exatos quarenta minutos para poder fumar. Então, os dois fumarem seria um suicídio coletivo.

Pois é, mas eu comprei o veneno. E ele estava mortalmente e deliciosamente delicioso, e eu acendi dois cigarros, traguei lentamente um, e depois outro.

A carteira está na bolsa e a vontade de fumar ainda está presente.

Eu já fiz isso antes, há meses, e lá entre cinco ou dez cigarros acendidos eu dou a carteira a alguém que fume e então passo meses sem me lembrar disso.

Tenho plena consciência de que estou brincando com fogo, literalmente. Mas fora essas escapadas do controle para fugir da ansiedade, sei que cigarro não cabe em minha vida. Eu não me aceitaria como uma fumante definitiva, eu detestaria isso, minha filha ficaria horrorizada, meus pais incrédulos e contra, meu noivo, apesar de ser fumante, jamais me ofereceu ou permitiu que eu experimentasse pegar um cigarro dele, pois sabe que esse vício é terrível e destrutivo.

Enfim, estou usando paliativos e tenho total consciência disso.

Na verdade, tudo está girando em torno da minha necessidade de controlar a minha compulsão por comida, toda a minha vida emocional equilibrada desceu por ralo abaixo em função de meu corpo horrível e da minha sensação de descontrole sobre isso.

Há outras coisas que me deixam estressada, claro, mas todas seriam reduzidas à devida proporção, mesmo os problemas realmente sérios, se eu estivesse me sentindo bem em mim mesma.Pelo menos ainda não estou desesperada com depressão, isso já é alguma coisa.

Ou talvez fosse melhor estar seriamente deprimida, talvez assim a compulsão fosse dominada por um mal maior que ela.

NÃO!

Melhor estar só estressada mesmo! Não posso esquecer que o campo de batalha, tanto da compulsão quanto de uma possível depressão seria euzinha, eu mesma!

E pelo menos não estando deprimida, estando apenas desesperadamente sem controle sobre a compulsão, ansiosa, e também me achando horrível, ainda tenho senso de humor, lucidez e, quem sabe, resolva reconquistar a mim mesma?

É, definitivamente, melhor estressada e horrorosa e sem controle sobre a compulsão, do que totalmente dominada pela depressão.

Deu pra entender alguma coisa? Porque até eu me perdi com tanta explicação. :/

:)

terça-feira, 28 de junho de 2011

Tempos loucos

Tive um ótimo feriadão. Divertido e leve, bom, isso de leve não é lá verdade, pelo menos não do lado comestível. Comi muito. Muitíssimo.
O final de semana foi muito legal, banho de mar, amor e diversão à vontade.
Gostaria de dizer que estou muito bem, mas isso não é verdade.
Estou dormindo mal e comendo da pior forma que poderia.
Como sem regra alguma e pago todos os preços exorbitantes que a compulsão cobra. Ansiedade, medo, azia, dor de cabeça e dor no corpo, pés doloridos, ansiedade, ansiedade, medo, medo.
E descontrole. Muito.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Aniversário

Eu sobrevivi! É, estou aqui, vivinha da silva! (essa é velhinha, a viva da silva)
O final de semana de comemoração do meu aniversário foi legal. E muitíssimo melhor do que qualquer medo é o fato de eu estar aqui. Estou aqui inteirinha, eu e minhas nóias e minha alegrias também, ainda bem.
Na sexta-feira ficamos só nós, minha família, minha filhota e meu noivo, e também uma amiga que veio aqui, foi bem bom.
No sábado nós viajamos para a praia e tomamos banho de mar no sábado à tarde e também no domingo de manhã e de tarde.
Na sexta me disseram que a previsão era para chuva, e eu disse que então seria sol na certa, pelo menos na maior parte do tempo. E assim foi.
Voltamos no domingo à noite, e o melhor é que eu ainda tive a segunda de folga por ter sido o meu aniversário (coisas boas e até justas e que todo trabalhador deveria ter).
Na segunda eu deveria relaxar, descansar e me divertir.
Quando deu duas e meia da tarde eu estava cansada de tanto resolver coisas, ou pelo menos de tratar as coisas gostosas que eu estava fazendo, como trocar presentes, como se fossem coisas para resolver. E eu estava tão ligada e tão não despreocupada, que resolvi "sequestrar" meio rivoltril que minha mãe usa para dormir para que ele me ajudasse a relaxar e a dormir um pouco no restante da tarde. E assim foi.
Acordei descansada e fui para a hidroginástica, foi bom.
Vem acontecendo umas coisitas esquisitas e que venho notando principalmente nas três últimas semanas. É uma sensação de insegurança e medo, isso me assalta de vez em quando, mas já é o suficiente para eu entender que preciso estar atenta e me cuidar. Não vou deixar que isso vire crise de ansiedade desnecessária e muito menos que vire uma síndrome de pânico. Isso seria horroroso. Preciso de um monte de coisas, coisas que certamente não passam por crises de ansiedade.
É isso, passei para dizer que sobrevivi ao meu aniversário, ou melhor, ao medo que senti da passagem dele.
Mais tarde passo para contar mais dramas pessoais. :)

