segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O medo de sempre da segunda


Tenho medinho da segunda-feira. Isso acontece há anos e anos a fio.
É um saco.
Esse medo perdeu muito de sua força, mas ainda está aqui.
Medo do medo do medo do medo.
Medo de morrer, de ficar doente, de ficar sozinha, de perder pessoas que amo, de meus pais morrerem, de não conseguir me sustentar, medo da solidão, medo por a vida ser muito curta, medo de estar doente, medo por estar gorda, medo de passar necessidade. Um monte de medos idiotas e desnecessários. Medos que não levam a nada.
Mas é sempre, ou quase sempre assim. Basta um final de semana, aliás, basta um domingo aproveitando meus amores e minha família para que esse medo idiota me assalte na segunda de manhã cedo. E olhe que antes era muito, muito, muitíssimo pior, pois ele chegava antes da segunda-feira virar dia, ele chegava de madrugada e me maltratava até de manhã. Hoje só chega de manhã cedo e vai desaparecendo ao longo da manhã de trabalho. Esse meu trabalho me ajudou a dissipá-lo, hoje ele é uma sombra do que já foi, mas ainda está aqui.
O que posso encontrar de bom é que já o conheço, sei que basta eu me levantar e começar meu dia que ele vai se dissipando, que ele vai indo embora, muitas vezes eu nem percebo, e só me lembro dele na próxima segunda-feira.
E agora estou me lembrando (também muitas vezes na segunda lembro dele) de um livro que ganhei de uma tia quando tinha uns 8 ou 9 anos: chapeuzinho amarelo.
Chapeuzinho Amarelo era amarela de tanto medo.
Chapeuzinho Amarelo, amarelada de medo.
Vou contar do meu jeito:
Ela tinha tanto medo do lobo, mas tanto medo, que só de pensar em pensar nele ela já sentia medo.
O medo dela era tão grande que ela chegou a sentir medo do medo do medo do medo do medo do medo do medo do medo do medo medo do medo, do medo.
E esse medo (o primeiro deles) que trouxe todos os outros foi tão grande que ela ficou paralisada, não conseguia andar, não conseguia se mexer, aterrorizada.
E quando ela ficou assim, imóvel, só os olhos se mexendo procurando mais medo, o LOBO, ele mesmo, apareceu na sua frente!!!
O terror dela foi tão grande e ela estava tão paralizada que não conseguiu correr.
Ela só conseguia pensar:
O LOBO!!! O LOBO!!! O LOBO!!! O LOBO!!! O LOBO!!! O LOBO!!! O LOBO!!!
E de tanto terror ela não conseguia encontrar saída alguma, só conseguia pensar:
lobo, lobo, lobo, lobo, lobo, lobo, lobo, lobo, lobo, lobo, lobo... e sua cabeça estava tão cansada que ela esqueceu até das vírgulas:
lobolobolobolobolobolobolobolobolobolobolobolobolobolobolobolobolobolobolobo
E quando achou que era o fim, conseguiu colocar as vírgulas de novo:
lobo, bolo, lobo, bolo, bolo, bolo, bolo, bolo, bolo, lobo, bolo, bolo, bolo, bolo. lobo, bolo...
E de repente, naquela confusão de vírgulas e sílabas trocadas, ela foi achando graça, isso mesmo, um fiozinho de graça no seu imenso medo!
lobobolo! lobobobo! bolo! lobo! bobo!
LOBO BOLO BOBO!!!
E quando menos esperava começou a sorrir, e o sorriso se transformou em gargalhada!
E isso enfureceu completamente o lobo, que começou a rugir feito um louco. Mas era tarde!
A menina tinha aprendido: quanto menos medo tivesse do lobo mais fraquinho ele era, menos medo ele trazia e mais bobo ficava.
E a menina começou:
LOBO, BOBO, BOLO, e resolveu ficar lendo o nome lobo ao contrário, bem alto:
BOLO, BOLO, BOLO, BOLO, BOLO!!!
E o lobo foi ficando pequenininho, com uma voz fininha, sem meter mais medo em ninguém, e fugiu envergonhado.
E a menina amarela de medo aprendeu a ser azul, verde, rosa, aprendeu a controlar seu medo e seus pensamentos.
E foi viver sua vida e sua segunda-feira em paz.



domingo, 30 de janeiro de 2011

FINAL DE SEMANA DE HARMONIA : )


E né que Morfeu nos ajudou?
Encontrei meu amor na sexta à noite, ele estava dormindo quando cheguei na casa dele, mas depois que esperei um tempo e ele acordou, ficou segurando as pontas para não adormecer de novo e para não passar a noite acordado e poder dormir comigo.
Conversamos, fizemos amor, ficamos abraçados um tempão na cama, lá pelas tantas eu tinha que dormir porque teria um dia pesado de trabalho na loja de meus pais no sábado.
Fomos ao supermercado e depois ficamos namorando no estacionamento, isso mesmo, fomos até a mureta de proteção e ficamos lá, abraçados, aproveitando a companhia um do outro, olhando o trânsito e as estrelas.
Fomos para casa e ele adormeceu comigo e quando acordou ficou, de madrugada, me dando beijinhos, até que eu acordei e ficamos abraçados um tempão. Eu estava com tanta saudade disso!
No sábado eu acordei e fui trabalhar. Depois da loja estava exausta e fui dormir um pedaço. Ele resolveu passar o dia acordado para ficarmos juntos e dormirmos juntos à noite.
E deu certo!
Saímos logo cedo da noite para comprar lanche e voltamos para casa para namorar.
Bom, umas 21h ele não se aguentava mais em pé, e eu estava à mil porque tinha dormido de tarde. Então, pela primeira vez ele adormeceu primeiro que eu. Eu assisti televisão, fui para o pc dele, inventei o que fazer, até que umas 23h fui dormir também.
Adoro quando ele, mesmo adormecido, me procura para me abraçar ou para passar a perna por cima de mim, acho isso uma delícia. De madrugada ficamos meio acordados, nesse namorico delicioso.
De manhã assistimos a um filme mal feito mas divertido, e ficamos juntinhos.
Eu, ele, nós estávamos precisando muito desse tempo só nosso. A última vez que ficamos assim havia sido no ano novo, e de lá até neste final de semana o sono dele totalmente desregulado vinha atrapalhando qualquer tentativa de final de semana grudadinhos.
Na hora do almoço viemos comemorar o aniversário de minha irmã, foi tão legal! Almoço em família, eu andava com tanta saudade disso tudo junto!
De tarde esperamos minha filha chegar de viagem, ela passou 16 dias fora, nunca havia demorado tanto tempo longe de casa.
Ela me encontrou com saudade, minha mãe e meu pai ajeitaram todo o quarto dela.
Nós duas deixamos meu amor em casa, o convidamos para ir conosco, mas ele preferiu ficar, pois também sabia que nós duas precisávamos conversar, pôr os assuntos de mãe e filha (e amigas) em dia.
Eu e minha filha fomos a uma pizzaria, conversamos tanto! Ou melhor, ela me contou todos os acontecimentos das férias.
Ter uma filha que confia em mim, e que eu confio nela, e saber que sou mãe e amiga ao mesmo tempo (sem misturar as duas coisas)? NÃO TEM PREÇO.
Deu tanto orgulho de vê-la assim, com autonomia, decidida, bem resolvida, e ao mesmo tempo doce e com a malícia necessária para lidar com os meninos de sua faixa de idade, dos 17 aos 25 anos.
Saber que ela sabe impor limites, e que ao mesmo tempo sabe aproveitar as diversões sem se colocar numa fria é muito tranquilizador e reconfortante.
Conversamos sobre limites, cuidados, ouvi, ouvi, ouvi, ela me disse que sempre se lembra de uma frase minha (que meu pai também me disse um dia): quando estiver sentindo que a situação está fugindo ao controle, se lembre que um degrau que se sobe não se desce mais, por isso, procure não deixar a situação ficar incontrolável.
Conversamos sobre tantos assuntos! Eu sempre disse a ela: filhota, não é obrigado que seja um príncipe encantado, mas quando você achar que está na hora de ter vida sexual, tem que ser pelo menos com alguém em quem você confie, com alguém em que no dia seguinte você sinta, no mínimo, carinho, alguém que você sabe que não te virar as costas e fazer de conta que não te conhece. Ou seja, não é preciso esperar um príncipe, mas é muito importante que seja bom, com alguém que mereça viver com você este momento.
O que estou sentindo hoje à noite? Que tudo está no lugar certo. Que minha vida e meus amores estão no lugar em que me sinto mais feliz: eles perto de mim. E não digo fisicamente, o lugar em que me sinto mais feliz é quando nossas almas estão em sintonia.
Obrigada, meu bom Deus.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Tou tão feia! Insônia! E outras coisitas mais