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Nuvens passageiras

Nunca tinha acontecido isso. Bom, aliás, ruim, mas pelo menos é a primeira vez e não poderei dizer que nunca me senti assim.
Agora, quando estou escrevendo, praticamente já passou a sensação. Mas hoje de manhã ela era tão forte!
Aí vão as bobagens que escrevi hoje à tarde durante a aula da pós:
Estou estranha, amanhã é o meu aniversário, mas sinto que não verei a chegada do sábado.
Fiquei louca?
Não, não é isso. Desde ontem sinto insegurança, ansiedade e até um certo medo.
Esse ano não tive vontade de comemorar a data do dia em que nasci.
Sei que amo e sou amada e querida, não é solidão que sinto. O que sinto é incômodo, falta de sossego, medo, insegurança. Não é uma sensação aguda, paralisante, mas é alguma coisa grudenta e pesada, um sentimento ruim.
Estou frágil, frágil e vulnerável.
Minha grande sorte é que sou volátil, mesmo dando a impressão de ser serena e de bom humor, me sinto ferver por dentro, numa gangorra de emocional que me leva a extremos. Extremos que podem mudar sem que nem mesmo eu me dê conta.
E que bom que agora, enquanto escrevo, chego à conclusão de que os sentimentos ruins já se distanciaram!
Acabo de chegar de um passeio com a minha filha. Meu noivo me ligará para desejar feliz aniversário à meia-noite. Almoçarei com meus amigos de trabalho. Canterei parabéns com minha família. Não tenho nada do que precise reclamar.
Uma sombra ruim que passou e está deixando o calorzinho do sol clarear e me aquecer.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Ontem à noite aconteceu um testemunho de fé.

Desde a noite anterior meu noivo estava ansioso, irritado, misturado com os problemas de sua casa e de sua mãe, que está agindo impulsivamente, muitas vezes sem uma lógica plausível, descontando seu medo e sua irritação em quem estiver na frente, principalmente nele.

E, justiça seja feita, ele tem estado ao lado dela durante todo esse difícil processo de confirmação ou descarte da posssibilidade de um novo foco de câncer.

Ontem à noite, enquanto eu esperava ele descer para irmos para a hidro, aproveitei o tempo em que ele se atrasou para desligar o som do carro e pedir ajuda, e rezei.

Pedi que Deus, os anjos, e os espíritos de luz amigos viessem me ajudar, pedi que nos protegessem, que meus amigos espirituais se colocassem perto de mim e de nós, que por favor afastassem os espíritos menos evoluídos de nós, de perto do meu noivo, e que não deixassem que a insegurança, o medo e a irritação da mãe dele funcionasse como uma porta aberta para que eles ficassem próximos, piorando a situação.

Pedi que nos protegessem e nos amparassem, pedi que a confusão em que a mãe dele se encontra não se estendesse a ele, que não se misturassem.

Meu noivo chegou no carro ansioso, irritado, precisando conversar. Conversamos.

Ele desabafou, eu o ouvi, as coisas foram encontrando uma lógica, se organizando.

Quando o deixei em casa, após a hidro, pedi que mantivesse a calma, que não se misturasse.