Preciso recomeçar o mais rápido possível a dieta.
Saí no dia em que fomos comer sushi, eu e meu noivo, e desde então estamos os dois meio que chutando o pau da barraca.
Isso de estar sem rumo de novo está 'acabando' comigo. Fico confusa, insegura, infeliz. É, eu sei, é sempre a mesma conversa, o mesmo desabafo, as mesmas reclamações sobre decisões definitivas não tomadas para solucionar o que está errado.
Tá, ok, eu sei o que está errado, você também sabe, e se tiver compulsão, sabe tanto quanto eu que idas, vindas, voltas, recaídas, tentativas, sucessos e mais recaídas fazem parte, ou quase sempre fazem parte, pelo menos da minha vida de comedora compulsiva anônima. Se você obteve sucesso e ficou no topo: viva! Parabéns!
Que Deus me ajude, pois ainda não consegui ser assim.
Meu noivo também saiu do caminho, isso o deixa irritado e entediado.
Bom, estamos no mesmo barco, eu, ele, talvez meio mundo de gente.
Ando com saudade de dormirmos juntos, de assistirmos a um bom filme, de fazer amor e adormecermos juntos.
Há meses que ele está com o sono totalmente desregulado. Dorme pequenos sonos durante o dia e passa a noite acordado. Isso, de fato, tem atrapalhado um bocado ficarmos juntos. Ele não dorme mais na minha casa, pois lá não há o que fazer à noite acordado. Eu evito dormir na casa dele, pois dormiria sozinha depois de passarmos um tempo juntos, e ele ficaria sem poder usar o quarto na noite de insônia.
Quando dormimos juntos, quer dizer, quando eu vou para a casa dele para dormirmos juntos, ambo dormimos mal. Eu, que durmo mal porque não é a minha cama e ele não está comigo, ele, porque não consegue dormir por causa da insônia e fica sem seu canto para passar a noite acordado.
Paciência, espero que isso se reverta algum dia, tá, fico triste com esse assunto.
Por hoje, basta de reclamação. Vou dormir lá, e que Morfeu nos ajude.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Adoro


Adoro uma característica que a minha família tem, que é de se unir para ajudar quem está precisando.
Não só adoro, amo.
Primeiro fui eu quem precisou de ajuda.
Meu dinheiro não daria para matricular e em seguida pagar a primeira mensalidade até o dia 5, então meus pais me ajudaram e me ajudarão por dois meses. Sei que não sobra dinheiro, mas não falta boa vontade, eles me ajudaram e me ajudarão nesses dois meses.
Segundo, sem que eu pedisse nada, minha mãe resolveu ajudar da forma que pode para a minha filha ter a certeza de que estamos do lado dela e que ela será apoiada no que precisar para estudar para o vestibular neste ano.
Minha filhota chegará domingo, está na praia, na casa de amigas do colégio, desde o dia 15.
Por causa do vestibular e por desorganização mesmo, muita, o quarto dela estava uma "zona", desarrumação total. E eu saio o dia todo, quando chego não tenho a menor vontade de ajeitar para ela.
Minha mãe tomou a frente, mesmo com uma rotina extremamente cansativa (mais que a minha), ela comprou cortinas novas e colcha de cama, para minha filha se sentir bem-vinda.
Quando eu cheguei do trabalho ontem ela havia "desmontado" todo o quarto para limpar e organizar, para que a neta sentisse mais gosto para começar o ano de estudos e desse continuidade à arrumação.
Fiquei tão feliz!
E mais, havia uma abertura que era do ar condicionado, meu pai trabalhou umas três horas para cobri-la, de forma a ficar ainda mais bonito o quarto.
Eu cheguei, tomei um banho bem rápido e fui ajudar.
Nem sei o que é mais gostoso, se é quando me sinto querida ou se quando sei que minha filha é querida!
Outra coisa: não gosto de ter que sair para comprar almoço, gosto de levar almoço para esquentar, só que hoje tive de comprar. E uma colega minha do trabalho sabe que tenho preguiça e não gosto de sair para isso, então, ela já ía voltando e disse: ei mocinha, melhore essa cara! Eu vou contigo para você não ir sozinha, quer? E eu respondi: Claaaaro que quero! E abri um sorriso e fomos conversando.
Isso tudo que dá sentido e graça à vida? NÃO TEM PREÇO.
Obrigada, meu bom Deus.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Pensamentos

Hoje à noite meu pai me disse que estava com a impressão de que o dia está curto. Concordo plenamente, acordo e durmo, acordo e durmo, numa sucessão de dias iguais ou parecidos. Uma rotina de acordar, trabalhar e dormir. Acordar de novo e recomeçar.
Falta alguma coisa para dar cor aos meus dias. E sei exatamente o que é: eu mesma. Falta encantamento por mim mesma.
Não encontrarei isso no meu noivo, nem mesmo na minha filha, menos ainda nas amigas que volto a rever.
Eu estou em falta comigo mesma.
Achar graça em mim, me olhar bonita, sentir prazer em me cuidar, ter vontade de ir caminhar sozinha ou com amigas, ter vontade de sair, não deixar que coisas idiotas tenham tanta força de me derrubar.
É isso, estou sentindo muita falta de mim mesma.
Sei que sou amada, mas bastou um erro de meu noivo (o que já falei aqui, sobre o perfume) para que eu me sinta desmerecida e diminuída. Sei que ele não fez com essa intenção, e também sei que se eu estivesse bem comigo, pensaria: que se dane, vou usar o perfume que é meu e acabou-se. Se isso te lembra alguém é problema seu e de suas recordações.
Mas não, pelo fato de ele me perguntar se eu já tinha colocado perfume e de me pedir para não colocá-lo por lembrar uma ex-namorada, me senti diminuída.
Se fosse o contrário, ele ficaria muito chateado, admitiu isso, mas se fosse o contrário eu jamais falaria o que ele falou. Eu me lembraria de Cicrano, e imediatamente pensaria: o perfume agora é do meu amor, e foda-se cicrano e o mundo, esse cheiro agora não pertence mais a ele, mas sim ao homem que amo.
O meu noivo até me disse exatamente isso, mas só depois, depois de racionalizar e de ver a merda que tinha dito. Só que aí, meu amigo, foi-se. A sua chance de consertar, foi-se.
Esse seu ato falho, de primeiro me dizer para não usar o maldito perfume para só depois me colocar acima da importância de sua recordação, me magoou.
Sei que essa sua ex o magoou muito, ela o sacaneou quando ele estava se afirmando, na adolescência para o início da vida adulta. E isso o magoou profundamente e, em parte, mudou a sua vida.
Mas basta, você agora é adulto, é um ótimo companheiro, um excelente amante. É o mais importante, é o homem que eu amo.
Divido até a culpa com você por eu estar chateada mais do que deveria. Na verdade, se estivesse bem comigo mesma me magoaria, sim, houve motivo para isso. Mas não aguentaria calada e triste, diria imediatamente: dane-se, que foi o que você merecia ouvir.
Hoje à noite você me perguntou o que eu tinha, e olhe que eu só não estava tãaaaoooo carinhosa quanto costumo ser, e quando eu disse e demonstrei que estava insegura, o que você fez? Me deixou ir embora sem me aquietar. Muito bem para você, 2x0.
É, preciso desesperadamente encontrar o caminho para mim mesma.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