Lá pelas dez e pouco da noite ele me ligou feliz, disse que teve uma longa conversa com a mãe, que eles se entenderam, que se ouviram. Que a mãe dele falou o que estava sentindo e ele também, e houve paz.

Fico tão feliz por isso! É sempre tão bonito quando duas pessoas que se amam conseguem silenciar suas confusões interiores e ouvir um ao outro! Os dois se sentem acolhidos e amados e a paz se estabelece.

Obrigada por essa demonstração de que nunca estamos sozinhos, meus amigos de luz e fé, obrigada, meu bom Deus.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Início da semana

Meu final de semana foi muito bom, principalmente a partir do sábado à noite.
Fomos ao cinema, namoramos, ficamos abraçados um tempão conversando potoca.
No domingo almoçamos com toda a minha família, dormimos um cochilo depois do almoço e depois saímos para resolver umas coisas no supermercado.
Foi assim, um final de semana sem sobressaltos, delicioso.
A semana começou difícil, tensa. Ele, com a mãe dele, que está irritante e chata, descontando seu estresse em quem estiver na frente (ele, no caso), mas ela tem que ser entendida, nenhum de seus desequilíbrios habituais deve ser julgado agora. O resultado de um exame caro e minucioso dirá, na segunda-feira, se os nódulos em seu fígado são um novo câncer. Ela já curou, há anos, de câncer de mama e de tireoide.
Eu estou com TPM, mas estou me virando com minha irritação. Estou com pouca paciência, mas tenho rezado para não deixar que meus medos, bobos ou não, se apoderem de mim aproveitando essa janela.
Ontem li um texto para a pós que falava que estamos na era da incerteza. Depois a autora tentava dizer a sua opinião em relação a isso. Eu concordo plenamente com o que ela disse: "não acho que estamos na era da incerteza mas sim, estamos na era da insegurança".
Putz, é exatamente isso que sinto, é exatamente isso que me assalta na madrugada do domingo para a segunda: insegurança. E isso gera ansiedade.
Medo, do medo, do medo, igualzinho ao post que escrevi há algum tempo, sobre chapeuzinho amarelo.
Que bom que a semana está chegando à sua metade! Na sexta-feira será meu aniversário, farei quarenta e um anos. Dá um vontade enorme de dizer:
QUARENTA E UM ANOS!!!!!!!!!!!!!!!
Mas não vou fazer isso, quarenta e um anos é legal. Assim eu espero. Assim será.
Falei aqui no trabalho que não virei na segunda-feira, então, dará para viajar para a praia (
tou falando isso com a voz baixa para não dar azar e nós ficarmos novamente sem ir) no sábado e voltaremos na segunda. Que massa!
Bom, é isso, pelo menos por enquanto.

sábado, 11 de junho de 2011

Sábado à noite

Ontem à noite dormi com meu noivo. Fizemos amor por muito tempo.

Sem pressa, amorosamente. Vi o amor que sinto no olhar dele.

Então, porque diabos me sinto tão insegura agora?

É claro que sei o motivo, nada de novo, só o mesmo de sempre.

Estou gorda, me acho horrível assim. Minhas roupas não são as que gosto de usar, mas sim as que encontro quando me cabem, e estão a cada dia mais difícil de encontrar.

E não estou conseguindo mudar isso. Não estou me sentindo capaz de vencer esta batalha.

E sinto vergonha em sair.

Hoje marcamos de ir ao cinema, dormiremos na casa dele.

Nessa quarta ele convidou a mim e minha filha para irmos a um ótima restaurante japonês. Foi divertido, adorei, mas não posso negar que senti vergonha de mim, e na minha nóia achei que as pessoas estavam todas prestando atenção à minha gordura.

É um sentimento terrível, de boicote misturado à autodestruição, já que não consigo me comportar de outra forma em relação à comida.

Puta merda!

Quê que eu estou fazendo comigo?