COMPULSÃO BIPOLAR OU MULHER BIPOLAR?


Equilíbrio, desequilíbrio, equilíbrio, desequilíbrio... ou eu sou uma gangorra ou simplesmente eu sou bipolar!
Um dia controlo, outro controlo, dois descontrolo.
Arre égua!!!
Não quer saber?
Vou dizer mesmo assim:
Estou ficando cansada de mim!
Eu me odeio. Eu me amo. Eu me odeio. Eu me amo.
Putz! Nem nisso eu consigo me resolver! :/

Péra!!!
Ainda bem que eu não consigo me resolver, né!?
Se eu resolvesse que me odiava?? Tava fufu!

Ah! Ontem recebi uma mensagem no orkut, não eu, a Mulher, mas eu mesma, a que inventou essa distinta. Era de outra mulher, também com dificuldade para manter o controle sobre a compulsão.
Na verdade, ela me enviou um pedido de socorro, me perguntando o que eu faço para controlar a compulsão quando ela me ataca, queria saber que golpes eu aplico na bicha e por aí vai.
Eu respondi da melhor forma que podia, acho que falei o que ela precisava ouvir mas, quer saber a verdade mesmo? Não quer? Vou dizer mesmo assim:
Se eu fosse muito sincera e fria eu responderia:
- E eu é que sei???
- Tu acha que se eu soubesse a porra da resposta estaria gorda e escrevendo num blog anônimo sobre a porra da compulsão?
- Eu perdi 42 quilos e esses porras conseguiram quase todos, menos uns míseros 5 ou 6, encontrar o caminho de volta para mim!
(hoje estou com a boca suja, hoje está foda, me desculpe)
- Você está linda e magra, fotografou toda a sua conquista, e vem me perguntar o que fazer porque não está conseguindo recobrar o controle?

Quase que eu respondo:

- ÔÔÔ, se liga mané!!! Você está perguntado à pessoa mais errada do mundo!
- Eu não tenho a menor idéia do que você deve fazer!!!
- Eu não consigo nem dar jeito em mim, como que eu vou conseguir dar jeito em tu???
Mas não, não dei vazão ao meu lado bipolar off, deixei o meu lado bipolar on falar, como Mulher altiva e cheia de boa vontade, respondi tudo o que ela precisava ouvir... que depende de nós, que não é fácil mas é possível, que ela recupere o controle, que faça o esforço que vale a pena, que não deixe todo o trabalho que ela teve e a auto-estima recuperada serem dominadas pela compulsão, etc, etc, etc.

Já pensou se eu conseguisse acreditar em tudo o que eu disse a ela?

EU ESTARIA SALVA!!!

Hoje almocei com umas colegas de trabalho num restaurante vegetariano, tá, vegetariano e com poucas calorias? Engano, minha cara, cheinho de verduras deliciosamente fritas! E com uma maldita torta de banana cheia de açúcar e aveia, a aveia mais entupidora de artérias que já fui apresentada.
Achei que o problema, o meu, poderia se amenizar se eu matasse a saudade de minhas amigas e procurasse mais a companhia delas. Semana passada saí com duas para ir ao cinema, conversamos, nos divertimos, e eu? Sorri, conversei e?
Comi. Esta semana vou me encontrar com outra amiga, pegar ela depois do trabalho para conversar potoca, e? Já estou mortinha de vergonha pelo tamanho da minha pança!
Eu me amo ou eu me odeio?
E eu é que sei? Esse relacionamento comigo mesma é o mais complicado de toda a minha vida.
Eu me amo e ajo como se me odiasse.
Nem Freud teria paciência (acho que nem eu pra ele). Bastariam duas horas, ele me olhando em silêncio e eu olhando calada para ele para eu abrir um chocolate e gastar meu tempo com algo mais gostoso e destrutivo.
Arre, basta, tou falando merda.

Tá, tou chata e irônica. Mas comi um monte de besteira hoje, o que você deseja de mim??? SOU GENTE, MULHER, COMPULSIVA EM COMPULSÃO. E ESTOU CHATA, UM PORRE.
É ISSO.


domingo, 23 de janeiro de 2011

Obrigada, noite


Conversamos ontem de madrugada.
Ele me ligou hoje de manhã cedo.
De novo, nada como uma noite para acalmar e esfriar a raiva.
Ele me pediu desculpas, disse que que ama e que precisa de mim. Disse ainda que não tinha pensado na gravidade do comentário que havia feito.
Está vindo para cá.
Ambos procuramos a paz.
Numa coisa ele está certíssimo e sempre me diz:
Nossos problemas nunca são por falta de amor.
Concordo plenamente.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Mais merda