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Quinta à noite



Ontem à noite aconteceu um momento interessante:
Cheguei da hidro e fui colocar o cadeado no portão. Soltei meus cachorros e brinquei com eles.
Quando levantei o rosto havia um homem alto olhando para mim, colado no portão.
Ele disse:
- Sabe se tem alguma casa para alugar por aqui?
Hora, eram quase nove da noite, e apesar de não ter cara de bandido, tinha um rosto bonito e olhos azuis, eu tive medo. E respondi:
- Não, não sei dizer, não vi nenhuma.
Ele fez a mesma pergunta de novo, como se não tivesse escutado o que eu disse.
E eu, cismada, respondi a mesma coisa, que não tinha visto e que não sabia ( e pensando, se esse cara puxar uma arma e me mandar entrar em casa com ele?).
Então ele disse:
- Você é portuguesa?
E eu:
- hum hum (negando com a cabeça).
E ele:
- Mas você é daqui de ... mesmo?
E eu:
- hurrum (afirmando com a cabeça, e olhe que nem sou).
E ele:
-Posso saber o seu nome?
E eu:
- Nãão.
Ele fez uma cara entre " eu entendo" e "fiquei chateado", baixou a vista e foi embora.
E eu, com cara de boba, entrei rápido dentro de casa.
Depois do medo, me veio a sensação de que preciso acordar de novo pra mim.
Esse encontro esquisito fez bem ao meu ego.
Sei que sou amada e que amo, mas sentir que alguém que sequer me conhece me acha bonita (sem que o amor por mim interfira a meu favor), me fez bem.

Sou serena, bem-humorada e tranquila, pelo menos é essa impressão que acho que os outros tem de mim.
Até para meu noivo, e mesmo para minha filha, acho que na maioria das vezes sou assim.
Consigo enganar até a mim mesma de que quase sempre me sinto assim.
Isso só não é possível quando durmo, aí, todos os monstros guardados e esquecidos no armário dos medos aparecem e dominam o ambiente. Não que eles não possam ser colocados de volta no devido lugar com pensamentos racionais, e isso dá um trabalho danado, mas ainda bem que é possível.
Ontem à noite, sonhei com um monte de coisas e que para variar não lembro mas, de novo, um sonho importante eu lembro quase todo.
Há muitos anos namorei um homem que foi importante na minha vida, menos por ele mesmo e mais pelo que significou namorar de novo depois quase oito anos me escondendo da vida, sendo só mãe, sentindo culpa por minha filha não ter um pai presente.
Esse homem, esse namorado, chegou seguro e decidido. E eu precisava muito disso para me reafirmar como mulher (e não apenas como mãe).
Foi uma época em que eu estava começando a querer voltar à vida. E nós dois precisávamos de provar algo.
Eu, de provar que era capaz de me apaixonar novamente, sem medo.
Ele, bom, ele precisava provar, na cidade onde morava, que era capaz de fazer uma mulher bonita e bem mais nova que ele (eu era 14 anos mais nova) se apaixonar e mostrá-la para toda a família dele, destroçada por uma traição da ex-esposa, que fez questão de que todos soubessem que ela o havia traído (traição essa como uma vingança por ter sido traída antes, mas nada disso é da minha conta).
Claro que esse é um resumo simplista demais, mas serve.
Ontem sonhei comigo colocando balas em um revólver e me preparando para ir matá-lo. O porque disso não tenho a menor idéia. Acho que porque, na época, enxerguei que o que ele precisava não era o mesmo que eu, que eu me doei e ele não.
Esquisito isso de, no caso dele, eu guardar principalmente o que aconteceu de ruim.
O que ficou de lembranças boas foram eu ter despertado de novo para a vida, a amizade e o apego que o filho dele teve comigo, a aceitação de toda a família dele e, após termos terminado, ele ter acordado para a mulher que perdeu (eu) e ter ficado atrás de mim por dois anos.

Talvez esse sonho, em que eu me preparo para matá-lo, tenha a ver com o meu estado atual, em que me sinto feia e disforme, talvez eu tenha me preparado para matar a minha cobrança de ser bonita, de me sentir feia hoje (na época o que ele mais precisava era de uma mulher bonita para comprovar perante a cidade que, apesar de ter sido traído, era capaz de superar e conquistar uma mulher mais nova e mais bonita que a ex-esposa dele).