Estou mordida, puta da vida, irritada, com vontade de mandar ele se danar. A verdade é essa. Dizer em alto e bom som:
- Vá se danaaaaaaaaaaaaaaaar!
Conversamos, fizemos amor, mas não há jeito, ele vem e faz outra merda.
Sobre o maldito carro, estou 'cagando' para ele. Já identifiquei o que está me corroendo.
Que ele não queira precisar do carro, eu concordo e assino em baixo, é louvável abrir mão em nome da sobrinha, mas que ele resolva usar e me faça fazer o papel frágil na putaria, me nego terminantemente.
Há muito, muito tempo, me submeti a ser a prima pobre dentro da casa de um tio rico, ou explicando, me submeteram.
Daí a passar por isso hoje em dia em virtude de confusões na família dele, são outros quinhentos.
Cresci, me fortaleci. Fodam-se.
O que está me correndo é isso de, uma vez que ele resolveu pegar a merda do carro, se submeter e por consequência me submeter às exigências da irmã e do pai dele. Ou seja, eu poderia dormir na casa dele, mas de manhã esperaria ele acordar para ele vir me deixar em casa, pois do contrário diriam que ele tirou o carro das irmã e sobrinha para colocar para mim.
Se ele resolveu pegar o maldito carro, isso é problema dele, daí a me submeter às loucuras da família dele, há um imenso engano.
Não sou a criança idiota que apanhava do primo e tentava bater nele sem ser defendida. Eu me defendo. E aprendi a me defender bem.
Não tenho nenhum motivo para me submeter às tiranias da irmã patricinha dele. Se ele quer, sinta-se à vontade, sozinho, mas me submeter a isso, não, eu não quero e não vou participar.
É como ele disse, ele não exige a sua parte porque não quer, em função da sobrinha, e eu acho isso louvável. É um direito que lhe cabe.
Mas se ele resolve que precisará do carro e o pega, ora! É preciso ainda assim se sentir culpado e ficar pedindo desculpas?
É meu direito não participar da forma torta e errada quando ele resolver pegar a bosta do carro e age como quem pede desculpas.
Não preciso disso. Não tenho desculpas a pedir.
Mesmo assim, tentamos fazer as pazes, tentei deixar toda esta merda para lá, afinal, eles que são brancos e sofisticados que se entendam.
Me arrumei para sair e fui buscar um perfume cheiroso no quarto da minha filha mas, me lembrei que ele havia dito que era o mesmo perfume que uma ex-namorada dele usava. Me lembrei disso, deixei o perfume lá e fui pegar outro no meu quarto, e quando vou colocá-lo, ele, ainda deitado em minha cama, diz:
- Você já colocou perfume?
E eu:
- Vou colocar agora de novo (um perfume meu, que usei no lugar do que estava no quarto da minha filha).
E ele:
- Por favor, não coloque este perfume, ele me lembra uma pessoa com quem namorei.
Ah não! Este também? FODA-SE!
Pegue sua família, sua falta de proteção em relação a mim, e tudo o que te pertence e se afaste.
Me diminuir de novo? NÃO.
Não preciso de suas coisas. Não preciso de suas lembranças atrapalhando o que uso.
Não vou me submeter. NÃO.
Nem aos caprichos do que sua irmã pode achar quando você resolve usar a porra do carro, e muito menos deixar de usar as minhas coisas para não lembrar a você uma ex- namorada.
Jamé. Andei deixando a guarda muito baixa. Não está mais.
Não chegue muito perto. Estou com os dois punhos levantados.
E esqueçam que hoje de manhã escrevi sobre estar lúcida, estou mais puta da vida do que já estive em muito tempo.


Lúcida

Deus foi muito sábio em colocar uma noite no meio de dois dias.
Dormi e acordei cansada e tranquila.
A resposta, para tudo, é tão simples!
Tão simples que me deixou desconcertada: EU NÃO TENHO CARRO.
Se eu prestar atenção a isso, a esse fato, tudo se simplifica.
Sempre que houver várias soluções para um problema, ao invés de lutar, posso me ater ao que, de fato, me pertence! Ao contar só com o que está em minhas mãos, paro de tentar moldar a realidade ao que desejo (quando conto com coisas que não tenho) e me satisfaço com o que de fato posso (de acordo com as minhas possibilidades). Com o tempo, aprenderei a moldar o que desejo ao que posso fazer com o que eu tenho. Não será fácil, mas é possível.
Não aborrecerei a mim mesma e nem aos outros, e nem a ele, querendo moldar o que planejo fazer contando com posses dele ou de outras pessoas.
Simples, claro e límpido: eu não tenho carro. Tudo mais que estiver fora disso é só motivo de eu me aborrecer porque quero fazer coisas com um produto que eu não tenho. E ponto final.
Tudo que estiver fora do fato de que eu não tenho um carro, e que portanto, tenho que me virar sem um, tudo que estiver fora dessa verdade, será uma batalha inútil e desgastante.
Se não der para sair? Não saia.
Você conta com suas pernas, com ônibus, com taxi.
Encare e viva com a verdade: você, Mulher, não tem carro.
E não vai morrer por isso.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Desilusões da vida (ai meu ovo, se eu tivesse um ele teria explodido hoje)

Estou triste e sem paciência para precisar de favor de quem quer que seja por hoje.
Uma série de momentos desagradáveis me deixou com uma vontade imensa de ficar quieta num canto, de ficar no meu quarto.
Primeiro: Embora já fosse esperado, pois a nota da redação não foi a que ela esperava, hoje soube que minha filha não passou no vestibular. Sei que ela se esforçou muito, mas não foi o suficiente. Eu já tinha conversado com ela sobre essa possibilidade e eu disse que o ônus financeiro seria meu, e se eu era testemunha de que ela havia se esforçado e não estava reclamando, ela não deveria levar outras cobranças de outras pessoas em consideração. E mais, eu disse a ela que, na verdade, o maior ônus seria dela, que teria que se esforçar mais.
No trabalho faltou internet praticamente o dia todo, e como para muitos procedimentos precisamos dela, trabalhamos um pouco mais que a metade do horário, e passei umas duas horas telefonando do meu celular e resolvendo sobre onde e qual cursinho ela irá fazer. Resolvi, fiquei mais cansada do que se tivesse feito exercício.
Segundo: Pelas minhas contas, 1/3 do meu salário irá para a preparação dela para mais um vestibular. Isso também não é muito animador.
Terceiro: Meus pais viajaram com minha irmã e meu cunhado. Combinei com meu noivo que iríamos para lá amanhã. Meu pai disse que nos esperava no domingo, pois a dormida estava complicada. Minha irmã levou mais cinco pessoas, logo, não nos caberia. Agradeci a painho, mas disse que não iria domingo pois ficaria cansativo ir e vir no mesmo dia. Se sentir excluída (na hipótese mais coitadinha) ou decidir simplesmente não ir (o que eu disse a ele), também não foram momentos agradáveis.
E por fim?
Eu não tenho carro. Aliás, uso um carro super antigo, que é do meu pai, vou com ele para o trabalho, assim não preciso ir de ônibus, só que ele não pode ver chuva e nem poça de água porque enche d'agua, a água entra por baixo e molha meus pés. Mas como aqui em casa tem mais dois carros, quando saio à noite sempre há um disponível, ou quase sempre, o que não aconteceu neste final de semana.
Quarto (o que torceu meu ovo, mesmo sem ter um): Meu noivo tinha um carro, ou ainda deveria ter, nem sei mais. Bom, ele tinha um carro, era ótimo porque não precisávamos do carro de ninguém. Só que também não é mais assim.
A irmã dele vai morar no exterior, o marido já foi, em maio irão ela e a filha. Ela estava sem poder pagar o carro, ia vendê-lo. Então, meu noivo acertou que venderia o carro dele e ficaria com o dela, ele pagando 5/7 e ela 2/7, ele usando da quinta à noite ao domingo e ela da segunda à quinta.
E o que acontece? Ela já conversou que precisaria até a sexta, e acertou de ele pegar o carro na sexta à noite e devolver no domingo à noite. Só que ele se sente culpado em pegar o carro, não quer deixar a sobrinha sem carro, é aí? ... hoje estou em casa por causa desse imbróglio. E olhe que esse acordo começou há um mês e este seria o primeiro final de semana que a irmã dele ficaria sem carro!
Tenho aqui parado um carro que enche de água (e vai chover). Ele tem um carro e não se sente no direito de usá-lo. Chegou a dizer que se a irmã dele ou o pai dele souber que nós não viajaremos ele terá que ouvir que não pensou na sobrinha, e do porquê que ele pegou o carro se não iria viajar!!!
Falei coisas que não devia: a sobrinha dele ainda fará um ano, perguntei se ela ia se chatear em não ir ao shopping no final de semana.
Ouvi coisas que não queria: ele perguntou se eu não tinha carro em casa.
Tenho, tenho sim, mas ele não é seguro para sair à noite e nem chovendo.
Nos pedimos desculpas, mas ficou o fato: eu não tenho carro para ir ficar com ele (e nem estou mais com ânimo) e nem ele tem carro para vir me buscar, e mesmo que tivesse, não preciso e nem quero de favor dele, do carro dele, do carro da mãe dele e seja lá de quem cruzar o meu caminho.
Antes de ficar decidido pelo acaso e pelos aborrecimentos que ele não pegará carro, antes, chegamos a combinar que amanhã de manhã ele viria me deixar para trabalhar, pois se vissem que eu saí no carro poderiam dizer que ele tirou o carro da sobrinha para deixar comigo!
Amanhã espero e pretendo acordar melhor do que a merda que estou hoje. Só de uma coisa tenho certeza absoluta: eu jamais vou digirir ou precisar do carro que ele não tem. Eu jamais vou precisar pedir favor à família dele por ter andado na merda daquele carro. A partir de hoje só conto com o que estiver disponível na minha casa, se estiver disponível.
Por hoje, não quero favor de quem quer que seja. Por hoje, basta.
Puta que não me pariu!!! É muita coisa para minha cabeça.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Segunda, dia 17. De novo no comando!


Cristo Rei, quê que eu posso dizer deste final de semana?
Que foi horrível? Não.
Que foi perdido e desesperador? Também não.
Quê que eu posso dizer de um final de semana muito legal mas que ao mesmo tempo detonou minha dieta e meu controle sobre a compulsão?
Ah, Mulher!
Deixa de fressura e drama barato! Encara a verdade: teu final de semana foi muito bom, você reviu a família, você saiu com seu amor, foi ao cinema, namorou, fez amor. Sua filhota está se divertindo na praia na casa de uma amiga. Em suma, seu final de semana foi bom demais!
Ah, tá, agora você quer se lamentar por ter tido gula?
Você, você e só você, é a culpada por isso.
Assuma o ônus sem lamentação ou frecurites.
Comeu e ponto. Estragou quase duas semanas de dieta?
Isso é problema seu! Sem reclamações!
Agora, o que você vai fazer com a gula que está à solta, se você vai prendê-la de novo ou deixar que ela te deixe (de novo) desanimada e no automático, sem achar graça nas coisas? SÓ DEPENDE DE VOCÊ.
Então, deixe de ser uma gelatina choraminguenta.
Comeu? Caiu? LEVANTE-SE.
Para sorte sua, o teu Deus te dá uma nova segunda-feira, um novo dia universal da dieta para você sacudir a poeira, tomar um banho e recomeçar.
Só cabe a você aproveitá-lo.
Amanhã de manhã passará um cavalo branco selado todinho para você. Cabe a você aproveitar a oportunidade.
Seu único trabalho será decidir se vai nele ou se irá se deixar continuar dominada.
Ah, você já decidiu que irá com ele?!
Que bom! Boa menina!
Vai, Mulher, retoma tua batalha. Qualquer bronca eu volto a falar com você, afinal, moro mesmo no teu juízo... e quem sou eu?
Sou tua consciência, teu grilo falante. Me fortaleci nesses dias em que você fez dieta. Estou só resfriado por causa dessas bobagens que você comeu no final de semana, mas ainda estou no lucro, afinal, você quase mata a nós dois por esse ano inteiro de descontrole. A compulsão quase destrói tudo de lindo que você tem na cachola! Até eu estive preso e doente, mas estou de volta. Juntos, podemos prendê-la de novo.
Estou de volta. Me fortaleça, se fortaleça. A cada dia de controle seu eu fico mais forte para te ajudar.
Boa sorte a nós.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Dia de compulsão

Desde cedo que tento desesperadamente, não! Desesperadamente é mentira!
Nós sempre sabemos, eu sempre sei quando a compulsão já se instalou, quando ela já está no comando.
Consegui manter o autocontrole até umas 13h30, depois a bixiguenta disse:
- Mulher, tu tá tentando enganar quem? EU, EU E SOMENTE EU estou no comando desta merda aqui!
- Diga para mim:
- Quem está no comando desta merda aqui??? (e nesse momento ela me tortura, me dá uma tapa na cara, puxa meus cabelos) E eu respondo:
- É você, compulsão, você está no comando. Esta merda aqui é toda sua.
Pois é, de manhã fui ficar na loja de minha família. Comida em excesso logo após uma noite de gula à solta, as tortas do balcão chegavam a rir de mim, dizendo:
- Ô burrilda, tu acha que vai mesmo resistir até que horas?
E eu não resisti.
Não por hoje, pelo menos não por até agora.
Ela se soltou, a presa novamente sou eu.

Noite na armadilha


Sabia que entraria numa arapuca, e mesmo assim fui.
Quase tinha certeza de que não conseguiria segurar, mas fui.
Desde a morte de vovó que minha família não se reunia, ontem havia dois aniversários para comemorar.
Todos convidados, toda a família combinando de se reunir.
Eu fui, mesmo sabendo que horas conversando, sorrindo e me divertindo sentada e inevitavelmente 'bombardeada' por salgadinhos servidos recém-fritos não iriam de forma alguma me ajudar a manter o controle.
Meu noivo e amor não foi, justamente por esse motivo. Fez ele muito bem.
Fui.
Os encontros da minha família sempre foram 'regados' a comida, muita comida. Ontem não foi diferente, e ao mesmo tempo foi, pois não havia um prato quente com arroz à vista desde o início, assim não pude comer e aumentar o autocontrole sobre os salgadinhos que passavam em bandejas. Isso não é desculpa, não farei isso.
Por outro lado, praticamente todas as pessoas gordas ou gordinhas estavam mais bonitas e mais magras. Todas. Um tio que estava imenso emagreceu uns dez quilos e está na hidroginástica. A esposa dele do segundo casamento e que é da minha idade (gosto de conversar com ela) também emagreceu seis quilos.
De um modo geral, até as pessoas magras e mais 'apagadas' em termos de animação também haviam se cuidado.
Dos gordos aos magros, os que estavam perto de mim, todos foram comedidos nos salgados. Acho que nenhum aceitou todos, apenas eu.
Conversei, sorri, matei a saudade. A compulsão já começou a me atacar em casa, em casa já sentia que ela estava me espreitando. Mesmo assim eu quis ir. Meu noivo não foi, não quis correr o risco. Eu fui, mesmo sabendo que dificilmente conseguiria me manter no controle.
Hoje de manhã, mais uma vez, claro, estou achando que não valeu a pena, sei que me expus e me entreguei, não há mais o que fazer quanto a ontem.
Posso fazer apenas por hoje.
Não estou terrivelmente arrependida, fui, vi minha família e me diverti. Paguei um preço caro, caríssimo. Naquele momento não soube fazer diferente.
Não há terríveis arrependimentos, eu fui porque eu quis.
Posso me reponsabilizar por hoje, somente por hoje. Não será fácil, a compulsão nunca sai sem deixar desejos por comida. Hoje não será fácil, mas retomei o controle.




quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Mudanças comestíveis


Estou na segunda semana de dieta.
Segunda semana de retomada do controle.
Tomarei todo cuidado para ficar tranquila e não cair de novo no excesso de confiança.
Sei que a compulsão ronda o meu juízo, aliás, ela mora lá, apenas está trancada no lugar devido, mas a qualquer instante ela me atacará. Quero apenas ficar e estar alerta.
Está acontecendo também outra coisa, maravilhosa, que pode acabar, eu sei, tanto por mim quanto por ele, meu amor, mas estamos nos esforçando para que dê certo.
É a primeira vez que começamos e segurar juntos uma dieta, uma mudança alimentar. Estamos juntos, mas sem nos cobrar, sem achar que um só conseguirá se ficar cobrando e tomando conta da dieta do outro. E isso, nós juntos, é uma experiência nova e deliciosa.
Ontem estávamos escolhendo juntos no supermercado comidas que não detonasssem nossa dieta. Isso é inédito!
Obrigada, meu bom Deus, por sempre permitir que a gente renove as forças e volte a acreditar que é possível.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Sonho, estranho e importante


Precisei acordar mais cedo uma hora e meia para não perder o sonho tão estranho e bom que tive.
Eu estava grávida, minha barriga não estava enorme, mas estava arredondada e durinha. Eu iria fazer uma cesária, mas toda vez havia desencontros para eu conseguir entrar na sala de cirurgia, que seria na casa de um tio meu onde convivi parte da minha infância e início da adolescência.
Lembro que tinha a idade que tenho agora, e estava espantada por estar, de repente, perto de ter neném.
Não consigo lembrar direito o que aconteceu da primeira vez, do porque não houve a primeira cirurgia, a sala cirúrgica, o hospital, funcionavam na casa modificada que havia sido do meu tio. Lembro de estar quase me deitando na cama cirúrgica e de ter pensado: não acredito que Fulaninho (meu noivo) não vem para ver o nascimento do filho! Eu sabia que outras pessoas da família estavam lá, meus pais já haviam me dado um beijo, mas não consegui ver o restante da minha família, eles esperavam no terraço. Apenas uma tia que adoro e que é médica e anestesista, sempre presente nas poucas cirurgias que fiz, como sempre chegava e me dizia palavras de conforto.
Eu fico com vontade de fazer xixi, vou ao banheiro, e quando volto e vou me deitar, meu noivo chega para falar comigo antes da cesária. Ele se mostra distante e me dá um abraço e deseja boa sorte, e eu fico achando estranho e digo:
- Mas como você pode estar assim do nascimento do seu filho?
E ele me responde:
- Não, está tudo bem, eu só vou esperar aqui fora.
E eu me deito e, por algum motivo, a cirurgia não acontece.
Lembro apenas que, após não ter sido possível a cirurgia, de repente, eu estava grávida e com outras pessoas sentada numa rua de casas fechadas, juntamente com outras pessoas que eu conhecia mas não consigo identificar agora, sentada na calçada e esperando a cesária, mas ao mesmo tempo era como se nós estivéssemos lá conversando depois de ficar cansados de alguma coisa, por isso nos sentamos. Eu estava sentada no batente de uma porta.
De repente, avisam que os médicos chegaram e que eu precisava chegar lá a tempo de me operar. E começo a correr para não me atrasar e ouço a minha respiração entrecortada pelo cansaço e ao mesmo tempo sinto vontade de fazer xixi.
E chego a tempo, quando vou entrando para a sala de cirurgia por uma porta, olho antes para o terraço, lá tem um monte de gente da família, vejo pessoas sentadas esperando para ver meu filho, fico feliz de tanta gente estar lá, mas não vejo nenhum rosto especificamente.
Preciso fazer xixi, e me vejo num banheiro grande e confortável, eu com minha tia, que eu não tinha visto que também está grávida. E pergunto:
- Tia, como eu não sabia que você está grávida? (hoje ele tem cinquenta anos)
- Mulher, foi surpresa até para mim, mas parece que a gravidez vai transcorrer normalmente. E me dá aquele sorriso tranquilizador de sempre e me chama para irmos.
E ela me acompanha para a sala de cirurgia.
No caminho, na antesala, encontro um tio meu que é obstetra e um aparelho de ultrassonografia, há outras pessoas que não conheço mas que sei que fazem parte da equipe.
E ele me chama para ver o ultrassonografia do meu filho. Eu vou, com muito medo de que dê alguma anomalia.
Olho para a televisão e ficam aparecendo inúmeros bonecos, um atrás do outro, todos masculinos. E ele diz que meu filho vai ser um menino, que é saudável, e que eu fique tranquila que correrá tudo bem. E diz também que a pitoca do filho dele (ele é separado dessa minha tia, mas ela está grávida dele) não está tão nítida quanto a do meu, mas é porque a pitoca do neném deles será elástica... (coisas de sonho doido).
Fico tão feliz de estar tudo bem! Olho para o terraço e apesar de não reconhecer rostos, de apenas saber que estão lá e ver que há gente, todos ficam felizes comigo.
Ainda ouço a minha respiração entrecortada pelo cansaço da corrida.
Minha tia me chama e vamos para a sala de cirurgia, a equipe já está esperando. Quando estou me deitando na cama e sei que tudo correrá muito bem, vou acordando lentamente do sonho, ouvindo a minha respiração ofegante e estou com muita vontade de fazer xixi.
Entre acordando e ainda tentando voltar para o final feliz do sonho, vou acordando com a sensação de não querer acordar, de querer estar lá para viver o nascimento do meu filho. E entre sonolenta e acordada resolvo me levantar para escrever e não perder o que senti, pois é raríssimo me lembrar de um sonho todo e, quando consigo, basta acordar que ele sai da minha memória e lembro apenas o assunto.
Ainda fiquei sonolenta deitada na cama, agradeci a Deus e aos anjos o recado? Não sei, sei apenas que acreditei que é possível, e ao mesmo tempo era como se estivessem me cobrando o que tenho que fazer, que tenho pouco tempo para engravidar, que preciso, que é fundamental emagrecer e me manter na dieta (ontem à noite comi uns trinta pontos a mais).
Antes de acordar de verdade, senti nitidamente a cobrança sobre o que preciso fazer e, podem me chamar de doida, essa cobrança não vinha de mim, era alguém, algumas pessoas, me lembrando disso. As vejo como um vulto único, mas são algumas pessoas formando um pequeno grupo, estou de olhos fechados e ouço o que dizem.
Penso eu meu noivo, tento esquecer dele com o cabelo que está agora, tento me concentrar nele antes da discussão que tivemos, para encontrar o homem que amo. Seria capaz de jurar que não fui eu, mas que as mesmas pessoas que me cobraram o que tenho que fazer, me disseram o que ele tinha que fazer. Nunca me lembro de um dinheiro dele, não é muito, que ele está para receber antes do meio do ano. Não ligava se ele decidisse comprar qualquer produto eletrônico com isso. É dele, ele faz o que tiver vontade.
Só que me veio a indicação, forte, clara e precisa para avisá-lo que é necessário se precaver, pois se precisarmos de dinheiro para qualquer exame ou de uma fertilização se eu demorar a engravidar depois de emagrecer seria esse a ser usado, isso nos garantiria que ele não precisasse pedir dinheiro à mãe, que é seríssima em relação a dinheiro. Seríamos independentes, e isso seria fundamental.
É, foi estranho, diferente, mas ao mesmo tempo trouxe esperança e alegria, juntamente com responsabilidades.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Primeira Semana