Eu não o matei no sonho, eu entrei no carro e fugi quando ele apareceu, eu fugi por uma estrada pobre e escura, e por mais que não o visse, sabia que ele estava vindo me cobrar sobre o porque de eu ter pensando em matá-lo.
Esquisito e cheio de significados.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Sonhos esquisitos

Venho tendo sonhos estranhos, tantos que acordo de manhã com a sensação de que dormi muito pouco.
Mais estranho ainda é que nunca consigo me lembrar de um sonho inteiro e nem mesmo de metade dele.
Anteontem acordei de madrugada com Sun (de lost) gritando no meu ouvido:
WAKE UP!
Acordei, acendi a luz, disse "vôte!", e voltei para dormir e sonhei mais.
Ontem à noite lembro de minha filha me acordando porque eu estava chorando dormindo.
E agora, já amanhecendo o dia, acordei com um sonho mais esquisito ainda (esquisito o sonho e esquisito porque lembro dele quase todo):
Eu estava arrumando a cama e, quando olho, meu irmão (brigo bastante com ele, acho ele chato e sem modos, mas já disse aqui que só eu posso falar mal dele) se deita nela, e eu reclamo que ele se levante porque eu estou forrando a cama e preciso sair para trabalhar. (ele nunca se deita na minha cama)
Ele, de repente, me abraça e diz que precisamos deixar de brigar.
Eu digo que ele precisa deixar de ser egoísta, grosseiro e sem educação, digo que estou cansada de ele tratar bem pessoas de fora e tratar mal as pessoas da família.
Ele me diz que esqueça tudo isso e continua abraçado comigo.
Me dá uma sensação esquisita de vontade de fazer as pazes e ao mesmo tempo vontade de me soltar daquele abraço.
O abraço me deixa pouco à vontade e ao mesmo tempo me dá esperança de que paremos de brigar. E junto com isso a sensação de que aquele abraço está esquisito e desconcertante, estarmos abraçados sentados na cama não é confortável, não é o meu irmão, e nem é dessa vida.
E ele começa a me balançar, ainda abraçado, para um lado, para o outro, para frente e para trás, e eu acho que estou ficando doida.
E ao mesmo tempo acho que vamos fazendo as pazes, nos entendendo, e eu tento falar, e então acordo.

domingo, 5 de junho de 2011

PQP

É, mandei a dieta à.... PQP.
E todo o meu esforço de quinze dias? Também para a PQP.
E daí? Eu não vou morrer por isso.
Não estou feliz, muito menos estou triste de me acabar.
Tou tristinha, no máximo.
E já conheço o caminho: uma débil força de vontade de voltar para o caminho certo contra uma resistência fuderosa da compulsão para se manter no poder.
E de quem é a culpa? A culpa é de 'Genésio'. Tu ouviu, Genésio? A CULPA É TODA SUA!

sábado, 4 de junho de 2011

Aniversário de meu pai 2


DEU EM MERDA.
É, deu mesmo.
Agora é salvar o hoje, que também será phoda.
Estou saindo para ajudar a fazer 750 doces e 1000 salgados para uma encomenda de aniversário.
Preciso arrumar outro trabalho para o sábado, esse é perigoso demais. Eu devia receber adicional de periculosidade.
Quem já viu alcoólatra trabalhar numa fábrica de bebida alcoólica?
Como posso eu, comedora compulsiva, trabalhar com comida no sábado???
Deixa de reclamar e TE VIRA, Mulher!!!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Aniversário do meu pai

Hoje vai ser 'pau'!

Acabo de olhar as comidas do aniversário do meu pai, credo, porque tanta?

Doces, salgados, muitos muitos, torta, tipo: brigadeiros, bem-casados, pastéis doces, coxinhas, risoles, torta, salgadinho de queijo, e muitos outros "estragam dieta que qualquer herói". Putz, hoje vai ser uma prova de fogo.

Meus pais resolveram só viajar amanhã, pois um tio (irmão de meu pai) e minha tia virão de outra cidade para comemorar o aniversário. Amanhã eles viajarão. Por outro lado, sorte minha, porque minha mãe vai me ajudar a fazer a encomenda de amanhã.