Perdi 2,2Kg.
Segui a recomendação nutricional totalmente, sem desviar ou enrolar.
Sim, é uma gota no oceano.
Sim, preciso continuar fazendo boca pequena.
Mas e daí?
Estou com vontade e vou em frente.
Viva!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

domingo, 9 de janeiro de 2011

CABELOS E DISCUSSÕES


Ele, meu noivo, me pediu para cortar o cabelo dele com a máquina de tosa (ela é ótima para cortar cabelos). Me pediu para aparar bem ao redor e deixar a parte de cima mais alta. O cabelo dele já estava curto e o visual ficou bonito, diferente, mas bonito. Mas foi por pouco tempo.
Quando estou quase terminando e digo que vou buscar um espelho para ele olhar, ele me pediu para pegar a lâmina zero, pensei que era para aparar a costeleta e acertar o cabelo no final da nuca.
Eu já havia cortado o cabelo dele antes com outra máquina, mas ele, exagerado, me disse para passar a máquina zero. O cabelo ficou UÓ. Mas dessa vez, no início, apesar de diferente, o corte ficou muito bonito.


Fui lá no quarto e peguei o espelho, esperando que nós fossemos dar os retoques finais. Entreguei a lâmina zero para ele e ele, e ele... Ele raspou a cabeça na parte de baixo e nas laterais! Ficou só a cucuruta com cabelo! Ficou UÓ dez mil vezes!!!
Ele adorou. Disse:
- Ficou o cabelo de um dominicano, como eu sempre quis, disse ele.

Puta merda, penso eu, e digo a mim mesma:
- Você não é um dominicano! Está parecendo é um doido!
O cabelo é dele, nada posso fazer. Não sei se ele fez assim para chocar no site de bate papo que ele frequenta. Sinceramente, não sei.
Só sei que está chocante. Se essa era a vontade dele, conseguiu.

É guerra: amanhã, fechamento da primeira semana!




Amanhã vou postar aqui quantos quilos perdi (tá, eliminei, matei!) durante a semanaaaaaa!!!
He heeeee!!!
Obaaaaaaaaaaaaaa!!!
Se posso sacanear comigo mesma? Claro, sempre se pode... bastou escrever isso aí em cima que me vem na lembrança:
Uma vez, na faculdade, uma amiga contou rindo que um primo chegou bem animado para contar ao pai dela que tinha perdido dois quilos na semana e o pai dela respondeu:
- Uma gota no oceano!
Sei que amanhã, ao me pesar e ver quanto perdi, eliminei, matei, inevitavelmente essa historinha virá me sacanear. E imediatamente eu direi a esse pensamento:
- Cale a boca, FDP! (eita, não posso dizer isso! Acabo de ver que eu sou a mãe do pensamento FDP, então, indiscutivelmente, seria eu a mãe P desse pensamento FDP!)
Pelos motivos acima expostos digo ao pensamento supostamente FDP, mas na verdade apenas um mau menino, um filho sabotador miserento:
- Cale a boca, Filho bandido e indesejado! (é, assim ficou mais educado, embora tenha perdido um pouco a força).
E se amanhã eu posso me sacanear ainda mais com outro pensamento? Claro, já até adivinho ele em meu cérebro, e vou escrevê-lo aqui:
Acabo de me pesar, vejo que perdi bastante peso para a semana, e imediatamente penso:
- Obaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!
E quase na mesma hora escuto a historinha do sapo que estava triste porque não tinha sido convidado para uma festa no céu e, de repente, quando o convite chega, ele fica muito feliz e diz com um bocão enorme:
- OBAAAAAAAA!!!!
E a andorinha delicada que trouxe o convite avisa logo:
- Mas só entra quem tiver boa pequena...
O sapo, devidamente repreendido, repete o que disse fazendo biquinho para ficar pequenininho:
- Oba!
E eu, assim que esse outro miserento pensamento chegar, me preparo para repetir:
- OBAAAAAAAAAAAA!!!
E você, andorinha, foda-se!
Pois é, pois é, Dona Mulher, você pode até ser meio maluca, mas ainda bem que não perdeu o humor.


sábado, 8 de janeiro de 2011

Sexto dia

SEXTO DIA... Tá até parecendo Deus criando o mundo... DESCULPE! Mas isso de tal dia até para mim soa um tanto ridículo, mas foi a forma que eu encontrei de me ajudar, então, tá valendo!
Até agora só passei por um momento difícil, o do shopping, que já contei antes, e mesmo assim a irritação foi para não dar brecha para a compulsão se soltar, e não o contrário (que é o mais comum), quando o montro já sabe que se soltou e você arenga com você mesma e com quem tentar te impedir de comer para deixar ele tomar conta do pedaço.
Estou tranquila, pelo menos durante esta semana pretendo evitar lugares em que possa me descontrolar. Até uma amiga ligou para mim (a que se casou há uns 15 dias) chamando para irmos fazer uma farrinha na casa dela, eu disse que não ía, expliquei e ela entendeu, lá sempre tem muito refrigerante zero (ótimo), mas também a nossa conversa fica regada à comida (péssimo). Por enquanto, não dá.
Meu lindico também começou a dieta e minha filhota entrou na academia (linda família saudável... :)
Esta semana foi bem puxada em termos de trabalho, meus pais estão viajando, voltam amanhã, e eu me dividi entre meu trabalho e a loja deles. Sobrou pouco tempo para eu fazer exercícios ou para viver fora do ambiente de lelê, mas consegui ir três vezes para a hidro e isso me ajudou a manter a cabeça ocupada demais.
Meu lindico é que está doente, nada grave, por isso está em casa desde quarta-feira, acho que ainda não sairá hoje. Todo dia faço duas quentinhas cheias de verduras para ele tentar segurar a peteca (isso de segurar a peteca é um termo antiiiigo).
Ontem à noite fui ao hospital com ele, quando cheguei em sua casa o humor dele estava terrível, depois foi melhorando.
No hospital, mais uma vez ele se excedeu nas palavras, detentor da real realidade (sei o que é pleonasmo), ele brincou com as palavras e não se importou em construir uma realidade inventada.
Adoro quando ele brinca de forma mais leve, quando fica claro ou pelo menos implícito que está brincando, já quando ele molda outras realidades que me confundem e confundem as pessoas ao nosso redor, achou muito ruim, e fico me esforçando para desfazer as mentiras inconsequentes que ele diz, e isso me deixa cansada, pois exige de mim estar alerta e tensa para retrucar e modificar o que ele vai falando.
Um exemplo? Reconheci um técnico de enfermagem que trabalhou na mesma empresa que eu quando eu tinha uns 19 anos e conversamos nós três. Meu noivo, lá pelas tantas, quando o analgésico já estava fazendo efeito, puxou conversa de novo com ele para perguntar se não havia outro analgésico mais forte porque na verdade ele era viciado e já havia tomado em outro hospital dormonid intravenoso e havia adorado e ficado doidão.
Putz, não vou esquecer da cara do pobre rapaz! Primeiro ele deu um sorriso amarelo, depois fez cara de espanto, e por fim cara de malícia (tudo no mesmo segundo), aí meu noivo deu um risinho e fez ar de que era brincadeira, ai eu entrei e disse sorrindo que era brincadeira, mas mesmo assim ficou um clima esquisito.
Na minha opinião, estávamos num hospital, ele estava tomando analgésico intravenoso, não tínhamos amizade com os funcionários, não havia clima ou intimidade para uma brincadeira assim, e mais, esse hospital é perto da casa de meu noivo, sempre que tem um problema ele vai lá, e como o problema dele acontece de vez em quando, eu acredito que é preciso que ele tenha credibilidade no local.
Se você tira brincadeiras desse tipo num ambiente totalmente formal, fica desacreditado, sofre preconceito. Tanto é que perto de sairmos o técnico de enfermagem disse:
- Isso "avicia", isso "avicia", sorrindo entre quem está zonando e quem acreditou.
Não sei, vai ver que sou eu que sou séria demais...



quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Quarto dia, inteira e batalhando!