Para ser mais justa também teremos um peixe ao forno, arroz e uma espécie de salpicão com um macarrão diferente, essa será a minha salvação.

Como um otimista que pula do vigésimo andar e ao passar pelo oitavo, diz: até aqui, tudo bem... Pois é, até aqui estou firme, determinada e com vontade de permanecer assim.

JESUS ME SOCORRA! É, precisarei de ajuda espiritual, todos os aliados são muito bem-vindos.

Torçam por mim, POR FAVOR! É, tou dramática, faz parte, afinal, se não tiver algum humor, como acreditaria que minha dieta vai sobreviver a esta noite?

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Feia

Cacete! Hoje à noite está tão difícil segurar!

Há dias que venho com problemas para dormir bem. Acordo no meio da noite, sem sono, fico pensando bobagens, essas que atormentam e que não levam a nada: saúde, idade, peso, capacidade ou não de gerar um filho, independência finaceira, gordura, dinheiro (a falta da quantidade adequada dele), quanto tempo mais meus pais aguentarão levando a loja nas costas, medo. Um monte de merda que não leva a lugar algum e que durante o dia, vivendo, nem lembro... mas aí vem a noite e recomeça tudo, da falta de sono (antes de ir para a cama fico sonhando em dormir) na hora de dormir ao sono de má qualidade.

Por pouco não detonei todo o meu esforço agora. Me excedi no que podia comer mas pelo menos não me atolei na merda.

Já havia jantado antes de ir para a hidro, e jantado bem, mas fiz agora um ovo frito e comi com pão, depois fiz meleca de leite com adoçante (é deliciosamente doce), que é um leite em pó bem grosso, quase um creme, com pouquíssima água para dar o ponto. E estou doida para comer mais, mas escrevendo aqui começo a me distanciar desse pensamento compulsivo e a ter um pouco mais de discernimento.

Acho que isso tudo faz parte do boicote normal que há anos me acompanha, nem precisa de uma desculpa qualquer.

Hoje estou me sentindo tão feia! (sei que estava me sentindo bem e tranquila ainda agora há pouco)

Vi fotos minhas do ano passado, quando ainda estava começando a engordar, eu estava tão bonita!

Olho aquelas fotos e me dá uma agonia! Que mulher tão bonita, de traços delicados, com o rosto sem essas malditas manchas que voltaram para me atormentar!

Como pude ficar tão velha e feia em um ano?

Isso é só cretina autopiedade? Tomara que sim.

Porque se eu for realmente essa mulher feia e disforme que vejo hoje, coitada de mim! (cretina autopiedade de novo)

Hoje de noite tou um saco! (literalmente e psicologicamente)

Mas já já outro dia começa, isso, por si só, já traz uma nova esperança de sucesso.

Ainda lúcida


O final de semana romântico na praia vai ter que esperar, tudo bem.
Vou trabalhar que só burra de carga no sábado, tudo bem.
Meu dinheiro não dará para pagar todas as contas, tudo bem. Em dois ou três meses entro nos eixos nas finanças.
Estava tudo acertado para nós viajarmos neste final de semana, mas aí me deu o clique que o aniversário do meu pai não é na sexta que vem, mas sim nesta sexta. Então me ofereci para arcar sozinha com a loja no sábado para que os dois viajassem, até aí, tudo bem também... só que tem uma encomenda enorme para entregar no sábado, então, com certeza umas cinco da manhã já estarei no batente. Ainda não sei bem como darei conta de tudo sem eles, mas vai ser assim. Tudo bem.
De verdade? Putz! O controle sobre a compulsão libera o que há de melhor em mim, minha tranquilidade, leveza e bom humor.
Sim, estou conseguindo me manter vigilante e no controle e isso, sinceramente, é o que de melhor posso desejar para o meu estado de espírito.
O que vier para atrapalhar, contanto que não mexa com a saúde, tiro de letra.
E mais uma? Além da hidroginástica me matriculei (e arrastei meu noivo comigo) num curso de dança de salão, sim, quem diria, eu, ainda gorda, com ele, num curso de dança de salão! Outras pessoas aqui do trabalho também se matricularam e estamos doidos para que comece logo.
A lucidez e o bem que ela me faz não tem preço!