Pois é, estou no quarto dia depois da reconquista de mim mesma. Até agora, permaneço firme em minha decisão. E continuarei assim.
Acho que é como meu noivo falou: a impressão, antes de começar, é de que o trabalho é imenso, que sequer dá para começá-lo. Mas dá. É imenso, é verdade, mas igual a outro trabalho qualquer, quando a gente começa se acostuma e passa a trabalhar cada dia, sem pensar no todo.
E assim a cada dia me fortaleço.


Sim, fizemos as pazes, eu e minha filhota. :)

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Tempestade do Ca...!


Puta merda! Que sufoco! Ainda bem que o pior passou.
Me senti atropelada, foi muito, muito forte.
Meu noivo não foi conosco, está doente.
Minha filha me chamou para irmos ao cinema, nós duas, pois antes os planos eram irmos nós três.
Me precavi para ir com ela, guardei pontos para levar um sanduiche para o cinema e, na volta, pontos para não dormir com fome.
Saímos de casa 18h50, o cinema seria às 19h35. Trânsito engarrafado, quando chegamos perto do shopping vimos a fila enorme de carros para entrar lá, perderíamos o cinema.
E minha filha: bla, bla bla bla, bla bla bla, porque meninos, porque fulaninho, porque eu e as meninas marcamos de ir para tal lugar, porque foi muito bom sair, porque meninos, bla, bla bla bla, bla bla bla.
E eu ficando cada vez com mais fome.
Fomos para outro cinema próximo, mais meia hora no trânsito, nada, lotado.
E minha filha: porque tal menino é um gato, bla bla bla bla bla bla.
Fomos para outro shopping, entre engarrafamento e tentar achar uma vaga para estacionar, descemos lá às 20h20, o filme seria às 20h45. Nesse lugar o ingresso é vendido na praça da alimentação, e a sessão já estava lotada.
E eu cansada e com fome.
Minha filha queria jantar, lanchar, e foi para uma fila enorme na Subway.
Minha fome estava me corroendo.
Vou ao banheiro, na volta ainda tinha umas cinco pessoas na frente dela.
E o ambiente, o cheiro de comida, a multidão de gente, a fome desesperada sem um lugar vazio em que eu pudesse comer meu sanduiche...
Converso com ela e digo para ir para outra opção de venda, ela vai e fica calmamente escolhendo o que vai comer.
Eu subindo pelas paredes de fome, de multidão de gente, de falta de onde sentar, de excesso de opções para soltar a compulsão, fome, fome, fome, só esperando um deslize mínimo para abrir a porta para o monstro se soltar...
Reclamei porque minha filha estava demorando, ela, do alto do seu salto, linda, alta e magra (sim, ela é tudo isso), diz:
- Deixe, vamos embora?
Aaaahhhhhh, meu cansaço, meus pés ardendo de dirigir, minha fome estratosférica, respondem:
- Você não podia escolher mais rápido não? Cinco pessoas passaram na sua frente!
E ela:
- Mãe, você não vai fazer uma cena aqui, vai?
E eu:
- Vá à merda!
Saio andando, pisando duro, pago o estacionamento, não falo nada, chego em casa e choro. Como meu maldito sanduiche e agora estou aqui, tentando digerir essa sensação de ter sido atropelada.
Repenso, me recupero, chamo ela para conversar. Ela, como sempre, segura de si:
- Você não explicou nada, eu não tinha como entender.Você foi grossa, bla bla.
E, como sempre, ela tem alguma ou muita razão, é mais correta, mais dura que eu.
Nessas horas, não me enxergo mãe de uma mulher de 17 anos, quase 18. Muito menos me sinto responsável o suficiente para ter 40 anos.
No final, estou exausta.
Vou dormir.
PS: Mas sair da dieta e dar espaço para a compulsão me fazer comer?
Nem que eu tenha uma turica de vontade!
Compulsão: FODA-SE.


Terceiro dia domando a besta-fera

Yes!
Hoje estou no terceiro dia de retomada da razão, e estou vencendo!!!
Viva Viva Viva! É isso.
A batalha continua.

"Do lado de cá, a vista é bonita
a maré é boa de provar
Do lado de cá, eu vivo tranquila
E o meu corpo dança sem parar
Do lado de cá, tem música, amigos e alguém para amar
Do lado de cá"


segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Reveillon a dois


Meu humor melhorou muitíssimo após a sexta-feira. Como? Não sei, só sei que foi assim... na verdade sei, tenho me preparado e esperado por isso há muito tempo. Meus pensamentos estavam um inferno.
Na sexta trabalhei que só uma doida. Pudemos viajar lá pelas 16h.
Minha filha ficou na mesma cidade que nós, mas passou a virada de ano num hotel, com a família de uma amiga. Ela adorou, fez muitas amizades e se divertiu o máximo que pôde (tirando apenas poucas horas por necessidade fisiológica de dormir).
E o meu reveillon? Diferente de todos que já passei.
Foi amoroso, terno, sensual, romântico, prazeroso, etc, etc, etc de bom. Contamos a contagem regressiva fazendo amor.
Passamos o final de semana juntos, nos reencontrando, fazendo amor, passeando, namorando. Passamos momentos deliciosos juntos.
E agora mudando de assunto, também resolvi tomar medidas que há muito tempo venho deixando de lado. Não será fácil, mas a simples ideia de que isso é possível já está me animando.
Resolvi retomar as rédeas da minha compulsão. Recomecei hoje.
Estou tentando com toda a minha vontade enxergar pelo lado positivo.
Estou tentando com toda a minha vontade ser positiva em pensamentos, palavras e atitudes. Não para ser uma boba Polianna, mas para reencontrar a mulher positiva e tranquila que costumo ou costumava ser.
Trouxe para o trabalho os livrinhos do Vigilantes do Peso, trouxe também a literatura do CCA. Comecei a seguir hoje o livro da primeira semana do Vigilantes. Já fiz isso há quase dois anos e deu certo.
Recomeço, reconquisto, volto a tomar conta de mim.
É muito, muito reconfortante enxergar que sou capaz de me trazer de volta. Andava com muita saudade do meu lado mais saudável.
Estou com saudade de mim mesma. Estou me reconquistando.
O que digo para mim?
O inquilino destruidor pode ser dominado.
Bem-vinda, Mulher, a casa é sua, sempre foi.
E aí vai um pedacinho da mesma música que me amparou em momentos difíceis passados:
"Tou bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho
Tou regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores
Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim
"